Como não conseguirão emplacar um discurso nacional e defender o governo FHC, o mais provável é que os tucanos busquem confrontar as suas administrações de São Paulo e de Minas Gerais com o governo Lula. Buscarão defender um suposto descolamento do desempenho de seus Estados em relação ao país como um todo. Essa tese do descolamento em termos econômicos, sociais e fiscais é ridícula.
As grandes políticas que impactam o crescimento da economia são federais. Em algumas dessas políticas existe, de fato, a participação dos Estados e Municípios. Mas as políticas são complementares e não concorrentes com a União. Ou seja, se o governo federal praticasse políticas macroeconômicas anticrescimento, as iniciativas dos Estados e Municípios, isoladamente, não conseguiriam reverter a situação.
A sincronia entre o desempenho da União e dos Estados federados na economia é óbvia. Não é preciso ser economista para entender que o crescimento do Produto Interno Bruto – PIB do Brasil nada mais é do que a média do crescimento dos Estados federados. Segundo o IBGE, oito Estados brasileiros concentram quase 80% do PIB nacional – São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia, Santa Catarina e Distrito Federal. Assim, a taxa de crescimento da economia brasileira tende a ser próxima das taxas de crescimento destes Estados mais importantes, que tem peso na formação do PIB, como é caso de São Paulo e de Minas Gerais. Por isso mesmo ou os Estados crescem ou afundam na estagnação junto com o Brasil.
O grande contraste que existe, portanto, não é entre a suposta “eficiência” do governos estaduais tucanos e a “ineficiência” do governo Lula. O contraste, cada vez mais evidente, é o desempenho da economia, das finanças e das políticas sociais nos Estados sob os governos FHC e Lula. Um exemplo inquestionável é São Paulo. Em oito anos de governo FHC, São Paulo gerou apenas 77 mil empregos de carteira assinada. Lula, em sete anos e cinco meses, atingiu a espetacular marca de 3 milhões 504 mil novos empregos de carteira assinada no Estado, uma média anual de 48 vezes mais que no governo FHC. Os dados são do Caged do Ministério do Trabalho. Os dados do período de 1999 a 2010 são do Sítio do Ministério e de 1995 a 1998 foram extraídos do estudo “Comportamento do emprego formal”, de Edelcique Machado Serra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário