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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Traqueia sintética salva vida de paciente


Pesquisadores europeus misturaram nanotecnologia e engenharia de tecidos para criar uma traqueia totalmente artificial, que pode ter salvado a vida de um paciente com câncer nesse órgão.

O feito foi noticiado pela rede britânica BBC um mês após o transplante do órgão sintético, considerado um sucesso pela equipe. A operação aconteceu na Suécia, no Hospital Universitário Karolinska, e foi coordenada pelo italiano Paolo Macchiarini.

Segundo a BBC, o receptor da traqueia, o geólogo Andemariam Teklesenbet Beyene, 36, da Eritreia (África Oriental), está se recuperando bem da cirurgia. Ele cursava o doutorado na Islândia quando foi diagnosticado com um tumor na traqueia.

O câncer, com o tamanho de uma bola de tênis, ameaçava sufocar o geólogo. O único caminho era removê-lo, carregando junto a traquéia inteira do paciente.

Para substituir o órgão que seria perdido, os especialistas primeiro obtiveram uma imagem tridimensional da traqueia de Beyene, detalhada o suficiente para permitir a recriação dela.

Entrou em cena, depois disso, uma equipe do University College de Londres, liderada por Alexander Seifalian.

Eles foram responsáveis por desenvolver o "esqueleto" da traqueia sintética, montado com técnicas de nanotecnologia (a manipulação de estruturas com tamanho de bilionésimos de metro).

SEMEANDO

A estrutura e a composição do "esqueleto" da traqueia, patenteados pela universidade britânica, minimizam as chances de rejeição do transplante e incentivam o crescimento de células do próprio paciente sobre o objeto.

E esse foi o passo seguinte: a obtenção de células tronco da medula óssea do geólogo, as quais foram cultivadas num "ensopado" em especial em laboratório, junto com o esqueleto da traquéia feito previamente.
O conjunto também incluía células obtidas do nariz de Beyene -importantes por causa da conexão direta desse órgão com a traqueia.

No fim, os cientistas obtiveram uma estrutura com características biológicas muito parecidas com as de uma traqueia natural.Como as células que recobriram o esqueleto do órgão são do próprio paciente, e como a estrutura não biológica é inerte, não havia perigo de rejeição.

Numa operação que durou 12 horas, a equipe coordenada por Paolo Macchiarini retirou a traqueia afetada pelo tumor e a substituiu pelo órgão criado em laboratório.

FUTURO

O próximo passo da equipe é usar outra traqueia artificial para substituir o órgão numa criança coreana de nove meses, portadora de malformação congênita.

O grupo aposta que estruturas assim serão usadas para reconstruir outros órgãos.



Folha

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