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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

WikiLeaks revela locais estratégicos para os EUA no Brasil e no mundo

Submarino nuclear francês, similar ao que o Brasil terá


Um documento secreto assinado em fevereiro de 2009 pela secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, e divulgado ontem pelo WikiLeaks, mostra que alguns recursos naturais brasileiros estão em uma lista de interesses estratégicos de Washington e são considerados "vitais" para a segurança nacional americana.

O documento traz uma relação de cerca de 300 locais espalhados pelo mundo cuja perda "pode ter um impacto crítico na segurança econômica, saúde pública ou na segurança nacional dos EUA". A recomendação de Hillary era para que todas as embaixadas produzissem uma lista onde há pontos "críticos de infraestrutura" e "recursos-chave" em cada país.

No Brasil, os locais relacionados foram: dois cabos submarinos de telecomunicação em Fortaleza (CE) e um no Rio de Janeiro, as minas de minério de ferro e manganês da multinacional Rio Tinto - que hoje pertencem à Vale -, e as minas de nióbio de Araxá (MG) e Catalão (GO).


Não constam da lista as reservas do pré-sal e nem os recursos biológicos da Amazônia, alardeados pelo governo brasileiro como locais que precisam ser protegidos da ameaça externa.


Nióbio. O Brasil tem 98% das reservas mundiais exploráveis de nióbio, metal usado em ligas de grande resistência, matéria-prima para cápsulas espaciais, mísseis, foguetes, reatores nucleares e semicondutores. O produto é tido como fundamental para a indústria bélica e espacial dos EUA, que importa do Brasil até 87% do nióbio de que necessita.

Segundo a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, somente as reservas de nióbio da mina de São Gabriel da Cachoeira (AM) valeriam cerca de US$ 1 trilhão. A mina de Araxá seria responsável por 75% de todas as reservas mundiais do metal.

Os diplomatas americanos listaram também pontos de eventuais estrangulamentos no fornecimento de suprimentos usando como base três critérios: ligações físicas diretas (gasodutos, oleodutos, cabos de telecomunicações e pontes perto da fronteira americana), produtos e serviços controlados por outros países (matérias-primas essenciais para a indústria dos EUA) e locais de passagem fundamentais para comércio mundial (como o Canal do Panamá e os Estreitos de Ormuz. Gibraltar e Malaca).

Também fazem parte da lista usinas hidrelétricas próximas do território americano, localizadas no México e no Canadá, que são importantes para o fornecimento de energia do país. Outros recursos naturais relacionados são a exploração de zinco no Peru, a de cobre no Chile, a de cobalto no Congo e de bauxita em Guiné, assim como a usina de Abqaiq, na Arábia Saudita, maior centro de processamento de petróleo do planeta, e o entroncamento de gasodutos em Nadym, no oeste da Sibéria, que é descrito como o mais "crucial do mundo".

O objetivo do documento secreto seria também manter um inventário, atualizado anualmente, dos locais fora dos EUA cuja perda poderia afetar a "saúde pública do país", principalmente diante do temor de epidemias e ataques de bioterrorismo.

Por isso, a lista inclui desde uma fábrica de soro antiofídico na Austrália até uma indústria de insulina na Dinamarca. Há ainda laboratórios farmacêuticos na Espanha, França e na Suíça - a Roche, que produz o Tamiflu, usado para combater a gripe suína, também foi incluída na relação.

Reação. O Departamento de Estado dos EUA e o governo britânico criticaram a divulgação dos locais estratégicos.

O argumento é o de que o documento é um presente para grupos terroristas, como a Al-Qaeda, que teria uma vasta lista de alvos em potencial. "Existe uma razão forte para manter confidenciais algumas informações vitais, incluindo a identificação de pontos de infraestrutura que são fundamentais para a economia dos EUA", disse Philip Crowley, porta-voz do Departamento de Estado (mais informações na página A11).

Segundo o premiê britânico, David Cameron, a divulgação do documento "é prejudicial à segurança nacional dos EUA e da Grã-Bretanha".

Alguns analistas, no entanto, afirmam que a lista de locais estratégicos não apresenta nenhuma novidade. Muitos locais já teriam sido alvo de terroristas, como a usina saudita de Abqaiq, que foi atacada pela Al-Qaeda em fevereiro de 2006.

ATENÇÃO GLOBAL

Todos os locais são citados em um único documento, assinado por Hillary Clinton, em fevereiro de 2009

Entre os principais pontos de passagem de mercadorias estão os Canais do Panamá e de Suez e os Estreitos de Ormuz, Málaca e Gibraltar

No Brasil, foram listados cabos de telecomunicações no Ceará e no Rio, e minas de ferro, manganês e nióbio em MG, MS e GO

Os EUA consideram estratégicas hidrelétricas no México e no Canadá

A perda ou o ataque a algum desses locais afetaria a economia ou a segurança dos EUA.

Estadão

Depois ainda reclamam dos investimentos que serão feitos nos próximos anos, nas Forças Armadas Brasileiras. O Brasil é um celeiro gigantesco de riquezas. Temos mais é que comprar novos caças, construir submarinos nucleares e tudo o que estiver ao alcance de nossos recursos. Não se trata de paranóia, mas sim de fato: Nosso país é altamente cobiçado por suas jazidas minerais, assim como por sua biodiversidade. Muitos urubus (ou seriam águias?) estão de olho e cobiçam o tempo todo o que temos. Sou de opinião de que o Brasil deveria ter sim armamentos nucleares, como poder de dissuasão. Por que Índia, Paquistão, França, EUA e outros países podem ter e nós não?


Tecnologia para enriquecer urânio até o ponto necessário para armas nucleares nós já temos. Qualquer país pensaria duas vezes antes de cobiçar ou hipoteticamente inventar motivos para tirar o que é nosso sem autorização, o que já ocorreu com outras nações várias vezes ao longo da história.
Leia aqui uma matéria interessante sobre o programa nuclear brasileiro.

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