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quinta-feira, 14 de abril de 2011
Botafogo empata em casa com o Avaí:2x2
Pouco mais de cinco mil pessoas estiverem presentes no Engenhão, nesta quarta-feira, para o jogo entre Botafogo e Avaí, no primeiro duelo das oitavas de final da Copa do Brasil. Mas os poucos torcedores fizeram pressão sobre o time alvinegro desde os primeiros minutos. Nervoso, o Glorioso viu o adversário fazer 2 a 0 em falhas da defesa. A reação alvinegra garantiu o empate em 2 a 2, evitando uma derrota em casa. O placar é bom para a equipe catarinense que no jogo de volta poderá empatar em 0 a 0 ou 1 a 1 para avançar no torneio.
Todos os gols saíram ainda no primeiro tempo da partida. Willian e Rafael Coelho para o Avaí. Herrera, após bonita jogada de Caio, e Loco Abreu empataram para o Botafogo. Apesar da reação, a torcida não perdoou o time e vaiou muito ao fim do jogo. Em coro, os alvinegros também cobraram a diretoria: "queremos jogador".
Botafogo e Avaí voltam a se enfrentar na próxima quarta-feira, no Estádio da Ressacada, em Florianópolis. Quem se classificar pega São Paulo ou Goiás nas quartas de final da Copa do Brasil. Antes, porém, as duas equipes têm confrontos pelos seus estaduais no domingo. O Glorioso enfrenta o América, em São Januário, e o Leão recebe o Concórdia.
Vaias e muitos gols na primeira etapa
Nos dias que antecederam a partida, Caio Junior e Jefferson disseram que o time tinha que parar de jogar com bolas aéreas para deixar de ser previsível. Mas o que se viu nos primeiros minutos de jogo foi uma realidade distante da teoria. O Botafogo insistiu nesse tipo de lance e quase não conseguiu ameaçar. Para piorar a situação alvinegra, parecia que todas as palavras ditas antes do duelo se voltaram contra o time. João Filipe garantiu que a defesa estava preparada para não sofrer gols e que esperava que o Avai atacasse pouco. Pois coube ao próprio zagueiro sentir a força ofensiva do Leão. Aos 13, o jogador falhou na marcação, Willian recebeu na cara do gol e fez 1 a 0 para os visitantes. Na comemoração, uma dancinha solitária.
O gol do Avaí fez a pequena torcida do Botafogo perder a paciência. João Filipe passou a ser vaiado a cada toque na bola. Alessandro e Márcio Azevedo eram os outros alvos dos alvinegros. O nervosismo em campo ficou evidente e se transformou em mais um gol para o Leão. Marquinhos Gabriel fez boa jogada e tocou para Rafael Coelho, que cabeceou com precisão. Minutos antes, Willian chegou muito perto de balançar as redes, mas cabeceou para fora, após falha da marcação.
O jogo poderia ter ficado praticamente decidido, não fosse a rápida resposta do Botafogo. No minuto seguinte, Caio fez boa jogada pela esquerda, driblou dois, e tocou para Herrera, sozinho na área, diminuir. O contra-golpe do Avaí veio em uma bonita jogada. Willian matou a bola na coxa e deu uma bicicleta. O chute passou perto do gol.
A jogada foi a gota d’água para Caio Junior decidir mexer na equipe. Marcio Azevedo saiu para a entrada de Cortês, que fez sua estreia no time. A decisão foi aprovada pela torcida, que vaiou muito o lateral que deixou o campo. A nova contratação alvinegra entrou bem no jogo e iniciou a jogada que culminou com um chute forte de Alessandro de fora da área. Por muito pouco, o lateral-direito não marca um golaço. A bola tirou tinta da trave.
Mais calmo, o Botafogo partiu para cima, mas esbarrou na falta de criatividade no meio. O time tinha a posse de bola, mas não conseguia produzir lances de muito perigo. Quando tudo levava a crer que o Avaí levaria a vitória parcial para o intervalo, Bruno tentou atrasar uma bola para Renan, mas não viu que o goleiro estava bem à frente. Loco aproveitou e deixou tudo igual no Engenhão.
Ritmo lento na volta
Ao contrário do primeiro tempo, quando o jogo teve um ritmo acelerado, a segunda etapa começou bem mais devagar. O Botafogo dominou as ações, mas não chegava com perigo. Nos primeiros minutos, a torcida só se manifestou quando Caio Junior decidiu tirar Herrera e colocar Lucas. Irritados com a saída do atacante, os torcedores vaiaram a substituição. O jogador, contudo, parece ter levado na boa sua saída, já que cumprimentou o técnico, ao contrário de Marcio Azevedo, no primeiro tempo.
O empate por 2 a 2 parecia agradar ao Avaí, que passou a se arriscar apenas nos contra-ataques e a fazer o tempo passar. Sem criatividade no meio, o Botafogo dependia das jogadas individuais. Caio, em chute de longe, obrigou Renan a fazer boa defesa. No rebote, Lucas foi ao chão, mas o juiz nada marcou. O lateral protagonizou uma boa jogada pela direita, depois de driblar dois e bater de canhota. O goleiro avaiano, atento, defendeu.
Embora ficasse com a bola na maioria do tempo, o Botafogo viu o Avaí ameaçar muito mais em apenas uma jogada. Evando, que havia acabado de entrar no lugar de Willian, driblou Arévalo e Jefferson, mas na hora de chutar, acertou Antonio Carlos que estava em cima da linha. No rebote, Rafael Coelho tentou de bicicleta, mas errou o alvo.
