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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Ateísmo e negação de que "deus existe"

Daniel Dennet: Proeminente filósofo ateísta dos Estados Unidos


Eu não posso "negar categoricamente" a existência de "algo superior" que nunca se manifestou a humanos assim como não posso "negar categoricamente" a existência do coelho da páscoa espacial que nunca saiu do planeta mágico do chocolate para dar uma visitinha surpresa aos terráqueos.Como não há nenhuma boa razão para se acreditar em um vago "algo superior", não há o menor problema em descartar essa hipótese. O dia que essa hipótese tornar-se mais robusta, ela poderá ser re-avaliada.

A melhor razão para se negar a existência por trás do Universo é que todos os sistemas inteligentes conhecidos e teorizados são compostos por partes não-inteligentes que dependem de um Universo para evoluírem.
Diante do conhecimento que temos do Universo, podemos sim negar a hipótese de desígnio porque as facetas do Universo que corresponderiam a desígnio (o "fine tuning" das constantes físicas para a vida) possuem explicações não-teístas superiores em evidência e poder explanatório como visões inflacionárias do universo e a "seleção natural cosmológica" do astrofísico Lee Smolin.

E grande parte do Universo não implica em desígnio nenhum como o fato de quase toda a matéria existente estar profundamente desorganizada em nuvens de gás, o fato de que praticamente toda a massa do Universo vai virar buracos negros no futuro, o fato de que supernovas podem explodir e aniquilar instantaneamente planetas cheios de vida, sem falar de impactos de asteróides, colisões intergaláticas e muitos outros exemplos.
O Deus abraâmico por exemplo faz uma série de predições históricas que nunca foram confirmadas e ao deus deísta mais econômico, não há nenhuma boa razão para aceitar sua existência dado o que conhecemos da natureza da mente e sua dependência de sistemas físicos fora a insatisfação dos argumentos teleológicos para a existência do universo que tentam explicar facetes do cosmo que são muito melhor explicadas por hipóteses com amparo empírico.

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