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quarta-feira, 23 de março de 2011

Botafogo anuncia Caio Júnior como seu novo treinador

Um dia após a saída de Joel Santana, a diretoria do Botafogo anunciou o seu novo técnico: Caio Júnior. Ele ainda está no Qatar, onde comandava o Al Gharafa até duas semanas atrás, e deve se apresentar no sábado de manhã. Ele levará ao Botafogo os auxiliares técnicos Almir Domingues e Cassius Hartman, o preparador físico Solivan Dalla Valle e o consultor Evandro Motta.
O acerto aconteceu nesta quarta-feira em General Severiano, em uma reunião entre a diretoria e o representante do treinador. A primeira opção do Botafogo era Adilson Batista, que agradeceu o convite, mas afirmou ser complicado assumir qualquer clube brasileiro no momento, após as curtas passagens por Corinthians (no fim de 2010) e Santos (no início deste ano).
Até a chegada do auxiliar Almir Domingues e do preparador físico Solivan Dalla Valle, nesta quinta-feira, o treinamento no Botafogo será comandado pelo preparador de goleiros Flávio Tenius e pelo auxiliar de preparação física Marlos Almeida.
Aos 46 anos, Caio Júnior rescindiu contrato - que terminaria em maio - com o Al Gharafa de forma amigável. A derrota nos três últimos jogos da Liga Árabe e a vontade de ficar mais tempo com a família foram os motivos da decisão.
Ao assumir o comando do Botafogo, Caio Júnior terá sua segunda experiência no futebol do Rio de Janeiro, e novamente substituindo Joel Santana. Em 2008, acertou com o Flamengo quase classificado para as quartas de final da Taça Libertadores e disse que sonhava com o título mundial. No entanto, no jogo seguinte, o Flamengo perdeu por 3 a 0 para o América-MEX, no Maracanã, e foi eliminado na despedida de Joel.
Caio herdou a missão de reestruturar uma equipe destroçada emocionalmente. Iniciou o Campeonato Brasileiro de forma arrasadora e manteve o time na liderança até a virada de turno. Porém, com as saídas de Marcinho, Souza e Renato Augusto, o time caiu de rendimento e terminou o campeonato na quinta posição, deixando escapar a classificação para a Libertadores. Ele deixou o clube no fim de 2008 e seguiu para o Japão, onde treinou o Vissel Kobe até julho de 2009.
A rápida passagem pelo futebol nipônico serviu de trampolim para o Al Gharafa. O técnico retorna ao país para tentar seu primeiro título nacional de grande expressão e se juntar ao Botafogo na disputa pelo bicampeonato carioca. Além de Flamengo, no futebol brasileiro ele já trabalhou em Paraná, Cianorte-PR, Londrina, Juventude, Gama, Goiás e Palmeiras.
O Botafogo ocupa a liderança do Grupo B na Taça Rio, com nove pontos em quatro rodadas, mas vem de uma derrota por 2 a 0 para o Vasco.
Globoesporte


É um técnico moderno e tem meu apreço.

-Têm metodologias de trabalho nada arcaicas;
-Monta esquemas táticos ofensivos;
-Não é egocêntrico;

Matéria interessante sobre Caio Júnior:


Texto:Carlos Eduardo Freitas








A grande surpresa do Campeonato brasileiro de 2006 foi o Paraná Clube. Depois de anos subindo e descendo da primeira para a segunda divisão, o tricolor curitibano conseguiu um feito histórico: terminar a competição na quinta colocação e classificar-se pela primeira vez para a tão cobiçada Copa Libertadores da América, o mais importante torneio de clubes do continente.


Ao contrário dos concorrentes que terminaram na frente, como São Paulo, Internacional, Grêmio e Santos, o Paraná contava com um elenco modesto, sem jogadores de renome, mas muito bem armado, que chegou até a liderar o campeonato por algumas rodadas. Para explicar como um time nessas condições chegou tão longe, imprensa especializada, torcedores, jogadores e treinadores foram unânimes em apontar o grande responsável pelo feito: o técnico Caio Júnior.
O treinador ganhou notoriedade depois de fazer bons trabalhos com equipes paranaenses, como o próprio Paraná, onde começou, em 2000, com o Cianorte e o Londrina. Voltou ao Tricolor em 2006. Ainda jovem para a profissão de técnico – tem apenas 42 anos –, é geralmente elogiado por seus jogadores pela maneira sincera e amiga ao lidar com todos e também pelos seus bons conhecimentos de futebol, assimilados desde os tempos de jogador. Entre as décadas de 80 e 90, atuou em clubes como Grêmio e Internacional, além de clubes em Portugal.


O bom trabalho com o Paraná em 2006 fez Caio ser convidado para trabalhar no Palmeiras. Uma proposta difícil de recusar. Desde dezembro passado, é ele que manda no Verdão.


