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segunda-feira, 18 de abril de 2011
Incapacidade de detectar mentiras pode indicar estágio inicial de demência, diz pesquisa
RIO - Pesquisas realizadas por cientistas da Universidade de São Francisco, nos Estados Unidos, indicam que pode haver ligação entre a deterioração de determinadas partes do cérebro e a incapacidade de detectar mentiras nos discursos de outras pessoas, informa reportagem publicada nesta sexta-feira no site "PhysOrg.com". Os pesquisadores pediram a um grupo de voluntários adultos que analisassem vídeos de outras pessoas conversando - algumas com sinceridade e outras que contavam mentiras - e determinaram quais áreas do cérebro administram a percepção de sarcasmo e mentira.
Alguns voluntários eram saudáveis, mas muitos dos participantes do teste tinham doenças neurodegenerativas que causam a deterioração de certas partes do cérebro. Os cientistas mapearam seus cérebros usando imagens de ressonância magnética, que mostraram a associação dos dois problemas.
- Estes pacientes não podem detectar mentiras - disse a neuropsicóloga Katherine Rankin, membro do Centro de Memória e Envelhecimento da Universidade de São Francisco e a coordenadora do estudo. - A descoberta pode ajudá-los a serem diagnosticados mais cedo.
A pesquisa foi apresentada na última quinta-feira no 63º Encontro Anual da Academia Americana de Neurologia, no Havaí. Os dados sugerem que pode ser possível identificar pessoas com doenças neurodegenerativas mais cedo.
- Nós temos que diagnosticar esta doença mais cedo - defende Katherine. Muitos médicos acreditam que identificar estas pessoas num estado inicial do problema pode proporcionar uma melhor oportunidade de intervenção quando as drogas estiverem disponíveis.
A capacidade de detectar mentiras se localiza no lobo frontal do cérebro. Em doenças como a demência frontotemporal, por exemplo, esta é uma das áreas que se degeneram progressivamente em função da acumulação de proteínas danificadas e a morte de neurônios. Como os lobos frontais desempenham um papel significativo no complexo da ordem dos comportamentos humanos, a perda da capacidade de perceber mentiras é apenas uma das muitas formas pelas quais a doença pode se manifestar.
Os primeiros sinais da doença podem ser mudanças comportamentais. Muitas vezes, as pessoas se portam de forma inapropriada socialmente ou muda de opiniões que costumam ser bem enraizadas, como a preferência partidária e ou a religião.
Ironicamente, esses sinais costumam passar despercebidos porque são confundidos com depressão ou uma crise de meia idade extremada. Médicos já vinham observando indícios da perda de percepção por parte dessas pessoas porque muitos pacientes perdem quantidades significativas de dinheiro em golpes aplicados na internet ou por telefone.
O Globo
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