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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Defensores da legalização das drogas fazem comparações desonestas

Açúcar branco é bem diferente de qualquer droga ilícita

Alguns defensores da legalização da maconha ou de outras drogas dizem que "se as drogas estão proibidas, então alimentos como bacon também deveriam ser proibidos".
Vejam porque este argumento não procede:


A princípio, uma comparação exige eqüidade categórica. Alimentos e tóxicos estão em categorias de substâncias distintas. As últimas são substâncias psicoativas, enquanto os primeiros, em sua maioria, não. Uma comparação precisa vir acompanhada da justificação de fazê-lo, porquanto material e logicamente diferem demasiado.
Eis duas substâncias: A e B. Em quantidade elevada, A é nociva. B é nociva mesmo em pequenas doses, no entanto, ela promove alteração do estado de consciência. Fast-food, bacon ou açúcar não alteram o estado de consciência. Portanto, A causa danos somente para aqueles que a ingerem. E B, por ser psicoativa, acompanha dependência química e psicológica malefícios à coletividade social enquanto um todo. A é um alimento. B é uma droga.
O dano físico causado pela ingestão não é, portanto, o fator pelo qual os governos regulam o uso de psicoativos.
Alguém que come muito bacon causa mal somente a si próprio. Já quem ingere crack causa danos a ele e à sociedade. Alimentos prejudiciais à saúde não são psicoativos. Ninguém corre o risco de causar um acidente automobilístico após comer um cheeseburguer com bacon ou tomar uma coca-cola mexicana cheia de açúcar. Independente de ser contra ou a favor a legalização da maconha ou de quaisquer outras drogas, não dá para compará-las com alimentos que podem ser prejudiciais.
São vários os males causados pela maconha. Dividem-se em:
 a) Dano à pessoa que faz uso, que tais: dependência (maconha aumenta os níveis de GABA, o que multiplica seus receptores para o mesmo, causando dependência); efeito sedativo, o que se torna perigoso na hora de dirigir ou realizar atividades que exigência diligência, tal como manusear objetos cortantes etc.;
 aumento do risco de câncer devido ao fumo;
diminuição do nível plasmático de testosterona;
etc.
b) Danos à sociedade em geral.
Financiamento do tráfico de drogas, o que implica violência generalizada;
elevação da carga tributária, pois inúmeros estudos demonstram que usuários de maconha experimentam outros tipos de drogas, e uma porcentagem dessas pessoas continuam a fazer uso delas, tais como cocaína e crack, drogas viciantes, o que implica impostos direcionados para o SUS para tratamento de viciados;

Por conseguinte, equiparar comida com droga é como comparar leite com pinga. São duas classes de substâncias distintas, bioquímica e metabolicamente. Ambos são ingeríveis, mas enquanto primeiro é um alimento, o segundo é um tóxico. Somente sob o efeito deste último é que a comparação pareceria legítima. A não ser, é claro, sob o efeito de um baseado. Ou seria burrice?

Em um debate, uma pessoa falou:

"O sujeito usa droga porque quer sentir um alívio ou um bem-estar, assim como um depressivo usa lexotan, ou um paciente com dor crônica toma analgésico. "


Primeiro erro: um depressivo deveria fazer uso de inibidores dos receptores de recaptação de serotonina (antidepressivos), e não de benzodiazepínicos (lexotan é um depressor do sistema nervoso central).

Segundo engano:O sujeito usa drogas, de facto, à procura de bem-estar. Mas o seu bem-estar é obtido à custa do mal-estar dos outros, dado o malefício causado pelo financiamento do tráfico, as despesas com a recuperação de dependentes químicos, e os inúmeros efeitos psicológicos negativos promovidos pelas drogas, tais como descontrole, impulsos violentos, alucinações e outros resultados que podem ser danosos.


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