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domingo, 18 de dezembro de 2011

Bairro ao sul de Madri é "cidade fantasma"

O cabeleireiro Toni Triguero e a região onde cresceu, Vallecas, ao sul de Madri, são o retrato da crise financeira e imobiliária na Espanha.

Triguero administra, "com cada vez menos movimento e dinheiro", uma "peluqueria" (salão de cabeleireiro) no bairro boêmio de Chueca, no centro de Madri.

Já o Ensanche de Vallecas, uma nova urbanização no bairro de mesmo nome, se assemelha a uma cidade fantasma, repleta de prédios de apartamentos e escritórios (prontos e vazios) e de esqueletos de construções interrompidas.

Triguero e Vallecas sofrem do mesmo mal: a paralisia do crédito bancário espanhol, que serviu por anos de combustível à economia do país.

Ele conta que a crise está por toda parte, especialmente nas histórias de sua clientela, que mudou de padrão.

"Mulheres que vinham com frequência ao salão agora aparecem raramente. E ainda querem ficar iguais a antes", reclama. "Muitas passaram a trazer tintura barata do supermercado. Mas não deixo de atender."

Ele tem uma hipoteca de 17 anos pela qual desembolsa pouco mais de € 1.000 (R$ 2.400) por mês. Morro de medo de não ter como pagar."

Ele chegou a pedir dinheiro emprestado à mãe há pouco, quando os negócios esfriaram e o salão ficou vazio.

Trigueiro mora com o companheiro em um prédio novo e grande. Puxando na memória, lembra ter visto apenas quatro vizinhos entre os andares. "O resto está vazio."

No centro de Madri, em um trecho de 200 metros na calle de Preciados, a reportagem contou seis imóveis comerciais para alugar e quatro faixas de vende-se para apartamentos nos andares acima. O preço das moradias na cidade caiu 45% desde 2006.

A calle de Preciados é próxima à Puerta del Sol, praça onde começou o movimento dos "indignados" espanhóis no último verão europeu. Com a chegada do frio, não havia sinal deles no centro de Madri na semana passada.


A Europa, o "velho" de decadente mundo, está á mingua. O euro foi um tiro no pé mas os governos europeus que vivem da bolha dos ganhos de mercado não querem reconhecer e quem sofre são seus cidadãos.

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