A morte de Patrícia teria ocorrido em Florianópolis - SC. A mensagem sobre o relato da jovem, morta pelo motorista bêbado, não menciona o lugar nem o nome da vítima.
E agora, as perguntinhas usuais: onde, quem, quando.
Onde ocorreu esse acidente? Não se menciona.
Qual o nome do repórter que iniciou uma campanha esperando conseguir 5.000 assinaturas neste e-mail para que se faça algo em nível de ? Nenhuma informação. Não se sabe, também, o que foi feitoem nível de conscientização e outras medidas. Quando ocorreu o acidente? Não se sabe. A historinha é triste, é trágica, comove principalmente por descobrir-se que o tal repórter, de extraordinário sangue frio e de nome incerto e não sabido, foi capaz de manter a serenidade ao lado de uma jovem que, com o corpo dilacerado, morria prostrada no asfalto. Enquanto morria, enquanto se esvaía em sangue ela contava a triste história e o repórter tudo anotava. Anotava de memória ou num caderninho? Usava gravador? Tenho aqui comigo um exemplar desse abaixo-assinado datado de julho de 2002. O primeiro assinante é o Antonio... de Porto Alegre, RS e contém 407 assinaturas. Outro exemplar, datado de junho de 2003, começa pelo mesmo Antonio e contém 320 assinaturas. Nas duas listas, os primeiros 266 nomes são idênticos. Versão de dezembro de 2007 tem como primeiro assinante Antonio, de Porto Alegre, e contém mais 341 assinaturas. Em maio de 2009, a lista continua a circular e o mesmo Antonio aparece em primero lugar seguido de 596 assinantes. Agosto de 2010: a mensagem possui 806 assinaturas. Isso aí é um bem-intencionado spam que se transforma numa pirâmide. Se você não tiver nada melhor pra fazer, calcule o alcance da corrente considerando que cada um dos 300 ou 400 assinantes passe a lista para mais dez pessoas e que cada uma dessas pessoas encaminhe a mensagem para mais 10 e assim sucessivamente por mais 5 níveis. A idéia do autor da mensagem é conseguir 5.000 assinaturas neste e-mail e então passá-lo para o Ministro da Justiça e para o Presidente. O abaixo-assinado começou quando Fernando Henrique Cardoso era presidente. Ele nada quis fazer sobre o caso ou não recebeu a lista a tempo de tomar as providências solicitadas. Espera-se que o atual governo tome as tais providências. Que providências? Nada muito claro, apenas que algo seja feito em nível de conscientização. Em nível de(!), conscientização: expressões vagas e indefinidas. O que se espera de fato? Que as chamadas autoridades façam campanha na TV cobrando resultados nos inquéritos que apuram acidentes nos quais os motoristas envolvidos estavam embriagados? Se isso viesse a ocorrer já seria um bom começo. Na verdade, a mensagem é a tradução brasileira de um poema que se encontra em diversos saites. Um saite australiano, em sua página 6, apresenta o poema I went to a party, mum de autoria desconhecida. Não há referências à presença de repórter que teria registrado as últimas palavras da jovem. Outra página transcreve o mesmo poema, agora intitulado Someone should have told him, cuja autoria é atribuída a Chris. Página dedicada John J. Leonard traz o mesmo poema cuja autoria é dada como desconhecida. Em Someone Should Have Told Him a autoria do poema é atribuída a Andrea Nichole Wright, estudante de Jacksonville, Flórida. Pois é isso: poema de autoria desconhecida é traduzido para o português. Desfigurado, o poema aqui no Brasil se transforma no relato obtido por jornalista pouco antes de garota morrer após acidente provocado por um motorista bêbado. Nada original. Suzie, uma das nossas colaboradoras, pergunta: Porque estas correntes voltam? Qual o principal intuito destas correntes? Neste caso em particular, acreditamos que as pessoas reenviam a mensagem porque percebem a impunidade reinante no país, especialmente quanto a acidentes provocados por motoristas bêbados. Quanto maior a fama e a conta bancária do irresponsável, maiores são as chances de nada acontecer a eles. Texto semelhante circula nos países de língua francesa desde janeiro de 2001. Ao atingir 5.000 assinaturas, pede-se que a mensagem seja enviada para institui
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