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segunda-feira, 1 de março de 2010

Los Angeles se torna a nova Amsterdã para usuários de maconha




Folha de São Paulo - FERNANDA EZABELLA
ENVIADA ESPECIAL A LOS ANGELES
Terminou na "Caverna do Batman" a breve jornada de um publicitário australiano em busca de maconha legalizada em Los Angeles. E ele ainda nem estava chapado. Uma lei aprovada em 2003 ampliou o acesso à maconha para fins medicinais na Califórnia, liberado em 1996, mas gerou uma proliferação descontrolada de estabelecimentos de venda da droga, que hoje o Estado luta com dificuldade para diminuir. Los Angeles possui mais lojas de maconha, com ervas de vários tipos e brownies especiais, do que cafeterias Starbucks. É quase como uma Amsterdã, onde cafés autorizados vendem a droga livremente. Na Califórnia, no entanto, é necessário comprovar residência no Estado e ter uma carteirinha de paciente liberado para consumir "marijuana médica".
É imensa a lista de doenças para as quais a maconha promete aliviar a dor: glaucoma, câncer, anorexia, ansiedade, insônia, enxaqueca etc., todas catalogadas nas incontáveis propagandas de estabelecimentos em revistas e jornais locais. A turística avenida Melrose lembra a capital holandesa. Entre lojas de roupas descoladas, estão lojas de maconha, às vezes três num quarteirão. Foi passando por ali que o publicitário resolveu tirar sua carteira. A Folha acompanhou o processo. Para cada loja de maconha, há sempre um consultório médico especializado por perto. No Happy Medical Center, havia uma recepção protegida por vidro e uma médica de jaleco com perguntas pouco afiadas. "De zero a dez, quanto é sua dor?", ela perguntou para o publicitário, atendido depois de dez minutos na sala de espera, sem hora marcada e após preencher um formulário de oito páginas. A médica chega a atender cem pacientes por dia. "Claro, tem gente que vem só para conseguir a droga por recreação." Quarenta e cinco dólares depois, e a carteirinha ficou pronta. O próximo passo foi também curto. No mesmo shopping, numa sobreloja, estava a "Caverna do Batman". Após cadastro, um vendedor nos levou para a tal "caverna". "O que vão querer para hoje?", perguntou, atrás de um balcão de madeira, repleto de apetrechos coloridos para fumar a erva. "É a primeira vez? Então, por favor, experimentem nossa especialidade", disse, passando uma espécie de narguilé transparente. Apesar da insistência, a reportagem da Folha recusou.


Comentários:

Los Angeles, em um país de primeiro mundo, com polícia ultra-eficiente e viciados em maconha conseguem atestados para poderem comprar a droga.
Isso demonstra que até o uso medicinal da cannabis deve ser visto com cautela.
Imaginem se isso fosse no Brasil?
Estaríamos agregando mais um problema ao combate às drogas. Se lá existe um cuidado extremo dos governos para permitir a maconha medicinal e ocorre esta farra, no Brasil obviamente seria bem pior.


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