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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Custo de bateria emperra produção de carro elétrico

Estrelas no Salão do Automóvel, os carros elétricos ainda têm um obstáculo importante a vencer para tornar viável sua produção: o alto custo de suas baterias.

Todas as montadoras desenvolvem hoje projetos (dentro e fora do país) e investem em carros com tecnologias menos agressivas ao ambiente, como a do carro 100% elétrico e a dos híbridos, que combinam motor a combustão (gasolina ou diesel) e elétrico.

São os chamados "carros verdes", que, além de economizarem combustível, emitem entre 80% e 90% menos poluentes do que os modelos convencionais.

o Salão do Automóvel, 22 veículos híbridos e elétricos, de um total de 450, estão em exibição até o dia 7, no Anhembi, em São Paulo.

Na semana passada, a Ford deu ao presidente Lula o primeiro híbrido que venderá no país --ele será incorporado à frota da Presidência e usado nos próximos quatro anos por Dilma Rousseff.

COMPONENTES CAROS

Fabricadas principalmente na China, as baterias são o componente mais caro dos carros elétricos. Chegam a atingir entre 50% e 70% do preço total do veículo. Isso significa que, se o carro custar R$ 50 mil, só a bateria sairia por R$ 35 mil. Incluído o Imposto de Importação (35%), o componente fica ainda mais caro.

A tecnologia mais usada atualmente nas baterias dos veículos elétricos é a de íon de lítio, de alto custo.

Celulares e computadores são exemplos de aparelhos que usam células de baterias desse material. Por serem produzidas em larga escala, os preços foram reduzidos.

No Brasil, a Mitsubishi anunciou que quer produzir o MiEV, carro elétrico da marca, a partir de 2013. A Fiat também montou 50 unidades do Palio Weekend elétrico para testes, em parceria com a suíça KWO e Itaipu.

Mas fabricantes e especialistas acreditam que a versão nacional de um carro elétrico economicamente viável só será possível em dez anos.

A estimativa do setor automotivo é que entre 10% e 25% de todos os veículos que serão vendidos no mundo em 2020 sejam movidos à eletricidade. Há previsões de que, em 2050, serão 40% da frota mundial.

Desses 22 modelos "ecologicamente corretos", 5 estão mais perto dos consumidores brasileiros. O primeiro modelo híbrido no país é o S400, importado pela Mercedes-Benz e vendido no Brasil por aproximadamente R$ 450 mil.




"O problema de custo não é só no Brasil. A tecnologia é mais sofisticada e o carro é mais caro nos EUA, no Japão e na Europa. A escala de produção ainda é muito pequena. Os componentes são de alto conteúdo tecnológico, com pouco fornecedores", afirma Rogelio Golfarb, diretor de Assuntos Corporativos da Ford.

"Isso encarece os custos para países até mesmo com grandes volumes e poder de compra alto. O Brasil tem condições [de produzir], mas ainda nem entrou nessa tecnologia", afirma.

A Ford deve lançar em 2011 a versão totalmente elétrica do Ford Focus nos EUA, onde vendeu 350 mil híbridos em 2009. No Brasil, deve investir no híbrido, com potencial para usar o etanol.

Folha de SP

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