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sábado, 15 de outubro de 2011

Pesquisas médicas podem criar macacos falantes, dizem cientistas


O chimpanzé inteligente e falante César, do filme " A conquista do planeta dos macacos"
A ficção pode estar chegando à realidade. Membros da Academia de Ciências Médicas da Grã-Bretanha requisitaram ao governo regras mais rígidas para pesquisas que envolvem animais. Os pesquisadores temem que experimentos envolvendo transplantes de células acabem criando anomalias, como macacos com a capacidade de falar e pensar como os humanos.
O alerta ressalta o debate da questão dos limites da ciência e suas pesquisas. A academia afirma que não é contrária a experimentos que envolvam o implante de células e tecidos humanos em animais.
Estudos recentes transplantam células cancerígenas em ratos, para testes de novos medicamentos contra o avanço da doença.
Na Grã-Bretanha são proibidas as investigações com macacos de grande porte como gorilas, chimpanzés e orangotango. Em outros países, como os Estados Unidos, são liberadas.

"O que tememos é que se comece a introduzir um grande número de células cerebrais humanas no cérebro de primatas e que isso, de repente, faça com os que os primatas adquiram algumas das capacidades que se consideram exclusivamente humanas, como a linguagem", afirma o professor Thomas Baldwin, membro da academia.
O professor Martin Bobrow, principal autor do relatório, sugere o que chama de "prova do grande símio": se um macaco que recebeu material genético humano começa a adquirir capacidades similares a de um chimpanzé, é hora de frear os experimentos.

Na área de reprodução, é recomendado que embriões animais produzidos a partir de óvulos ou esperma humano não se desenvolvam além de um período de 14 dias.

O campo mais polêmico é o de animais com características "singularmente humanas", os experimentos que o relatório chama de "tipo Frankestein, com animais humanizados".
Segundo o relatório, "criar características como a linguagem ou a aparência humana nos animais, como forma facial ou a textura da pele, levanta questões éticas muito fortes". Tanto a série de filmes do “Planeta dos Macacos”, dos anos 60 e 70, quanto a versão atual da história, abordam a questão.
Aprendizado e semelhança genética
Até hoje, há notícias apenas de uma símia que chegou à inteligência muito próxima a de um humano: a gorila Koko, nascida em 1971, foi treinada por uma médica para comunicar certos sinais, baseado na Linguagem de Sinais Americana. Ela tem um vocabulário com mais de 1000 palavras. Seu aprendizado não envolve nenhuma manipulação genética.
Os símios em geral compartilham cerca de 98% dos genes com a nossa espécie, homo sapiens sapiens. Humanos e chimpanzés possuem ancestrais em comum, embora a evolução de cada grupo tenha seguido um caminho diferente há cerca de 4 milhões de anos.

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