Steven Spielberg sempre quis trabalhar com a história de
Tintim e seu cãozinho Milu. O famoso diretor e cineasta conheceu as histórias
em quadrinhos de Georgei Remi (Hergé)
quando um jornal francês estabeleceu um paralelo entre as mesmas e seu
filme “Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida”.
O maior empecilho para o diretor realizar um longa-metragem
baseado em Tintim sempre foram as portas fechadas do mercado estadunidense aos
quadrinhos franco-belgas, resultado de rusgas pós-SegundaGuerra Mundial.
O tempo passou e o diretor conseguiu unir forças para
realizar a empreitada ao aliar-se com Peter Jackson, Steven Moffat (roteirista
da série britânica de ficção Dr.Who), Joe Cornish e Edgar Wright. Ele e Jackson
participaram da produção executiva (Jackson será o diretor da continuação),
enquanto os britânicos cuidaram do texto do primeiro filme.
A técnica misturando computação gráfica com captura de
movimentos e 3D torna o resultado muito vívido e realista, com uma profusão de
detalhes e uma fotografia que em muitos momentos parece uma obra de arte.
A trama une dois álbuns de Tintim: “O Segredo de Licorne” e “O
Caranguejo de Tenazes de Ouro”. A história começa quando o famoso jornalista Tintim
(Andy Serkis) compra a réplica do famoso navio Licorne, a qual está envolvida
na disputa inestimável do tesouro de um ancestral de seu grande amigo, o
capitão quase sempre “bebum” Haddock (Andry Serkis). Ambos precisam lutar
contra contra Sakharim (Daniel Craig), um vilão que quer atrapalhá-los e roubar
o tesouro a qualquer custo.
É interessante ressaltar que cada personagem tem um papel bem
definido no filme, sem ninguém chamar a atenção demasiadamente. Os atrapalhados
detetives Dupont e Dupont também são sensacionais e geniais, com ótimas tiradas
de humor.
A aventura envolve piratas, confusões no norte da África e a
perspicácia do cãozinho de Tintim, além de muitas cenas engraçadas e de
perseguição. O resultado é brilhante, com uma mistura ideal de momentos de
tensão e ação. O ritmo da história segue bem o estilo dos quadrinhos de Hergé,
cooptando novos fãs e trazendo uma boa lembrança a todos que assistiam aos
desenhos das aventuras de Tintim na TV Cultura, nos anos 1980 e 90.
Não poderia deixar de mencionar o grande trabalho de John
Williams, compositor da trilha sonora da película, que deu toques de música
francesa a ela, com acordeons e orquestras na medida certa.
A profundidade é bem explorada no 3D, tanto em cenas do
cotidiano, como na pracinha do início, como nas grande sequencias de ação (as
batalhas entre os navios piratas são sensacionais).
Boa parte da renda do filme até agora veio de mercados de
fora dos Estados Unidos, pois o público norte-americano parece ter ainda uma
aversão a histórias bem costuradas e um pouco mais complexas que as dos costumeiros
“filmes fast-food”, aos quais já estão acostumados.
Mesmo assim, aguardamos uma continuação. Tintim agrada tanto
aos adultos quanto às crianças, que ficam hipnotizadas com a beleza do desenho.
Nota: 9,5
Trailer:
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