O corpo humano é movido pela eletricidade. É ela que, através dos impulsos elétricos do
sistema nervoso, nos faz sermos o que somos.
Mas como pode ser isso? Vejamos três exemplos:
1.- as imagens que vemos chegam às nossas retinas através dos fótons,
as sensibilizam e são transformados em impulsos elétricos pelo nervo ótico e
levados ao nosso cérebro que, por sua vez, "reconhece" essas imagens;
2.- os sons que ouvimos também chegam ao cérebro tendo suas ondas
sonoras transformadas em impulsos pelo aparelho auditivo;
3.- os músculos que movimentam nossas pernas obedecem a comandos
elétricos emitidos pelo cérebro.
O nosso sistema nervoso é bidirecional, ou seja, os impulsos elétricos vão
para o cérebro e também dele emanam. Eles são de uma amplitude muito pequena,
medida em miliampères. Um miliampère equivale a 1 Ampère dividido por 1000; para
se ter uma idéia, uma lâmpada de 100 Watts consome 0,91 Ampères se estiver
ligada em 110 Volts. A corrente que circula em nosso corpo dificilmente
ultrapassa os 25mA (miliampères), de tão pequena é; tanto que, para medir essa
corrente, os médicos necessitam de aparelhos muito sensíveis, como o usados para
eletroencefalogramas, eletrocardiogramas e eletroneuromierografias.
Vamos agora falar sobre o choque elétrico no corpo humano propriamente dito.
Ele é função de três fatores: tensão,
resistência e área de contato.
A tensão é medida em Volts [V] e é também conhecida por
voltagem. Em nosso dia a dia, temos desde os 1,5V de uma pilha pequena, passando
pelos cerca de 110/220V de nossas residências e pelos 13.800V de tensão primária
da companhia distribuidora de energia elétrica, até os 88.000V ou mais das
linhas de transmissão.
A resistência é medida em Ohms e quanto menor ela for maior
poderá ser o choque que levaremos.
A área de contato é muito importante pois, quanto maior ela
for e quanto mais umidade contiver, maior também será o choque elétrico.
Ora, quando levamos um choque, é o nosso corpo que oferece
resistência à passagem da corrente elétrica e, como na média ela
equivale a 300 Ohms, podemos ter uma idéia da corrente que poderemos sofrer caso
levemos um choque em nossa residência pela tabela a seguir:
TIPO DE CONTATO | 110V | 220V |
entre as pontas dos dedos de ambas as mãos (dedos secos) | 7mA | 14mA |
entre as palmas de ambas as mãos (palmas secas) | 122mA | 244mA |
mão com ferramenta e pés calçados (secos) | 6mA | 12mA |
mão com ferramenta e pés calçados (molhados) | 183mA | 366mA |
corpo no chuveiro ou na banheira | 220mA | 440mA |
É a partir dos 30mA que a corrente pode
começar a provocar efeitos danosos em nosso corpo, indo desde um leve formigamento,
passando pela paralisia momentânea e pela tetanização (rigidez total dos músculos), e
podendo chegar a fibrilação (movimentos descoordenados do coração), parada
cardíaca ou respiratória.
A tabela a seguir dá um exemplo de como essa corrente pode afetar nosso corpo em
função de sua magnitude:
CORRENTE | REAÇÕES FISIOLÓGICAS |
0,1 a 0,5mA | leve percepção superficial |
0,5 a 10mA | ligeira paralisia nos músculos, início de tetanização |
10 a 30mA | nenhum efeito perigoso se houver interrupção do contato em no máximo 5 segundos |
30 a 500mA | tetanização, sensação de falta de ar, possibilidade de fibrilação |
acima de 500mA | traumas cardíacos persistentes |
Nota: esta postagem pode ser publicada somente com a autorização do autor e referência ao mesmo.
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