Na pressão, o Botafogo ainda tentou chegar ao gol da vitória. Sem sucesso. O time deixou o campo bastante vaiado pela torcida. "Time sem vergonha", gritaram os torcedores.
FICHA TÉCNICA
BOTAFOGO 2 X 2 AVAÍ
Local: Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)
Data: 13/4/2011 - 19h30 (de Brasília)
Árbitro: Fabrício Neves Correa (RS)
Auxiliares: José Javel Silveira (RS) e Carlos Henrique Selbach (RS)
Cartões amarelos: Antônio Carlos e Marcelo Mattos (BOT); Gian, Cássio, Julinho e Diogo Orlando (AVA)
Cartões vermelhos: -
Renda e público: R$ 77.400,00 / 4.523 pagantes / 5.574 presentes
Gols: William 9'/1ºT (0-1), Rafael Coelho 21'/1ºT (0-2), Herrera 22'/1ºT (1-2) e Loco Abreu 44'/1ºT (2-2)
BOTAFOGO: Jefferson, Alessandro (Somália 31'/2ºT), Antônio Carlos, João Filipe e Marcio Azevedo (Cortês 26'/1ºT); Arévalo, Marcelo Mattos e Everton; Caio, Herrera (Lucas 8'/2ºT) e Loco Abreu - Técnico: Caio Junior.
AVAÍ: Renan, Felipe (Acleisson 28'/2ºT), Gian, Cássio e Julinho; Marcinho Guerreiro, Bruno, Diogo Orlando e Marquinhos Gabriel; William (Evando 24'/2ºT) e Rafael Coelho (Fabiano 29'/2ºT) - Técnico: Silas.
Fonte: Globoesporte.com (crônica) e Lancenet! (ficha)
O time parece ter muita dificuldade para armas as jogadas. Tenta jogar de um lado para o outro, mas não consegue entrar na área adversária. Enquanto não tiver um meia-armador de verdade, vai ser este sofrimento. Everton nem é vaiado pela torcida, de tão apagado que tem sido nos últimos jogos.
Comentários do meu amigo Rui:
Eu não gostava do esquema de Joel Santana não por ser retranqueiro, mas por ser caracterizado por soluções muito pobres de ataque.
Na verdade, uma equipa com as limitações técnicas que muitos de nós sempre reconheceram – e não apenas agora, por razões de anti-joelsantanismo e para não se criticar Caio Júnior –, tem que se defender muito bem e avançar em contra-ataques.
Aliás, para os que não sabem, o Glorioso Botafogo do treinador Zagallo e dos craques Jairzinho, Gerson, Paulo Cesar Caju, Ferretti e Roberto Miranda, sustentava-se num goleiro ‘milagroso’, numa defesa cerrada e em contra-ataques rápidos com um meia criativo.
Portanto, o problema da nossa equipa não é, quanto a mim, deixar de ser retranqueira, porque se o deixar de ser retorna aos tempos do Cuca: fazia dois gols e tomava dois; fazia três gols e tomava três; fazia quatro gols e tomava quatro. E chamava-se a isto ‘carrossel ou ‘jogo eletrizante’, enquanto eu chamava má organização defensiva e laterais destrambelhados a atacar irracionalmente com desguarnecimento da defesa que tomava gols invariavelmente em cima dos inenarráveis Renato Silva e Alessandro ou outros quaisquer.
Há sempre um zagueiro ou um lateral que chega um nanossegundo atrasado antes de um gol adversário. Desde o tempo de Cuca que é assim: os gols adversários são falhas da defesa, ou por causa dos ‘frangos’, ou porque há sempre um Renato Silva, um Emerson, um Márcio Rosário, um Alessandro, um João Filipe, etc., que não chega onde devia chegar. É sinal de pouca atenção ao setor defensivo e má qualidade técnica dos treinadores na organização de uma defesa capaz.
O que eu quero não é muito: dois zagueiros decentes, barração de Somália, Alessandro, Márcio Rosário e restantes ‘perebas’, um meia criativo e um atacante ‘oportunista’. Se forem dispensados os montões de ‘perebas’ que se passeiam em General Severiano, tais contratações (4) poderiam ser feitas. A seguir desejo um 4-4-2 a evoluir para um 4-1-2-1-2, com bola rolando no chão, posse de bola e passes racionais.
Será isto tão difícil de fazer acontecer? E será difícil tirar melhor partido do Engenhão?
O Botafogo de Caio ainda não foi melhor do que o Botafogo de Estevam, mas ainda está muito aquém do Botafogo de Ney e de Joel, e arrisca-se a tomar muitos gols se se tornar ofensivo sem reforçar a miserável defensiva de que dispõe. Porque sem montagem de uma boa defesa também não se conseguem ataques consistentes com as frágeis peças de que dispomos.
A falta de concentração desta equipa é fatal, e nenhum treinador consegue concentrá-la durante noventa minutos. A tarefa de Ney é concentrar esta gente na Copa do Brasil. Mas não sei se conseguirá seguindo tal caminho…
Caio promete um ‘grande jogo’ em Florianópolis, mas de promessas e conversa sem resultados está o Botafogo cheio. Queremos memso é ver uma equipa equilibrada e consistente em todos os seus setores. E isso ainda não vi neste século XXI botafoguense.
Última nota: a torcida botafoguense tem que decidir se as justas vaias devem ser mantidas devido aos maus desempenhos da diretoria, da comissão técnica e dos jogadores ou se vale a pena fazer uma trégua por um certo tempo a fim de não desmotivar os atletas desde praticamente o início dos jogos. Assunto a debate.
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Um comentário:
Pelo compacto do jogo que assisti, o Botafogo já está quase fora do torneio.
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