A divisão de celulares da sul-coreana LG Electronics sofreu cinco trimestres consecutivos de prejuízo e vem sendo pressionada pela concorrência feroz a reformular seus negócios enquanto as ações do grupo acumulam perdas.
A deficitária divisão de celulares vem causando séria perda de valor aos acionistas da LG. O valor de mercado da empresa é de apenas US$ 7,5 bilhões, cerca de um terço do exibido por rivais mundiais como a HTC e a Nokia, apesar da empresa ter operações consideráveis de televisores e eletrodomésticos.
A unidade é um buraco negro de capital para companhia, cujas ações perderam mais de metade de seu valor este ano, e faz dela a empresa de pior desempenho no setor, abaixo até da HTC e Nokia.
Apesar dos problemas, a LG afirma que vai manter sua divisão de celulares e que vem registrando sucessos que não estão sendo reconhecidos pelos investidores.
"Os investidores provavelmente querem a venda dessa divisão deficitária", disse o analista Harrison Cho, da KB Investment & Securities. "Mas mesmo com essa opção, a LG não obteria grande retorno. Deveriam ter vendido a unidade muito tempo atrás, antes que o panorama se agravasse. Eles simplesmente perderam o barco", disse o analista.
Criar joint-ventures com parceiros como a Philips Electronics e a Nortel foi a solução que a LG adotou no passado nos setores de telas planas e equipamento de telecomunicações para dividir riscos. Mas os analistas dizem que pode não haver muitos parceiros ávidos por uma união com a deficitária divisão de celulares do grupo atualmente.
A mudança do comando da Apple pode oferecer oportunidade aos rivais para que reduzam a liderança da gigante da tecnologia em alguns segmentos, mas sem um parceiro a LG fica limitada pela escala de suas operações com celulares, afirmam analistas.
A terceira maior fabricante mundial de celulares já reduziu em 20% sua meta de vendas de celulares inteligentes este ano, a 24 milhões de unidades e não tem projeção sobre quando a área sairá do vermelho.
CELULARES INTELIGENTES
Os celulares inteligentes da LG são vendidos sob a marca Optimus e as vendas de modelos como Optimus 2X e Optimus 3D têm sido fortes, apesar de uma performance ainda abaixo da exibida pelo Galaxy, da Samsung, e iPhone, da Apple.
"O que a LG pode fazer neste estágio é continuar fazendo o que ela pode fazer de melhor; continuar atualizando suas ofertas de produtos, diferenciá-los e então diversificar para além dos celulares com Android e Windows", disse Jung Kyun-sik, gerente de fundos na Eugene Asset Management, em Seul.
E mesmo aquisições parecem uma escolha difícil para empresa.
"A compra de uma rival com um grande portfólio de patentes ou grande equipe de pesquisa é uma opção para incentivar rapidamente o crescimento. Mas a LG não tem muita reserva de capital para financiar tal operação", disse S.J. Lee, gerente de fundos na Midas Asset Management, que possui ações da LG.
A companhia sul-coreana tinha um caixa de 2,2 trilhões de wons (US$ 2 bilhões) no final de junho e uma dívida total de cerca de 21 trilhões de wons.
Comentário do Celso:
A situação da subsidiária brasileira não parece ser diferente, uma vez que os trabalhadores da sua linha de celulares da fábrica de Taubaté/SP foram recentemente presenteados com férias coletivas, sendo que a empresa alegou "estoque alto de aparelhos".
Nenhum comentário:
Postar um comentário