Como considero a diversidade o ponto mais interessante da cidade de São Paulo, gosto da ideia de termos, tão próximas, as paradas gay e evangélica tomando as ruas pacificamente. Tão próximas no tempo e no espaço, elas têm diferenças brutais.
Os gays não querem tirar o direito dos evangélicos (nem de ninguém) de serem respeitados. Já a parada evangélica não respeita os direitos dos gays (o que, vamos reconhecer, é um direito deles). Ou seja, quer uma sociedade com menos direitos e menos diversidade.
Os gays usam a alegria para falar e se manifestar. A parada evangélica tem um ranço um tanto raivoso, já que, em meio à sua pregação, faz ataques a diversos segmentos da sociedade. Nesse ano, um do seus focos foi o STF.
Por trás da parada gay, não há esquemas políticos nem partidários. Na parada evangélica há uma relação que mistura religião com eleições, basta ver o número de políticos no desfile em posição de liderança. Isso para não falar de muitos personagens que, se não têm contas a acertas com Deus, certamente têm com a Justiça dos mortais, acusados de fraudes financeiras.
Nada contra --muito pelo contrário-- o direito dos evangélicos terem seu direito de se manifestarem. Mas prefiro a alegria dos gays que querem que todos sejam alegres. Inclusive os evangélicos.
Civilidade é a diversidade. São Paulo, portanto, é mais gay do que evangélica.
Folha de SP
Um comentário:
O mais interessante deste jornalista é que este artigo é "levemente" tendencioso, embora aparantemente não pareça. É falar de preconceito usando-se de um conceito preconceituoso. Isso não é um paradoxo não..
Pensei que pela origem do jornalista ele soubesse o que é sofrer preconceito.
Mas pelo visto , não. É tão preconceituoso, quanto o que condena.
Mas o mundo é muito hipócrita, mesmo. É como o o preconceito milenal disfarçado de muitos judeus e muçulmanos. Quem sabe os gays e evangélicos aprendam com estes povos nada preconceituosos.
hehehe
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