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segunda-feira, 18 de abril de 2011
Governo vai revitalizar 11 caças por R$ 276 mi
O Comando da Aeronáutica está investindo R$ 276 milhões na revitalização de 11 caças F-5E comprados da Jordânia por um valor estimado entre R$ 59,4 milhões e R$ 99 milhões. No total, o gasto máximo bate em R$ 375 milhões, cobrindo também a construção de um simulador digital de voo.
A decisão da reforma está diretamente ligada ao plano de reorganização da Força. O primeiro e mais amplo movimento foi a mudança do Esquadrão Pacau para Manaus. Seis F-5M foram transferidos da base aérea de Natal na primeira quinzena de dezembro de 2010. A Aeronáutica prevê o reposicionamento de outras unidades no Centro-Oeste e no Nordeste até 2014.
O jato, em versão avançada, denominada F-5M Tigre pela Força Aérea Brasileira, é a principal aeronave de combate da aviação militar. A decisão pela revitalização dos jatos nada tem a ver com a escolha F-X2, para compra de caças de múltiplo emprego e tecnologia avançada.
O avião aperfeiçoado está em certa medida afinado com a quarta geração de aeronaves da mesma classe - entretanto, distante dos três finalistas na seleção internacional. A lista inclui o francês Rafale, o sueco Gripen NG e o americano F-18 Super Hornet.
Usados. Os 11 aviões foram adquiridos em 2007 e deveriam servir, a princípio, como reserva de partes e de peças de reposição.
No lote jordaniano, há três unidades de dois lugares, para o treinamento e cumprimento de missões especiais de ataque - esses, sim, receberiam a nova formatação tecnológica. O procedimento será todo feito pela Embraer Defesa e Segurança, na fábrica de Gavião Peixoto, distante 300 quilômetros de São Paulo.
O executivo Orlando Ferreira Neto, vice-presidente da companhia, diz que os caças serão entregues entre 2013 e 2015. Os 46 caças F-5 da FAB estão sendo convertidos na configuração M (modernizado) pela Embraer desde 2000. O valor dessa encomenda é estimado em US$ 420 milhões. A parceira da empresa nacional é a israelense Elbit.
O F-5M superou expectativas e vai voar até 2030, cinco anos além da meta inicial. O benefício para a Embraer foi desenvolver "a capacitação no aperfeiçoamento eletrônico das aeronaves e a integração de sistemas", sustenta Ferreira Neto.
O F-5M é uma evolução do tipo original do qual, desde 1964, foram fabricadas 3.806 unidades. Recebeu um novo painel com telas digitais coloridas de cristal líquido, comando unificado, computadores de última geração, capacidade para uso de capacete com visualização de sistemas e de lançamento de bombas guiadas por laser, de mísseis de alcance além do horizonte, armas antirradar e recursos para elevar o índice de acerto no emprego de bombas "burras".
O principal diferencial incorporado, entretanto, é o novo radar Grifo, fabricado pela Mectron, de São José dos Campos. É multimodo, tem alcance de 80 quilômetros. Pode detectar até quatro diferentes alvos ao mesmo tempo, priorizando cada um deles pelo grau de ameaça. O caça perdeu um de seus dois canhões de 20 mm originais, abrindo espaço para o radar e para o novo painel digital. As outras medidas continuam iguais. O Tigre é esguio e mede 14,5 metros. Tem dois motores. Asas curtas, de 4 metros. Velocidade máxima de 1.900 km/hora - a operacional não passa de 1.770 km/h. O alcance fica em 2,5 mil km, mas o caça pode ser reabastecido no ar. O armamento, além do canhão, é composto por dois mísseis ar-ar. Leva 3,2 toneladas de cargas de ataque. Entre as quais bombas guiadas - por laser, satélite/GPS ou por plataforma inercial com radio de ação na faixa de 20 km.
Longa história. A primeira compra da FAB abrangia 42 F-5E Tiger II, linha da americana Northrop Corporation. Foi em 1973 e os primeiros caças chegaram em 1974. Na época, o preço era bom: US$ 115 milhões incluindo a documentação técnica e os suprimentos. Um ano antes o Brasil havia comprado os Mirage IIIE, da França. A preferência era pelo F-4 Phantom, mas o governo dos Estados Unidos não havia autorizado a exportação.
Estadão
Enquanto não decidem a confusão da compra dos novos caças, ao menos estes aviões vão aumentar a frota da FAB, que para o tamanho do Brasil, têm poucas peças.
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