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quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Falso padre é preso no interior de SP
Ele rezou missa, abençoou fiéis em grupos de oração e até benzeu objetos religiosos comprados por católicos. Não haveria nada incomum nos atos de Fabrício Gomes Morais, 35, em Araraquara (273 km de São Paulo), não fosse um único detalhe: ele não é padre.
Com um mandado de prisão por furto na capital, Morais foi preso no último dia 9, após ter sido padre por cinco dias. A carreira começou na segunda (5), na Livraria Católica São Pio, no centro.
Apresentando-se como membro da comunidade católica Canção Nova, Morais procurou a loja interessado em artigos religiosos. Disse à dona, Sheila Santos Silva, 28, que abriria uma unidade da Canção Nova em Araraquara e fez encomendas de R$ 30 mil --valor que seria pago pela entidade. Bom de lábia, logo ganhou a confiança de todos.
"Ele falava muito de religiosidade, tinha muito carisma." Na quinta (8), mesmo sem o pagamento, ele disse que rezaria uma missa e saiu da loja levando R$ 1.500 em produtos. No mesmo dia, procurou a Associação Padre Pio, uma ONG que atende moradores de rua. O local tem uma capela para missas. Lá, repetiu a história da Canção Nova. "Achei maravilhoso, um padre da Canção Nova querendo trabalhar aqui", disse a diretora Magda Leite.
QUEDA DA MÁSCARA
Naquela noite, porém, a farsa começou a cair no momento que seria o ápice da "carreira religiosa" --a missa. Ao conduzir a celebração para cerca de 20 pessoas, quase todos moradores de rua, Morais se enrolou. Em casa, à noite, a diretora da ONG resolveu pesquisar na internet e encontrou o perfil de Morais no Facebook.
A página o apresenta como "romântico" e interessado em mulheres. Magda, então, se convenceu da farsa.
No dia seguinte, enquanto ela tentava alertar a loja de artigos religiosos, o falso padre já estava na igreja matriz, onde foi falar com o pároco. A farsa montada por Morais ficou mais evidente. "Ele disse que tinha sido ordenado com 16 anos", diz o padre Marcelo Aparecido de Souza. Ao perceber que estava sendo descoberto, Morais foi à Delegacia Seccional de Araraquara, onde, passando-se por advogado, disse que estava sendo perseguido. Por causa do mandado de prisão por furto, acabou detido e levado a Jaboticabal.
O delegado Geriel Dal Ri, do 2º DP de Araraquara, disse que, além de padre e advogado, Morais também já havia tentado se passar por delegado da Receita Federal. Anos antes, segundo o secretário da Assistência Social de Araraquara, José Carlos Porsani, o rapaz já havia usado o nome de uma entidade para arrecadar dinheiro. "Agora ele virou padre. Se deixarem, esse rapaz vai virar papa logo", brincou. Católica, a mãe de Morais, Neusa Gomes Morais, 60, se disse chocada e que não pretende pagar um advogado. A reportagem não conseguiu ouvir o suspeito. Já a assessoria da Canção Nova disse desconhecer o caso.
Folha
Comentário do Aurelio:
A turma da Canção Nova só é enganada mesmo pelos padres "oficiais". Se este falso seguisse os rituais direito e sem se atrapalhar, ninguém desconfiaria (risos).
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