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domingo, 1 de agosto de 2010

Serra leva sexta multa. Onde estão as críticas?

Com as duas multas aplicadas ontem, por uso irregular das inserções do PSDB, José Serra igualou o mesmo número de multas – seis – já aplicadas contra o Presidente Lula e superou  as sanções  feitas contra Dilma Rousseff pelo tribunal. Com o agravante que as multas de Serra foram todas por uso indevido de  instrumentos de comunicação de massa, enquanto as aplicadas a Lula, como se sabe, incluiram até um comentário, sobre esperar que “a voz do povo fosse a voz de Deus” quando a multidão gritava o nome de Dilma.
O comportamento de Lula valeu-lhe as mais severas críticas dos colunistas e dos editoriais da grande imporensa. Até o NY Timesmeteu sua colher torta para dizer que Lula havia “passado das medidas” e desrespeitado a lei eleitoral. A vice-Procuradora sandra Cureau, além de dizer, desrespeitosamente, que o presidente não conseguia “ficar de boca calada”. Muito bem,vamos imaginar, apenas como exercício, que todos estivessem agindo de boa-fé.
Onde estão, agora, as colunas, os editoriais, as entrevistas, as ameaças de impugnação que se fizeram contra a candidatura Dilma pelas transgressões sobre as quais alguns colunistas disseram “faltar coragem” à Justiça Eleitoral para aplicar à candidata do Governo.
Onde está a Dra. Sandra Cureau que, há poucos dias, afirmou que  “o PSDB tem demonstrado mais zelo e respeito à Lei Eleitoral do que o PT.”?
E olhem que as três mais graves e objetivas transgressões de Serra – a utilização indevida dos programas do DEM, do PTB e do PPS em rede nacional de rádio em televisão, nunca é demais insistir, atropelando o Art. 45,parágrafo 1°, inciso I da Lei 9,096 – não foram julgadas e, duas delas, ao que eu saiba, sequer ajuizadas. Há farta jurisprud~encia no TSE sobre serem mais graves as transgressões quando elas se dão por meio capaz de influenciar pessoas em número suficiente para influir no resultado eleitoral.
A parcialidade – não, não, o engajamento – da grande imprensa com a oposição a Lula e Dilma não é novidade. Foi expressa com todas as letras pela diretora da Folha e presidente da associação de donos de jornais, sra. Judith Brito, ao dizer que pelo fato de ser de a oposição “estar muito fragilizada” o seu paepl seria desempenhado pelos jornais.
O que é novidade é uma procuradora da república, diante de um número de decisões judiciais contra os dois lados principais da disputa, vir a público manifestar críticas a um e elogiar o outro.
Se isso não for parcialidade, o que será?
PS.Os fatos expostos aqui são objetivos. Não são ilações. Exigir que sejam examinados não é  intimidação ao Ministério Público. Ao contrário, representam respeito e zelo com uma instituição que está acima do comportamento eventual de seus integrantes. Reagir a isso com corporativismo, sim, é que é subverter o princípio republicano de respeito às instituições e do direito de crítica a seus integrantes.


Blog do deputado Brizola Neto

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