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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
‘Spray do capeta’ é nova onda entre os jovens de S. José
Há 38 anos, os desodorantes já davam trabalho para o médico psiquiatra Marco Antonio Vitti, hoje com 63 anos. Na época, ele trabalhava com a recuperação dependentes de álcool. Os jovens em abstinência acabavam ingerindo desodorante líquido.
“Estes desodorantes dão trabalho (aos médicos) há mais de vinte anos. Lembro que, quando não havia lança perfume, alguns jovens ingeriam desodorante nas clínicas”, contou.
O tempo passou e o desodorante, coitado, continua sendo o ‘vilão’ da história. Reportagem do BOM DIA flagrou na última sexta-feira jovens inalando o cosmético na avenida Jorge Zarur, centro de São José.
Alguns segundos de alucinação, que podem causar danos irreversíveis ao organismo. “O maior prejuízo para o organismo são os gases que saem deste produto. É o mesmo gás usado no gás de cozinha e também nos inseticidas”, disse Vitti.
Apreensão /Segundo o capitão Luiz Felix de Souza Junior, da Polícia Militar, não se pode apreender o desodorante sem que exista comprovação de que as substâncias do cosmético causam dependência química.
“A polícia não pode recolher este material sem este respaldo. A não ser que exista uma denúncia de que ele foi furtado de algum estabelecimento.”
Ainda segundo ele, se a substância for encontrada com frequência entre os jovens, autoridades em saúde podem chegar a restringir a venda do produto na cidade. “Nas últimas décadas, a venda de muitos produtos químicos passou a ser restrita nas farmácias porque estes produtos estavam sendo usados por dependentes químicos”, afirmou o capitão.
Corretivo /Enquanto assistia de camarote a ‘bebedeira’ de jovens ao lado do supermercado Extra em São José na última sexta-feira, a copeira Edna Ferreira, de 43 anos e o marido, Donizete Ferreira, de 50, lembravam da última vez que o filho caçula, de 18 anos, se embriagou, há dois anos.
Foi o último ‘porre’ que o jovem tomou. O segredo? Um corretivo, que não tardou a ser aplicado. “Deixamos ele de castigo e ele nunca mais bebeu. Hoje ele paga um ‘mico’ porque onde ele vai, nós vamos também. Eu acho que um pouco é culpa dos pais”, concluíram.
“Jovem precisa de ajuda”, diz psicóloga
Autodestruição. Para a psicóloga Andréia Veloso, é este o sentimento que motiva o uso de desodorantes por jovens de São José. “O jovem não tem consciência do que acontece no corpo dele quando ele inala esta substância, na verdade, ele acredita que nada de mal vai lhe acontecer. Ele acha que não é viciado, o viciado sempre é o amigo e não ele”. Para os pais, o recado. “Não desista da conversa. Estes jovens se sentem vazios e precisam de ajuda”.
Em Taubaté, PM decide agir depois da tragédia
Sete dias depois que o adolescente Lucas Salzamo de Freitas, de 14 anos, foi executado com dois tiros, próximo ao Taubaté Shopping, uma força-tarefa formada pela Polícia Militar, Prefeitura e outros órgão fez no último sábado a primeira ofensiva com o objetivo de dispersar os jovens do local, onde eles estão vulneráveis à violência. A ação, no entanto, não resolve o problema. “Eles vão acabar migrando para outro lugar”, entregou o tenente coronel Marco Antonio Borges Monteiro, comandante do 5º BPM-I (Batalhão de Polícia Militar do Interior), em Taubaté. A promessa é manter a PM nas imediações do shopping, por tempo indeterminado. “A viatura vai ficar no local no fim de semana. A prefeitura vai observar de perto a venda de bebidas dos estabelecimentos das imediações, mesmo por maiores”, garantiu o comandante da PM na cidade.
Jornal Bom Dia
Comentários:
Seria bom que proibissem a venda deste desodorante e a polícia deveria abordar sim os adolescentes, pois podem estar usando outras drogas.
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