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domingo, 20 de março de 2011

Empresas americanas querem investir no pré-sal


O subsecretário para Política e Assuntos Internacionais da Secretaria de Energia dos Estados Unidos, David Sandalow, anunciou neste sábado a disposição das empresas americanas para investirem na produção do petróleo brasileiro da camada do pré-sal e também de importarem o combustível.

"Os EUA querem ser parceiros no pré-sal e esperam ser um bom comprador do petróleo brasileiro", afirmou ele, na abertura da Cúpula Empresarial Brasil-Estados Unidos, no Centro de Convenções Brasil 21, em Brasília.

O encontro, promovido pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e pela Câmara Americana de Comércio e Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos, será encerrado no fim da tarde de hoje pelo presidente norte-americano Barack Obama.

O secretário-executivo do ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, destacou que o plano de ação firmado entre os governos do Brasil e dos EUA na área de energia em julho do ano passado, em plena execução, amplia fortemente a integração no setor entre os dois países.

O plano estabelece a cooperação bilateral em energia renovável, distribuição e transmissão de eletricidade, eficiência energética e petróleo, entre outras atividades.
"Brasil e Estados Unidos, lideranças incontestes nas Américas, têm papel fundamental como supridores de energia", disse Zimmermann.

Um dos quatro participantes do painel Criando um Futuro Seguro e Sustentável para o Setor Energético, instalado em seguida à apresentação do subsecretário de Energia dos EUA, o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, informou que o Brasil já é o oitavo maior fornecedor de combustíveis para os Estados Unidos.

Ele previu que, com a produção do pré-sal e a retomada da economia dos EUA, que consomem dois terços do petróleo mundial, as importações americanas de petróleo do Brasil irão se elevar substancialmente.

Segundo Gabrielli, a exploração do pré-sal não só irá demandar altos investimentos como provocará a formação de uma vasta cadeia de fornecedores, envolvendo não apenas empresas americanas, mas do mundo inteiro. "Haverá um movimento intenso no setor petrolífero", antecipou.

Outro participante do painel, o presidente do grupo Corsan, maior produtor brasileiro de etanol, Rubens Ometto, criticou como "injusta" a sobretaxa americana nas importações do etanol brasileiro, equivalente a 30% do valor FOB.

De acordo com Ometto, a medida, adotada para proteger os produtores americanos de milho, matéria-prima do etanol americano, é injusta porque as importações de petróleo pelos EUA, fonte de energia não renovável, ao contrário do etanol, não têm qualquer taxação. O presidente da Petrobras considera ser a sobretaxa insustentável no médio prazo, pela demanda crescente do mercado americano por energia renovável.

O presidente da GE (General Eletric) para a América Latina, Reinaldo Garcia, que também participou do painel, sugeriu que os governos do Brasil e EUA firmassem acordo para fixar metas conjuntas de produção de energia limpa. O outro representante de empresa americana nos debates, Aris Candis, presidente da Westinghouse, defendeu maior integração bilateral no desenvolvimento de novas tecnologias na área de energia.

EUA CONCEDE LICENÇA PARA PETROBRAS

O Escritório de Administração, Regulamentação e Supervisão de Energia Oceânica dos EUA concedeu, na quinta-feira (17), uma licença para a Petrobras iniciar a produção de petróleo e gás natural em seu projeto nos campos de Cascade e Chinook, no golfo do México.

A direção do órgão ressaltou a colaboração entre a indústria e o governo americano para a produção de recursos de energia no país.

Com a obtenção dessa licença, a Petrobras iniciará em breve a produção no golfo do México, em campos localizados a uma profundidade de 2.500 metros.

Será o primeiro navio-plataforma tipo FPSO (navio que tem instalações de produção e estocagem) a operar na região do golfo, nos EUA. A Petrobras tem experiência com operação de FPSOs em águas profundas e ultraprofundas no Brasil, inclusive nos campos do pré-sal.

A plataforma tem capacidade para produzir 80 mil barris de petróleo e 500 mil metros cúbicos de gás por dia. Entre as principais vantagens do navio-plataforma está a mobilidade. Em caso de condições climáticas adversas, a embarcação pode ser separada do sistema de poços e navegar para áreas seguras.

Folha

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