Modernidade na cara
Desde que começou a trabalhar do lado de fora do gramado, Caio tem sido elogiado também por usar métodos modernos de treinamentos, além de usar programas de computador com estatísticas, algo que muitas vezes o ajuda até mesmo a escalar seu time em dia de jogo. Tudo isso costuma lhe render, com freqüência, o adjetivo de “moderno”. Principalmente por trabalhar em um meio conservador, como o do futebol, em que “tradição” é um termo que ganha status de clichê de tanto que é usado.


Em seu caso, porém, o moderno não se aplica apenas a seu trabalho, mas também ao visual. Sobretudo pelos óculos que veste. Diferentemente de outros treinadores das antigas, acostumados a aparecer em público com modelos ultrapassados, já fora de moda ou muito conservadores – ou, em alguns casos, como Vanderlei Luxemburgo, armações de receituário com lente sem grau, para ficar com um ar intelectual, como certa vez revelou o jornal Folha de S.Paulo –, o agora técnico palmeirense sempre gostou de ousar nos óculos.


Graças à consultoria do amigo e óptico Cláudio Fontana, dono da Via Visão, em Curitiba, Caio sempre usou peças que têm a ver com seu jeito como treinador: jovem e moderno. “O Cláudio sempre investiu em mim”, diz o técnico, que fez questão de vestir a camisa da loja do amigo quando compareceu à Abióptica 2007, em julho.








Dificuldade no começo
Caio – cujo nome real é Luiz Carlos Saroli e passou a ser chamado assim quando ainda estava nas categorias de base do Grêmio, por se parecer com um jogador do time profissional daquela época, começo dos anos 80, que se chama Caio (o Júnior veio por ser dos juniores) –, começou a usar óculos quando ainda jogava futebol, já no final de sua carreira. Era meio-campista, daqueles que freqüentemente marcava gols. “Foi mais ou menos em 1997. Tudo isso porque tenho 1,75D de astigmatismo em um olho e 1,50D em outro”, recorda.








O início dessa relação, conta, foi bastante difícil. “Demorei um pouco para aceitar. Mais por preconceito. Como ainda era jogador, ficava meio receoso e estranhava estar de óculos”, lembra o treinador, que naquela época só os usava quando estava em casa, para ver televisão ou dirigir. Para jogar e treinar? “Não atrapalhava em nada, já que o problema nunca foi tão sério”, diz Caio, revelando que só aceitou assumir o visual depois que pendurou as chuteiras.


Hoje em dia, nem mesmo ele próprio diz conseguir se imaginar sem os óculos, a ponto de estranhar quando se olha no espelho ou de as pessoas não o reconhecerem quando está com o “rosto nu”. “Confesso que não era algo que eu queria, mas virou marca registrada”, ri.


Variedade de opções
Quando começou a ganhar destaque no Paraná, Caio vestia quase sempre o modelo Doubledown da Oakley, bem no estilo surfista, o que acabou por chamar ainda mais a atenção para si e a justificar o adjetivo de moderno. “Da Oakley eu uso bastante, mas tem também um da Stepper que gosto, além da Mormaii e da Ray-Ban, marcas que também tenho”, diz ele, que conta com nada menos que doze peças em sua coleção, que sonha aumentar. A maioria de receituário, mas, entre eles, três são solares.


Os óculos entram em um rodízio que, para quem acompanha o dia-a-dia do futebol, sobretudo o do Palmeiras, em jogos, treinos ou nas famosas mesas-redondas da televisão, fica difícil não notar. “Acho legal mudar de tempos em tempos. Não toda hora, mas às vezes um cansa e vou para outro. Depois, volto para o primeiro. As pessoas costumam estranhar, já que não é tão normal assim as pessoas terem tantos modelos”. Por estar no Palmeiras, tem dado preferência às peças que tenham a cor verde, como um Ray-Ban de acetato com frontal verde e hastes caramelo.


Ao contrário do que pode parecer, porém, o técnico não escolhe seus óculos para saciar alguma superstição, algo muito comum nesse meio, onde há jogadores que chegam a só jogar com a mesma cueca ou a entrar em campo sempre com o pé direito. Mas Caio também tinha suas manias. “Deixei isso de lado faz uns dois anos. Com o tempo, você vê que isso é bobagem, porque se o time não estiver bem treinado, não adianta nada fazer tudo isso”, explica.


Caio diz gostar de ter se tornado uma referência para “questões ópticas” no futebol brasileiro, como é o italiano Fabio Capello, um dos principais técnicos do esporte em todos os tempos. Ele, que recentemente conquistou o Campeonato Espanhol com o Real Madrid, sempre aparece com modelos ousados, dos mais renomados estilistas italianos.


Com pouco mais de seis anos de carreira como treinador, Caio Júnior caminha a passos largos para se tornar um profissional de destaque no futebol brasileiro e internacional, tal qual Capello. Seus resultados indicam isso. É por isso que o mercado óptico brasileiro tem muito a torcer para que ele se torne um novo Felipão. Independentemente do clube em que estiver, nada como contar com alguém tão bom de óculos.

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