O único Ônibus Espacial que foi para o espaço, o Buran, juntamente com o Energia, o seu foguete lançador, foram destruídos pelo desabamento do teto do hangar onde estavam armazenados. O desastre aconteceu em 2001, durante a restauração do hangar 112 e matou 7 trabalhadores.
Depois do colapso da USSR em 1991, os orçamentos minguaram. Assim, o projeto Buran-Energia foi uma das vítimas, apesar da intenção de levá-lo adiante. Finalmente, com o fim da guerra fria, os militares russos decidiram que não havia mais motivo para continuar torrando dinheiro num veículo espacial reutilizável.
Em 1993, o financiamento estancou tão completamente, que não havia dinheiro nem para encerrar o projeto. Além disto, nenhum dos burocratas teve coragem de encerrá-lo definitivamente, para não escancarar que os 18 anos despendidos em desenvolvimento e pesquisa haviam sido inúteis.
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O Buran se tornou propriedade do Cazaquistão. Os modelos de teste permaneceram alguns anos em hangares, de onde foram removidos para aproveitamento de espaço. O Hangar 112, onde o Buran versão 1.01 e o lançandor Energia estavam armazenados, foi aberto ao público, porém, devido à falta de manutenção, foi fechado por problemas de segurança.
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A restauração do telhado começou e em maio de 2002, durante a reforma, o telhado desabou matando 7 trabalhadores. A localidade de Baikour no Cazaquistão, onde está o Buran, é uma terra árida, que recebe chuva apenas alguns dias durante o ano. Esta foi uma das razões pelas quais as autoridades russas escolheram este lugar para a localizar o cosmódromo soviético.
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O clima continental de Baikour é muito quente no verão, superando os 40 ºC e muito frio no inverno. Por isto, apesar da construção ser termicamente isolada, não tem nenhuma proteção contra a chuva. O material usado como isolador é uma espécie de espuma que se expande na presença de água. Como o ano de 2002 foi extremamente chuvoso, a espuma “inchou” sobremaneira, foi quando os trabalhadores correram para consertá-lo, sem conseguir evitar que ele desabasse em virtude do peso excessivo.
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Nenhuma parte deste projeto foi reutilizada até hoje, exceto os motores do primeiro estágio do Energia (foguete Zenith), que equipava o lançador marítimo. Depois de tudo, fica parecendo que todo o duro trabalho feito por engenheiros, técnicos e trabalhadores, foi uma lamentável perda de tempo.
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O Buran e o Energia, que foram feitos para brilhar no espaço mostrando o poderio Soviético, finalmente morrem na terra por inanição financeira.
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