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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Cubano diz que médicos brasileiros se preocupam mais com dinheiro e status

R7


Prestes a começar a trabalhar pelo programa Mais Médicos, o cubano Amauri Cancio, de 40 anos de idade, diz que está ansioso para começar suas atividades em Codajás, na Amazônia. Depois de três semanas de curso em Brasília, ele chega a Manaus nesta segunda-feira (16) para uma semana de “acolhimento” em que vai conhecer os hospitais e unidades básicas de saúde, além de ter informações sobre hábitos de vida e doenças mais comuns daquela região.

Para o médico, viver em uma cidade distante da capital (Codajás fica a 240 km de Manaus) e também das maiores capitais brasileiras não será problema, já que seu objetivo de vida “é levar saúde onde se precisa dela”. De acordo com o cubano, muitos médicos brasileiros não querem ir para longe.

— O que nos move é o sentimento profissional. Nós fizemos um juramento, temos que cumpri-lo. Onde estudamos, aprendemos que devemos servir à nossa própria comunidade. Aqui no Brasil, para os médicos, o dinheiro e o status, às vezes, são mais importantes. Nós não viemos por dinheiro, viemos por solidariedade. O sistema de saúde e as políticas brasileiras são boas, mas é preciso universalizar o serviço.

Não estamos preocupados com o que falam de nós, vamos fazer o nosso trabalho aqui no Brasil, como já fizemos em outros países. Somos todos latinos, temos personalidades parecidas, somos muito calorosos, os brasileiros vão ver isso. Aqui nos receberam muito bem, o curso é excelente e vimos que não há tanta diferença no sistema de saúde dos dois países.

Semana do acolhimento

O Ministério da Saúde atrasou em uma semana o início das atividades dos profissionais do Mais Médicos. Segundo o cronograma original, eles iriam se apresentar nas cidades onde irão trabalhar nesta segunda-feira (16). Porém, a data de apresentação foi alterada para o domingo (22).

De acordo com o Ministério da Saúde, a mudança no cronograma aconteceu "devido à necessidade de que os profissionais conheçam melhor o local onde atuarão". Durante o fim de semana, os estrangeiros que atuarão no Mais Médicos chegaram aos Estados onde vão trabalhar. Todas as capitais do País receberam os médicos, exceto São Paulo e Rio, onde já haviam desembarcado profissionais no início do treinamento.

O secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mozart Sales, disse que a ação faz parte da lógica da atenção básica — "o atendimento humanizado e mais personalizado do paciente".

— Para que o médico estrangeiro desenvolva esta sensibilidade em relação à população que vai atender, é essencial que tenha uma apresentação prévia das características específicas dela. Além disso, para que o encaminhamento dos pacientes seja feito de forma satisfatória, o médico precisa ter um conhecimento geral de toda a estrutura da rede pública de saúde do local, tais como quantos hospitais existem na cidade, e nas regiões mais próximas, e a capacidade de atendimento deles.

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