Ganhando ou perdendo, o Santos venceu. Não me lembro de quando uma decisão de mundial da Fifa tenha despertado tanto interesse como esta.
Do jogo, falarão todos os analistas. Prefiro falar da diferença que faz ter um ideal. E saber levá-lo adiante.
Luis Álvaro recolocou o Santos no centro do cenário mundial do futebol. Não só ao organizar o clube, conquistar títulos, mas mantendo uma visão. Um sonho maior. E não se deixando levar pelo conformismo da imensa maioria que apregoava ser impossível, no futebol brasileiro, fazer certas coisas.
A manutenção de Neymar foi um marco que coroou essa política. Mostrou capacidade, competência e tenacidade. Foi capaz de remar contra a corrente. Enquanto os outros dirigentes se escondiam no porto seguro da impossibilidade.
A manutenção de Neymar não foi a única conquista. Com certeza, foi a mais importante. Os dois melhores times do mundo, hoje, Real e Barcelona, bilionários, disputaram o craque santista. E não o levaram. Parece pouco. Não foi.
A ação de Luis Álvaro é um incentivo a quem ainda acredita. Políticas públicas caminham para uma mesmice e inoperância frustrantes. Em 2010, três mil projetos foram apresentados por deputados na Câmara Federal. Só três foram aprovados. Todos de iniciativa do executivo.
Mas o problema não se encerra no Legislativo. Hoje, a discussão sobre as políticas que podem mudar a vida das pessoas é pobre. Sem alternativas. Quase sempre uma tediosa repetição. Sem ousadia.
Ao se colocar no topo do mundo junto com o Barcelona, o Santos mostra que é possível sair de uma situação de inferioridade econômica e conquistar um grande sonho. Serve de inspiração.
O Brasil está se superando. A cidade de São Paulo pode fazer bem mais do que está fazendo para mudar a vida dos paulistanos. Pode pensar grande. E enfrentar o desalento.
O Santos é símbolo de vitória. Com qualquer resultado. Acendeu uma chama de esperança. Incorporou a chama que a cidade de São Paulo deve ter.
O Santos conduziu. Não foi conduzido.
Estamos precisando disso.
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