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quinta-feira, 14 de abril de 2011

S. José decreta o fim do passe de papel



Embora ilegal, venda de passes ocorre sem controle no centro de São José; ambulantes criticam mudança nos ônibus

São José dos Campos

O secretário de Transportes de São José, Anderson Farias, anunciou que após a integração total dos ônibus, que será concretizada amanhã, a cidade deve gradativamente eliminar os passes de papel do transporte urbano.

A mudança deve ocorrer por consequência da integração-que será feita somente por meio dos cartões de passe eletrônico.

O secretário disse que os passes são atualmente utilizados de modo irregular por ambulantes e pelo transporte alternativo do município.

A possibilidade do fim dos passes divide opiniões entre a população. “Acho bom porque facilita a vida das pessoas. É só ter o cartão”, disse Ariele Fernandes, 21 anos, desempregada.

Indo em direção contrária à opinião de Ariele, Telma Barbosa, 25 anos, também desempregada, avalia de forma negativa o fim dos passes físicos. “Acho que isso pode deixar os usuários reféns do cartão de ônibus, porque só quem tem (o cartão) é que vai poder utilizar o sistema de integração”.

Ela ainda complementa. “Não é para todo mundo porque não há escolha para os usuários. Acho pouco benefício para quem não usa ônibus todos os dias”.

O estudante Rafael Santos, 26 anos, acha que o cartão de passes é uma garantia.
“Já comprei passe falsificado no camelô uma vez, por isso acho bom. Mas acho que os passageiros ficam sem escolha. Neste sentido, acho que poderia melhorar”, analisa.

Ambulantes. Embora seja ilegal a venda de passes, ela ocorre quase livremente pelo centro de São José, com ambulantes exibindo cartelas inteiras de passes de papel.

João, nome fictício de um vendedor que preferiu não se identificar, trabalha há mais de 10 anos com a venda de passes. “Acho muito ruim essa troca do papel pelo cartão porque fazer dinheiro com os passes é um complemento importante para minha renda mensal”, explicou ele que vende cada passe a R$2,70 -- dez centavos a menos que a tarifa do ônibus. “Vendo barato para ter um lucro pequeno. Não é algo que dá muito dinheiro. Só faz quem precisa mesmo”.

Reginaldo -- outro nome fictício -- trabalha vendendo passes de papel há cinco anos e critica a postura da administração municipal.

“Sei que não é permitido, mas todo mundo sabe que aqui no centro tem este mercado de passes. Sempre funcionou assim. Agora querem tirar nosso sustento.”

Integração total ocorre nesta sexta
São José dos Campos

Na semana passada, a Secretaria de Transportes anunciou que a integração total do transporte urbano em São José deve ocorrer amanhã.

Com a medida, todas as 89 linhas que realizam o transporte coletivo na cidade estarão integradas ao sistema de bilhete único, que permite que o pagamento de uma passagem seja válido para duas linhas diferentes, desde que o usuário siga em direção única.

A integração do sistema não permite que o usuário circule entre bairros diferentes da mesma região.

Repercussão.O Sindicato dos Condutores do Vale do Paraíba considera que a integra-ção do sistema de ônibus não contempla toda a população e que a intenção de eliminar os passes do transporte urbano não seja benéfica.

“O que nos preocupa é que isso aumenta o risco de que a curto ou médio prazo as empresas queiram extinguir a função de cobrador nas linhas”, analisa o presidente da entidade, José Carlos de Souza.

Integração
O que é?
Vai proporcionar que todas as 89 linhas do transporte coletivo de São José operem com o bilhete único, que permite aos usuários pagar uma passagem e utilizar duas linhas, desde que sigam em sentido único.
A integração no entanto, não permite que o usuário circule entre bairros da mesma região da cidade

Reflexos
A prefeitura pretende acabar com os passes de papel. A ação ainda não tem data-limite para ser implantada

Consequências
O Sindicato dos Condutores do Vale do Paraíba teme que a medida de acabar com os passes de papel possa a curto ou médio prazo implicar na eliminação de cobradores nas linhas de ônibus

O VALE

Além de acabar com o passe de papel, a prefeitura precisa colocar integração total nos ônibus, independente do sentido do destino do passageiro, implantar catracas eletrônicas nas vans do transporte alternativo e colocar logo mais pontos de recargas para os cartões. Não necessariamente o fim do passe de papel acaba com os cobradores nas linhas de ônibus, pois sempre será possível pagar a passagem em dinheiro e em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo há bilhete eletrônico e os cobradores ainda existem, logo há um pouco de paranoia do sindicato dos condutores. A prefeitura também pode incentivar os vendedores de passes ilegais no centro à procurarem outras profissões, incentivando-os a procurar cursos de capacitação profissional. A venda é ilegal e nenhum governo jamais poderia ter permitido que esse comércio ocorresse.


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