O debate presidencial, aquele que se considerava “decisivo”, porque o Serra ia “virar”, o debate foi ao ar às 22H35.
Depois da novela em que se supõe que os personagens falem italiano.
O debate foi no mesmo horário em que a Globo autoriza que os jogos do Brasileirinho se realizem.
(A Cristina Kirchner comprou os direitos do campeonato argentino e distribui a todos os canais, que exibem na hora em que quiserem.)
O debate da Globo é para o brasileiro que pode ir dormir depois da meia noite: ou seja, os ricos.
O debate é uma chatice porque :
Depois da novela em que se supõe que os personagens falem italiano.
O debate foi no mesmo horário em que a Globo autoriza que os jogos do Brasileirinho se realizem.
(A Cristina Kirchner comprou os direitos do campeonato argentino e distribui a todos os canais, que exibem na hora em que quiserem.)
O debate da Globo é para o brasileiro que pode ir dormir depois da meia noite: ou seja, os ricos.
O debate é uma chatice porque :
1) as perguntas são sobre temas sorteados;
2) quem faz as perguntas são os candidatos.
Por isso, as perguntas não são perguntas, mas plataforma para o candidato dizer o que quer.
E as perguntas são dirigidas ao adversário que esconda o maior rival.
Quando a Dilma pergunta ao Plínio, é porque quer esconder o Serra.
E o Serra só entrou no ar às 23H.
O formato da Globo acabou por ser um tiro no pé do Serra.
Quem sabe fazer pergunta é jornalista.
Candidato sabe pedir voto – quando sabe, o que não é o caso do Serra.
Candidato não sabe perguntar.
Por isso, o debate ficou assim: insípido, inodoro e incolor.
E por que ficou assim ?
Porque os candidatos e os partidos quiseram fugir dos jornalistas.
E por que fugiram dos jornalistas ?
Porque os jornalistas brasileiros, em geral, não prestam.
São partidários e, na maioria, tucanos.
Como diz o Mino Carta: o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama o patrão de “colega”.
Para evitar que o debate seja conduzido por perguntas do Jabor, da urubóloga ou do Waack, os partidos amarraram o debate.
Criaram um formato imune à tensão.
É como se a bola não pudesse passar da intermediária.
É um debate do tipo “risco-zero”.
O debate faz parte do sistema político brasileiro, em que não há discussão de políticas publicas.
Não há confronto de idéias.
O que mais informa acaba sendo, como a propaganda da Dilma, o horário eleitoral gratuito.
A lei que regula a entrada de candidatos na televisão também é essencialmente idiota.
Consiste em não aprofundar nada.
Por que ?
De novo, porque os partidos precisavam se proteger, antes de tudo, da parcialidade da Globo.
E aí fica essa bobagem do “dia do candidato”.
Em que o pobre espectador tem que ouvir a Bláblárina Silva – a candidata de duas caras, como disse o Santayana – dizer “é muito grave”, “é prioritário”, faremos “um plebiscito”.
Nos Estados Unidos, por exemplo, os debates são no horário nobre.
Patrocinados por entidades educacionais, geralmente.
E quem faz as pergunta são jornalistas – que todo mundo reconhece como jornalistas sérios, imparciais.
A Dilma aceitaria que só a Miriam fizesse as perguntas ?
Ou o Jabor ?
Melhor ir para o clinch – e não deixar o Serra respirar.
Debate não decide eleição, como profetizou Don Hewitt, que, em 1960, dirigiu o primeiro dos debates na tevê, entre Kennedy e Nixon.
O máximo que faz é acentuar tendência que já prevalecia antes do debate.
Cada um vê no debate o que quer ver.
Mas, poderia ser um instrumento de informação e formação.
Se não fosse ao ar no horário do Brasileirinho.
A presidente Dilma Rousseff não foge de uma responsabilidade que se impõe diante dela: promulgar a Ley de Medios.
O brasileiro precisa conhecer, discutir seus problemas.
Do contrário, o sucessor da Dilma será o Berlusconi.
Por isso, as perguntas não são perguntas, mas plataforma para o candidato dizer o que quer.
E as perguntas são dirigidas ao adversário que esconda o maior rival.
Quando a Dilma pergunta ao Plínio, é porque quer esconder o Serra.
E o Serra só entrou no ar às 23H.
O formato da Globo acabou por ser um tiro no pé do Serra.
Quem sabe fazer pergunta é jornalista.
Candidato sabe pedir voto – quando sabe, o que não é o caso do Serra.
Candidato não sabe perguntar.
Por isso, o debate ficou assim: insípido, inodoro e incolor.
E por que ficou assim ?
Porque os candidatos e os partidos quiseram fugir dos jornalistas.
E por que fugiram dos jornalistas ?
Porque os jornalistas brasileiros, em geral, não prestam.
São partidários e, na maioria, tucanos.
Como diz o Mino Carta: o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama o patrão de “colega”.
Para evitar que o debate seja conduzido por perguntas do Jabor, da urubóloga ou do Waack, os partidos amarraram o debate.
Criaram um formato imune à tensão.
É como se a bola não pudesse passar da intermediária.
É um debate do tipo “risco-zero”.
O debate faz parte do sistema político brasileiro, em que não há discussão de políticas publicas.
Não há confronto de idéias.
O que mais informa acaba sendo, como a propaganda da Dilma, o horário eleitoral gratuito.
A lei que regula a entrada de candidatos na televisão também é essencialmente idiota.
Consiste em não aprofundar nada.
Por que ?
De novo, porque os partidos precisavam se proteger, antes de tudo, da parcialidade da Globo.
E aí fica essa bobagem do “dia do candidato”.
Em que o pobre espectador tem que ouvir a Bláblárina Silva – a candidata de duas caras, como disse o Santayana – dizer “é muito grave”, “é prioritário”, faremos “um plebiscito”.
Nos Estados Unidos, por exemplo, os debates são no horário nobre.
Patrocinados por entidades educacionais, geralmente.
E quem faz as pergunta são jornalistas – que todo mundo reconhece como jornalistas sérios, imparciais.
A Dilma aceitaria que só a Miriam fizesse as perguntas ?
Ou o Jabor ?
Melhor ir para o clinch – e não deixar o Serra respirar.
Debate não decide eleição, como profetizou Don Hewitt, que, em 1960, dirigiu o primeiro dos debates na tevê, entre Kennedy e Nixon.
O máximo que faz é acentuar tendência que já prevalecia antes do debate.
Cada um vê no debate o que quer ver.
Mas, poderia ser um instrumento de informação e formação.
Se não fosse ao ar no horário do Brasileirinho.
A presidente Dilma Rousseff não foge de uma responsabilidade que se impõe diante dela: promulgar a Ley de Medios.
O brasileiro precisa conhecer, discutir seus problemas.
Do contrário, o sucessor da Dilma será o Berlusconi.
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