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terça-feira, 14 de agosto de 2012

6 falhas mais comuns do pensamento

Que a mente humana é capaz de processar uma quantidade incrível de estímulos, todo mundo sabe. Mas o fato é que a nossa cognição (o processo responsável por processar e armazenar informações) não é perfeita, o que resulta em várias distorções no raciocínio. Essas falhas do pensamento acontecem com todo mundo – o que vai fazer a diferença é o modo como cada um lida com elas. Listamos aqui 6 das mais comuns (e interessantes). Dê uma olhada e depois diga se já não aconteceram com você.
1- Pareidolia

Sabe quando alguém cisma que está vendo a imagem de um santo em uma mancha na janela ou quando você distingue o formato de animais em nuvens? Esse fenômeno se chama pareidolia e acontece quando interpretamos um estímulo totalmente vago (uma imagem, som ou outros tipos de sinais) como algo cheio de significado. Tudo por causa da mania do cérebro em procurar padrões em tudo. O teste de Rorschach – aquele das pranchas com manchas de tinta em que você tem de dizer o que está vendo – foi criado para explorar a pareidolia e sua possibilidade de revelar o que há na mente das pessoas.

2- Falácia do jogador


A falácia do jogador ou de Gambler é a tendência a achar que eventos relacionados a probabilidades podem ser influenciados por eventos aleatórios anteriores. Para entender: você joga uma moeda 3 vezes e em todas elas dá coroa. Em que apostaria na quarta vez? A tendência é acharmos que, se já saiu coroa 3 vezes, a próxima deverá ser cara. Mas a probabilidade, é claro, continua sendo a mesma: há 50% de chance de sair cara e 50% de sair coroa, não importa quantas vezes tenha saído cada um dos lados. Pode parecer óbvio, mas esse erro de pensamento é responsável por fazer com que muita gente perca dinheiro em jogos de azar.

3- Efeito Halo


Imagine que você é o gerente de uma firma e um dos seus empregados chegou atrasado ao trabalho nos últimos 3 dias. Quando fica sabendo disso, você conclui que o cara é um preguiçoso que não dá valor ao emprego. Pode haver inúmeras razões justas e possíveis para os atrasos e o empregado pode ter muitas qualidades. Mas, por causa dessa falha cognitiva chamada Efeito Halo, você passa a julgar a pessoa como um todo com base nesse único aspecto. Outro exemplo disso é o pensamento “se o cara é famoso, então ele também é confiável”. Ou “se é loira, não é muito esperta”. ¬¬

4- Desconto hiperbólico ou gratificação instantânea


O que você prefere: ganhar R$20 hoje ou R$100 daqui a um ano? A maioria das pessoas dá uma de criança nessa hora e preferiria garantir os R$20 na hora a esperar um ano, mesmo que seja para receber uma quantia 5 vezes maior. O viés do desconto hiperbólico ou gratificação instantânea faz com que sempre prefiramos benefícios imediatos a gratificações posteriores, mesmo que isso envolva perdas. É o que ocorre com quem prefere comprar algo a prazo em vez de guardar dinheiro e esperar um pouco mais para pagar à vista, ainda que os juros a serem pagos quase dobrem o valor da mercadoria.

5- Efeito placebo


Esse é famoso. O efeito placebo ocorre quando uma substância sem nenhuma propriedade medicinal é dada a um doente com a promessa de que irá curá-lo e acaba realmente melhorando os seus sintomas. Esse fenômeno é tão forte que chegam a ocorrer alterações fisiológicas na pessoa – mas, diferente de um tratamento de verdade, esses efeitos são passageiros. Por isso, o efeito placebo é usado em testes para determinar se determinados medicamentos funcionam ou não.


6- Ilusão do controle


Você sabe por que as pessoas que estão jogando dados em um cassino costumam soprá-los ou agitá-los bem antes de lançá-los à mesa? Tudo culpa da chamada ilusão do controle. Trata-se da tendência de acreditar que podemos controlar ou, pelo menos, influenciar acontecimentos sobre os quais não temos nenhum controle. Quando acertam o resultado do lançamento de um dado, por exemplo, a pessoa interpreta isso como a confirmação de que tem algum controle sobre o evento, sem considerar que havia, de fato, 1/6 de chance de acertar. Essa falha cognitiva está ligada à superstição e é responsável por fazer as pessoas repetirem certos rituais, como soprar os dados, usar um “anel da sorte” ou coisa do tipo, achando que isso poderá influenciar acontecimentos futuros.


Fonte consultada: Danielle Rossini, psicóloga do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

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