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domingo, 11 de abril de 2010

Comércio de bairro estimula amizades

Antônio conversa com um cliente


Aurelio Moraes

Quem passa pelo início da Avenida Forteleza, no Parque Industrial, não deixa de notar a “Mercearia Esperança”. Com uma fachada simples, está sempre bem organizada. Seu dono é o imigrante italiano Antonio Biban, de 68 anos, que possui o comércio há 10 anos.
“Além de meus clientes serem fiéis, também são meus amigos”, diz Seu Antonio, como é conhecido por quem freqüenta a mercearia.
Morando em São José dos Campos desde 1971, quando veio da Itália para trabalhar como engenheiro mecânico na General Motors,  resolveu investir o seu capital comprando a mercearia ao se aposentar.

Em seu pequeno estabelecimento, encontra-se de tudo: pães, doces, artigos de limpeza, enlatados e os itens mais procurados: as massas italianas e as pizzas congeladas, que são fabricadas por Antonio e seus filhos. Segundo ele, a fabricação é diária e em pequena escala. A massa do tipo “Rondelli” é a mais procurada, seguida das pizzas. Segundo ele, as receitas são de sua avó, que morava na região da Sicília, na Itália.
“É muito bom. Costumo comprar pizzas nos fins de semana e as massas para almoço, durante a semana.Virou uma tradição”, conta Leopoldo Gomes, freqüentador assíduo da mercearia.
Seu Antonio não tem do que reclamar. “Confio tanto nos meus clientes que a maioria deles possui uma caderneta, aonde vão registrando seus gastos. Pagam no final do mês e sem juros, coisa que nenhuma grande rede de supermercado faz”, conta ele.
Também é impossível ir à Mercearia Esperança sem notar Dona Maria, esposa de Antonio. Sempre sentada na porta da loja, fazendo palavras cruzadas e conversando com os clientes. “O pessoal vem fazer uma comprinha aqui e eu sempre acabo puxando um papo. Falamos desde futebol à política”, diz dona Maria.
Além de produtos a preços justos, pode-se notar que Antonio e Maria oferecem outra coisa aos clientes: Amizade. E esta, é de graça.



Um comentário:

Melin disse...

Muito bom texto, nesse mundo de malucos cada vez nos faz mais falta o contato físico e a amizade "ao vivo", nada virtual substituirá o contato entre as pessoas. Já faço isso há anos, fortalecendo o comércio do bairro e retomando a velha cultura das cadernetas, onde são marcadas as compras e acertadas semanalmente. Para que fazer grandes deslocamentos para ter um atendimento frio e distante. No comércio local suas preferências são conhecidas e seu gosto respeitado. Valeu Aurélio.