É comum no cinema que uma continuação seja melhor que o primeiro filme, que no caso estamos falando segundo "reboot" da consagrada série "Planeta dos Macacos".
Dez anos depois dos eventos do primeiro filme, de 2011, César (Andy Serkis) e os outros macacos vivem de forma harmoniosa em uma floresta, próxima a São Francisco. César está mais maduro que no filme anterior.Ele entende os humanos e confia neles como nenhum outro macaco, assim como o Maurice (Karin Konoval) o orangotango sábio e que em algumas cenas, repete o que foi feito na série anterior das décadas de 60 e 70, ao passar conhecimento aos primatas mais novos.
O diretor Matt Reeves mostra um mundo pós-apocalíptico bastante plausível, onde uma epidemia fatal dizimou boa parte da humanidade aos poucos, a "o vírus símio", que nada mais é que o vírus feito em laboratório e testado em macacos no epílogo de 2011, para pesquisar a cura de doenças.
A comunidade dos macacos vive em paz até quando um grupo de sobreviventes, liderado por Dreyfus (Gary Oldman), seguido por Malcolm (Jason Clarke) precisa reativar uma antiga usina hidrelétrica, para reestabelecer a energia elétrica que tanto faz falta para os humanos.
Um grande jogo de confiança e traição acaba por envolver ambos os grupos (macacos e humanos), de formas bastante distintas.
Um macaco rancoroso e que foi maltratado por humanos, Koba (Toby Kebbell) não confia neles e tenta dissuadir César, que dá um voto de confiança aos bípedes, a todo momento. Quem vai vencer? Ou será que haverá realmente um grupo "vencedor"?
Tudo se encaixa bem, sem sobressaltos. O destaque é total sobre os símios, com uma dialética bastante diferente da dos filmes originais, porém a dose de "suspensão de realidade" (aquilo que nos faz acreditar no que passa-se na tela) é bem menor e o resultado é bem mais assustador.
César é o grande protagonista, sempre se sacrificando por aquilo no que ele acredita. Momentos de dominação de macacos sobre humanos estão presentes, tão chocantes e reflexivos quanto os do filme de 1968: Quem serve aos interesses de quem? Quem é injustamente punido?
Os macacos evoluíram bastante e conseguem estabelecer diálogos e dilemas bastante complexos, enriquecendo bastante a película.
A trilha-sonora se encaixa bem, com músicas orquestradas e elementos de coral reproduzindo fielmente as sensações que passam na tela.
Quem conheceu a série "Planeta dos Macacos" a partir de 2011 deve procurar a série de filmes original (ver cronologia aqui). Tanto o "Confronto", agora em cartaz quanto os anteriores merecem ser vistos e revistos.
Leia aqui minha crítica do filme "Planeta dos Macacos: A Origem", de 2011.
Trailer:
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