Pesquisar este blog

sábado, 14 de abril de 2012

Com a cabeça na nuvem

Apesar de toda a badalação em torno da tal nuvem, ainda não me convenci de sua utilidade. Especialistas não se cansam de recomendar que embarquemos nessa onda (alguns, até, argumentando que não há escapatória). E, no entanto, quando se analisa a realidade, há mais registros de problemas do que de soluções.


Para quem chegou agora (ou tem andado “nas nuvens” ultimamente, em termos de informação): nuvem (do inglês “cloud”) é o nome genérico dos serviços de armazenamento de dados. Lá, você e sua empresa podem colocar todos os seus arquivos, que eles estarão sempre à disposição, via internet. A vantagem seria não ter que manter grandes estruturas para bancos de dados, economizando espaço físico e não precisando trocar de computador a toda hora. O mesmo vale para os programas: é possível acessá-los remotamente, apenas quando necessário, poupando a memória de computadores e servidores.

Seria lindo se não fosse a matemática: quanto mais pessoas e empresas usam a nuvem, mais ela fica congestionada; e, portanto, o acesso àqueles seus preciosos dados deixa de ser tão simples quanto prometia. Pode-se aumentar a capacidade de armazenamento, mas esta é finita.

Um estudo recente publicado na Coreia (hoje o país com a melhor rede de banda larga do planeta) mostra que a disseminação dos dispositivos portáteis, e agora dos Smart TVs, complica ainda mais as coisas. “A nuvem é um pré-requisito para o sucesso desses aparelhos”, diz o pesquisador Park Min-seong, do Instituto de Desenvolvimento da Sociedade da Informação (KISDI), sediado em Seul. “Os fabricantes precisam se entender com os provedores, caso contrário esses aparelhos não vão funcionar”.


No Brasil, como em todos os países onde a banda larga ainda é uma ficção, o conceito de nuvem torna-se inviável, pelo mesmo motivo matemático: quanto mais acessos, mais lentas as conexões. Mesmo em alguns smart TVs que testamos, às vezes os aplicativos travam devido à instabilidade das redes. Claro, a tendência é que estas sejam ampliadas. Mas esse parece ser o típico caso em que é preciso ver para crer. Somente quando tivermos banda larga estável e disponível para a maioria dos usuários é que será possível falar em nuvem.


Enquanto isso, melhor ficar aqui embaixo mesmo.

Nenhum comentário: