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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Paulistanos terão de viver sem sacolinhas a partir de janeiro

Com ou sem lei (que está suspensa), São Paulo vai banir as sacolinhas plásticas a partir de 25 de janeiro.

No lugar, o consumidor terá de se virar com ecobags retornáveis, caixas de papelão, carrinhos de feira ou sacolas biodegradáveis de amido de milho, vendidas a R$ 0,19.

Apesar de a eficácia da medida dividir ambientalistas (falta infraestrutura para decompor as tais sacolas biodegradáveis), as redes varejistas, o governo e a Prefeitura de São Paulo juntaram forças para vencer as resistências --a reação inicial do consumidor foi ruim nas pioneiras Jundiaí e Belo Horizonte.

Os consumidores reclamavam de pagar R$ 0,19 por algo que recebiam de graça, explodiu o consumo de sacos de lixo e houve bate-boca de quem não tinha como carregar as compras --principal argumento para derrubar na Justiça leis como a de São Paulo.

Nos próximos dias, começa a campanha com propaganda na TV e sacolas retornáveis gigantes afixadas nas ruas (terá uma na avenida Paulista, região central).

Os supermercados compraram mais de 100 milhões de sacolinhas biodegradáveis e reforçaram as encomendas das retornáveis duráveis --novo negócio até para grifes como Osklen e Cavalera.

A ideia é que o consumidor substitua o plástico não pela similar biodegradável, mas pela durável. Em Jundiaí, somente 5% do consumo "ressurgiu" nas biodegradáveis.

O fim dos plásticos motiva grito geral da indústria, que fatura R$ 1,1 bilhão e ameaça demitir 6.000 pessoas. Provoca "guerra de laudos" de diferentes tecnologias verdes, que tentam demonstrar emissão menor de CO2.

A sacolinha plástica entope bueiro, polui mananciais e vai parar no estômago de peixes nos seus mais de cem anos de vida. Com a biodegradável ocorre a mesma coisa, só que por até dois anos --em usina de compostagem (há somente 300 no país), são seis meses.

De cara, os supermercados vão economizar R$ 72 milhões mensais --valor dos 2,4 bilhões de sacos gratuitos.

Segundo João Sanzovo, diretor da Apas (Associação Paulista de Supermercado), a economia é desprezível perto dos gastos com propaganda, educação, coleta seletiva e treinamento de equipes.

"A sacolinha é uma comodidade para o supermercado. O fato de não ter uma indústria de compostagem não tira o mérito dessa iniciativa, que vai puxar outras."

Unilever e Procter investem em produtos como detergentes concentrados, que usam menos água e precisam de frascos menores. Os alimentos tendem a vir em embalagens com menos papel.

Para atender a indústria, a Braskem criou um plástico verde, a partir da cana, e emite menos carbono. Esse plástico será usado nas ecobags retornáveis.


Comentário do Celso:
A medida beneficia exclusivamente os supermercados e os fabricantes das sacolas retornáveis e biodegradáveis; pouco ajudará o meio ambiente.
O dia em que não houver caixas de papelão ou alguém para levar minha compra para o carro eu deixo a compra no supermercado.


Comentário do Aurelio:
É uma grande demagogia. As pessoas continuarão comprando sacos de lixo, como aqueles pretos vendidos em rolos. Eles poluem tanto quanto estes de mercado.

Nesta questão toda, o mais absurdo é obrigar o consumidor à pagar pelas sacolas supostamente biodegradáveis.
Recomendo este artigo, que refuta esta obrigatoriedade.



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