No Valeparaibano de hoje, lemos a seguinte notícia:
"Estudo elaborado por um grupo de especialistas do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) para a Prefeitura de São José dos Campos descarta a viabilidade, a médio prazo, de implantação de metrô de superfície no município, por falta de demanda de passageiros para esse meio de transporte.
O relatório técnico do trabalho sobre eventual implantação de um TRM (sistema de transporte rápido de massa) em São José foi entregue este mês à Secretaria Municipal de Transportes.
Uma das alternativas avaliadas foi a possibilidade de construção do metrô de superfície ou um sistema de transporte rápido de massa no terreno da rede de linhas de transmissão de energia elétrica que atravessa a cidade entre as regiões leste e sul, conhecida como 'linhão', que tem cerca de 22,5 quilômetros de extensão.
De acordo com a Secretaria de Transportes, o estudo aponta que seria inviável utilizar o terreno para um sistema TRM porque parte do seu traçado passa ao lado de bairros populosos, como Jardim Satélite e Parque Industrial, na zona sul, o que obrigaria a implantação de serviço complementar de transporte para o deslocamento da população até a malha do sistema.
SUGESTÕES - Entretanto, segundo a pasta, o estudo não descarta a possibilidade de utilização de parte dessa área para a implantação de corredor viário expresso para carros, desde que integrado ao anel viário.
Como alternativa para viabilizar um sistema TRM, os especialistas sugerem a construção de corredores expressos na malha viária existente, que comportariam um serviço operado por modais VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) ou VLP (Veículo Leve sobre Pneus).
Pela modelagem do estudo, esse sistema poderia ser implantado em corredores viários de bairros populosos como, por exemplo, nas avenidas Andrômeda e Bacabal, região sul, e JK, zona leste, segundo revelou o secretário de Transportes, Anderson Farias Ferreira, ao valeparaibano.
O secretário relatou que o VLP seria um modal interessante para um eventual sistema de TRM a médio prazo, em um horizonte de 15 anos.
"Os veículos teriam portas laterais nos dois lados e trafegariam em corredores centrais de avenidas largas em bairros de grande adensamento populacional", disse Ferreira.
METRÔ - "O relatório não indica qual seria o melhor sistema de transporte rápido de massa, mas aponta sugestões que precisam ser mais avaliadas e detalhadas", afirmou o titular da pasta de Transportes.
As propostas e sugestões do grupo resultaram de um convênio firmado pela administração municipal com o ITA em 2007, com a colaboração da Fundação Casimiro Montenegro Filho, que mantém cooperação com o instituto.
De acordo com o secretário de Transportes, o metrô de superfície foi descartado porque, além de ter um custo elevado de construção, em torno de R$ 300 milhões o quilômetro, não haveria demanda para esse meio de locomoção de massa.
Já o custo do quilômetro de um TRM com corredor para ônibus articulado e bi-articulado é de R$ 15 milhões. Para VLT, são R$ 50 milhões, segundo dados da pasta.
RAIO-X - Atualmente, o sistema de transporte urbano de São José atende em média a 5,8 milhões de passageiros por mês. O serviço possui três lotes operados pelas concessionárias Expresso Maringá e Julio Simões e pela permissionária Capital do Vale. O sistema é complementado pelo transporte alternativo, que possui 80 vans e transporta média 300 mil passageiros mensais."
Comentários:
O estudo parece desconsiderar que um transporte sobre trilhos como este é muito menos poluente que os ônibus. Os técnicos do ITA propõem a criação de novas faixas de veículos, o que causará mais poluição à cidade. Sobre descartarem um trajeto cortando o terreno da rede de linhas de transmissão de energia elétrica, seria apenas uma questão de elaborar outros traçados para o trem.
Um exemplo de como um transporte como este poderia ser benéfico: quem estuda na Univap, na Urbanova, sofre muito com os ônibus que saem daquele bairro para o centro. São poucos os ônibus e no horário da saída, sempre estão lotados. Existem apenas duas opões para o estudante: ou vai de Van, pagando cerca de 100 reais por mês ou pega um ônibus lotado na ida e na volta. Um transporte sob trilhos passando naquela região teria demanda na certa.
Falando em demanda, me parece óbvio que se um metrô de superfície como este tivesse um traçado arrojado, com várias linhas cruzando a cidade, obviamente teria demanda, "roubando" passageiros dos ônibus. Uma prefeitura rica como a de São José poderia ser ousada, subsidiando o valor da passagem (assim com a prefeitura da capital faz com o metrô), estimulando seu uso e retirando muitos carros das ruas. O projeto do Veículo Leve sobre Pneus também não deve ser abandonado.
A prefeitura deve encomendar estudos similares à outras empresas, mesmo que sejam de fora da cidade.
Interessante projeto de VLP