"Idéias são as coisas mais resistentes que existem". Este é o mote proferido por Dom Cobb (Leonardo DiCaprio), que comanda uma equipe que compartilha e assim invade os sonhos das pessoas, para roubar ou inserir informações. Por incrível que pareça, os detalhes da tecnologia que tornam isto possível são deixados de lado no enredo, que é focado nos sonhos em si e no caminho necessário para implantar uma idéia na mente de um empresário. Dom é contratado por um poderoso homem para que isto seja feito (Saito). Em troca, ele promete que o personagem de DiCaprio poderá voltar a ver os filhos, já que é um procurado da polícia norte-americana. Aliás, o espectador talvez demore alguns minutos para se dar conta do que realmente está acontecendo na história, pois o início do filme tem uma direta ligação com seu final.
O filme mistura na medida certa os elementos de um filme de ficção, romance, suspense e drama. Não existem heróis e vilões definidos, o que torna a história mais interessante ainda. Sem dúvidas é um dos melhores filmes que a indústria cinematográfica produziu nos últimos anos, justamente por fugir de velhos clichês e de desfechos previsíveis.
A história leva para os telas do cinema as cenas improváveis que costumamos ver nos nossos sonhos, como quando um gigantesco trem corta uma avenida cheia de carros ou quando perde-se a gravidade dentro de um elevador. O diretor Christopher Nolan cria um complexo jogo mental, o qual se você deixar de prestar atenção por alguns minutos vai deixar de entender, principalmente pelo fato da história envolver sonhos dentro dos sonhos. O que Dom e sua equipe faz é ilegal e completamente imoral, mas mesmo assim quem assiste acaba torcendo por eles.
Dicaprio no filme é um viciado no mundo dos sonhos, porque quer escapar de sua realidade. Ele precisa enfrentar o "fantasma" de sua mulher (que ainda reside na sua mente), que cometeu suicidio justamente por não querer sair do mundo dos sonhos que Dom construiu com sua tecnologia. O tormento da imagem de sua mulher quase o faz perder todo o trabalho, na jornada de implantar uma idéia na mente do empresário Robert Ficher.Como os espectadores ficam na torcida por DiCaprio, os momentos em que Mal sua esposa aparece como protagonista são revoltantes.Também é impossível não lembrar dos quadros de Escher quando aparecem as escadas sem fim do mundo dos sonhos, ou melhor, em paradoxo, o que demonstra a grande pesquisa feita para se desenvolver o roteiro.
Para quem não tem visto bons filmes em cartaz, "A origem" é uma excelente opção de entretenimento no cinema.
Trailer:
Um comentário:
Aurelio, assisti ao filme hoje e achei-o excelente, até parece roteiro de Philip K. Dick de tão bom. Duas horas e meias sem piscar e sem sentir passarem.
Não querendo estragar surpresas, nunca vi uma narrativa em três níveis: impressionante!
E o pião, para ou não? (risos)
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