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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Buran, o triste fim do único Ônibus Espacial Soviético a ir para o espaço.



O único Ônibus Espacial que foi para o espaço, o Buran, juntamente com o Energia, o seu foguete lançador, foram destruídos pelo desabamento do teto do hangar onde estavam armazenados. O desastre aconteceu em 2001, durante a restauração do hangar 112 e matou 7 trabalhadores.





Depois do colapso da USSR em 1991, os orçamentos minguaram. Assim, o projeto Buran-Energia foi uma das vítimas, apesar da intenção de levá-lo adiante. Finalmente, com o fim da guerra fria, os militares russos decidiram que não havia mais motivo para continuar torrando dinheiro num veículo espacial reutilizável.

O Buran sendo transportado pelo avião modificado Antonov nos áureos tempos.

Em 1993, o financiamento estancou tão completamente, que não havia dinheiro nem para encerrar o projeto. Além disto, nenhum dos burocratas teve coragem de encerrá-lo definitivamente, para não escancarar que os 18 anos despendidos em desenvolvimento e pesquisa haviam sido inúteis.

O Buran se tornou propriedade do Cazaquistão. Os modelos de teste permaneceram alguns anos em hangares, de onde foram removidos para aproveitamento de espaço. O Hangar 112, onde o Buran versão 1.01 e o lançandor Energia estavam armazenados, foi aberto ao público, porém, devido à falta de manutenção, foi fechado por problemas de segurança.


A restauração do telhado começou e em maio de 2002, durante a reforma, o telhado desabou matando 7 trabalhadores. A localidade de Baikour no Cazaquistão, onde está o Buran, é uma terra árida, que recebe chuva apenas alguns dias durante o ano. Esta foi uma das razões pelas quais as autoridades russas escolheram este lugar para a localizar o cosmódromo soviético.


O clima continental de Baikour é muito quente no verão, superando os 40 ºC e muito frio no inverno. Por isto, apesar da construção ser termicamente isolada, não tem nenhuma proteção contra a chuva. O material usado como isolador é uma espécie de espuma que se expande na presença de água. Como o ano de 2002 foi extremamente chuvoso, a espuma “inchou” sobremaneira, foi quando os trabalhadores correram para consertá-lo, sem conseguir evitar que ele desabasse em virtude do peso excessivo.

Nenhuma parte deste projeto foi reutilizada até hoje, exceto os motores do primeiro estágio do Energia (foguete Zenith), que equipava o lançador marítimo. Depois de tudo, fica parecendo que todo o duro trabalho feito por engenheiros, técnicos e trabalhadores, foi uma lamentável perda de tempo.

O Buran e o Energia, que foram feitos para brilhar no espaço mostrando o poderio Soviético, finalmente morrem na terra por inanição financeira.
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