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sábado, 14 de maio de 2011

Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado



Livro didático de língua portuguesa adotado pelo MEC (Ministério da Educação) ensina aluno do ensino fundamental a usar a “norma popular da língua portuguesa”.

O volume Por uma vida melhor, da coleção Viver, aprender, mostra ao aluno que não há necessidade de se seguir a norma culta para a regra da concordância. Os autores usam a frase “os livro ilustrado mais interessante estão emprestado” para exemplificar que, na variedade popular, só “o fato de haver a palavra os (plural) já indica que se trata de mais de um livro”. Em um outro exemplo, os autores mostram que não há nenhum problema em se falar “nós pega o peixe” ou “os menino pega o peixe”.

Ao defender o uso da língua popular, os autores afirmam que as regras da norma culta não levam em consideração a chamada língua viva. E destacam em um dos trechos do livro: “Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para norma culta como padrão de correção de todas as formas lingüísticas”.

E mais: segundo os autores, o estudante pode correr o risco “de ser vítima de preconceito linguístico” caso não use a norma culta. O livro da editora Global foi aprovado pelo MEC por meio do Programa Nacional do Livro Didático.

Atualizado às 16h20: Em entrevista ao iG, uma das autoras do livro, a professora Heloísa Ramos, declarou que a intenção era deixar aluno à vontade por conhecer apenas a linguagem popular e não ensinar errado.

Fonte


Querer relativizar o português correto é vergonhoso e absurdo. Daqui à pouco vão falar que a escrita é correta relativa também. Alguns pedagogos não têm noção do absurdo.

Um comentário:

Eri disse...

De fato, para o leigo nos assuntos relacionados à linguística, não é fácil entender essa questão.Mas posso explicar.Existem 2 tipos de gramática aceitos hoje na academia:a prescritiva e a descritiva.A prescritiva tem carater normativo, ou seja, apenas dita regras.Essas regras foram estabelecidas como "certas" por uma elite, minoria no país, que quer preservar seu falar. Isso não é de hoje (procure saber mais sobre os puristas da língua).Dizemos então que os prescritivistas se preocupam com O QUE SE DEVE DIZER.Já a gramática descritiva, como o próprio nome sugere, apenas descreve a língua, sem fazer juízo de valor, preservando o aspecto principal das línguas: a comunicação.Portanto, consideramos que os descritivistas observam O QUE SE DIZ, independentemente de valores sociais associados à língua, como a NORMA CULTA.Ao se privilegiar essa última gramática no processo de ensino-aprendizagem, o professor poderá motivar o senso crítico do aluno em relação à sua própria língua.Ele, o aluno, optará por usar uma variante prestigiada (norma culta)ou uma variante popular ("erro"), de acordo com O CONTEXTO, OS INTERLOCUTORES ETC. Afinal, como já disse o imortal Bechara, "O falante deve ser poliglota em sua própria língua". Esse tipo de postura evita o chamado PRECONCEITO LINGUÍSTICO. Alguns autores, como Marcos bagno, abordam esse tema em suas obras.Sugiro duas delas: Preconceito linguístico e A Norma Oculta.Por hora, recomendo o texto "Presidenta, sim!", do mesmo autor, que está rolando na internet.Tem uma página e meia, é simples e bem objetivo.