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terça-feira, 12 de junho de 2012

Eletropaulo está entre as piores distribuidoras de energia elétrica








As duas maiores distribuidoras de energia elétrica, Eletropaulo e Light, ficaram entre as dez piores concessionárias do Brasil em 2011. O dado consta do primeiro ranking de continuidade do serviço elaborado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que mostra o desempenho das 63 empresas do setor. A melhor concessionária foi a Coelce, do Ceará.

O ranking foi dividido em dois grupos: um das grandes companhias, com mercado anual superior a 1 terawatt hora (TWh), e outro das pequenas distribuidoras, com mercado abaixo de 1 TWh. Entre 33 empresas do primeiro grupo, a concessionária paulista ficou em 23.º lugar e a Light, no antepenúltimo lugar. A pior distribuidora foi a Centrais Elétricas do Pará (Celpa), que está em processo de recuperação judicial, desde fevereiro.

Para elaborar o ranking, a Aneel comparou os indicadores de qualidade – tempo e frequência que o consumidor ficou sem luz entre janeiro e dezembro do ano passado – das empresas com os limites estabelecidos para cada uma. O objetivo, segundo a agência reguladora, é dar transparência à gestão dos indicadores nacionais – que nos últimos anos tiveram piora significativa – e envolver a sociedade nesse processo.

Os consumidores da Eletropaulo ficaram 10,36 horas sem energia em 2011.

Consumidores

Na avaliação da advogada e consultora da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste), Flávia Lafevre Guimarães, o resultado do ranking já era esperado, especialmente em relação à AES Eletropaulo. “Isso se deve a uma série de resoluções e parâmetros de qualidade muito complicados que a Aneel estabeleceu. Esses parâmetros permitiam que as empresas usassem desculpas absurdas para justificar a falta de investimento e as constantes quedas de energia como ‘situações de emergência’ e ‘dias críticos’. O resultado disso é a baixa qualidade do serviço de distribuição.”

Empresa não cumpre metas

A AES Eletropaulo – responsável por 98% da fiação aérea da capital – e a prefeitura descumprem a Lei 14.023/05, que determina que toda a rede de cabeamento aérea deve ser transferida para redes subterrâneas. A lei determina que devem ser enterrados até 250 quilômetros da rede por ano. E as metas estabelecidas pela empresa são ridículas: cumpriu 1,3% do necessário em 2011, e pretende enterrar somente 1,8% em 2012. O estarrecedor é que a própria Eletropaulo informa que, se os cabos fossem subterrâneos em São Paulo, 70% dos apagões poderiam ser evitados – causados por queda de galhos (52%), pipas e balões (9%), acidentes de carros (8%) e raios (1%).

Deputados do PT cobram solução

Há tempo, os deputados da Bancada do PT na Assembleia Legislativa cobram uma maior fiscalização por parte da Arsesp - Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo. Em convênio, que data de 1998, a Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica - delega à Arsesp a responsabilidade de fiscalizar.

Os parlamentares petistas também lembram que os lucros da empresa saltaram de R$ 376 milhões no ano de 2006 para R$ 1,3 bilhão em 2010 e que não há justificativa da Eletropaulo para que os investimentos não sejam feitos.

Alckmin privatizou Eletropaulo

A Eletropaulo, que já pertenceu ao governo paulista, foi privatizada entre 1998 e 1999, quando Alckmin era coordenador das privatizações do governo Mario Covas (PSDB). Foi Alckmin quem conduziu a venda da Eletropaulo e permitiu que a americana AES, grande produtora de energia, mas com pouca experiência em distribuição (só atuava como distribuidora em um único lugar), assumisse o controle da estatal paulista.

*com informações Agência Estado e PT Alesp

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