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domingo, 1 de janeiro de 2012
Incapacidade de detectar sarcasmo pode indicar sinal precoce de demência
Resultados podem ajudar no diagnóstico precoce de doenças neurológicas e podem fornecer melhores oportunidades para o desenvolvimento de drogas.
O estudo faz parte de um conjunto maior de trabalhos que vão examinar a emoção e o comportamento social em doenças neurodegenerativas como ferramentas para uma melhor previsão, prevenção e diagnóstico dessas condições.
Demência e Descrença
A capacidade de detectar mentiras reside no lóbulo frontal do cérebro. Em doenças como a demência frontotemporal, esta é uma das áreas que degeneram progressivamente devido ao acúmulo de proteínas danificadas conhecidas como tau e à morte de neurônios nessas áreas.
Como os lobos frontais desempenham um papel significativo nos comportamentos humanos complexo, a perda da capacidade de detectar mentiras é apenas uma das várias formas através das quais a doença pode se manifestar.
Os primeiros sinais da doença podem ser quaisquer graves alterações de comportamento. Ironicamente, esses sinais são, muitas vezes perdidos, porque eles estão mal atribuídos à depressão ou uma forma extrema de crise de meia idade.
Na esperança de aumentar as ferramentas disponíveis para médicos para reconhecerem sinais precoces da doença, os pesquisadores focaram no fato de que as pessoas com demência frontotemporal muitas vezes perdem a capacidade de detectar o sarcasmo e mentiras. Os médicos observaram evidências desse fato porque as pessoas que sofrem da doença, por vezes, perdem quantidades significativas de dinheiro para fraudes on-line e telemarketing em função de uma " confiança cega" .
Pessoas que envelhecem normalmente sem neurodegeneração, por outro lado, geralmente não sofrem um declínio significativo na sua capacidade de compreender o sarcasmo e decepção.
Mas os pesquisadores ainda precisavam saber se essa associação é sólida e se a incapacidade de detectar o sarcasmo e mentiras na verdade correspondem as regiões do cérebro atingidas no início destas doenças.
Demência frontotemporal
Para responder a esta pergunta, a equipe trabalhou com 175 pessoas, mais de metade com alguma forma de neurodegeneração. Eles mostraram os vídeos de duas pessoas conversando, uma das quais, ocasionalmente, contava mentiras ou usava o sarcasmo - um fato que ficou evidente nas pistas verbais e não-verbais dos vídeos. Em seguida, os indivíduos do teste responderam a perguntas de sim/não sobre os vídeos.
Idosos saudáveis do estudo puderam facilmente distinguir discursos sinceros de discursos hipócritas. No entanto, os indivíduos que sofriam de demência frontotemporal foram menos capazes de discernir entre mentira, sarcasmo, e a verdade. Pacientes com outras formas de demência, como a doença de Alzheimer, se saíram melhor.
A equipe utilizou a ressonância magnética para fazer mapas com extrema precisão dos cérebros dos participantes do estudo. Isto permitiu medir os volumes de diferentes regiões do cérebro indicando os tamanhos das regiões correlacionadas com a incapacidade de detectar sarcasmos ou mentiras.
Segundo a líder do estudo, Katherine Rankin, o trabalho deve ajudar a aumentar a consciência do fato de que essa forma extrema de ingenuidade pode realmente ser um sinal de alerta para a demência - algo que poderia ajudar mais pacientes a serem diagnosticados corretamente e receberem o tratamento mais cedo, a longo prazo.
"Se alguém tem um comportamento estranho e para de entender as coisas como sarcasmo e mentiras, ele deve ver um especialista que possa garantir que isso não é o começo de uma dessas doenças", afirmou Rankin.
Fonte: Site Isaúde
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