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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O mundo está emburrecendo, dizem cientistas



Sim, a população mundial está ficando menos inteligente. Quem diz é uma dupla de pesquisadores do Reino Unido. Os pesquisadores apontam que o fenômeno responsável por essa queda, chamado de fertilidade disgênica, tem a ver com uma tendência observada já no começo do século passado: casais muito inteligentes têm cada vez menos filhos do que os casais de inteligência média ou baixa. (Em 1994, um pesquisador norte-americano constatou que mulheres com um QI médio de 111 tinham 1,6 filhos, enquanto as com QI médio de 81 tinham 2,6 filhos). E como a inteligência pode ser, até certo ponto, hereditária (embora esse papo seja bastante polêmico), o QI mundial estaria caindo progressivamente.
É o que os dados mostram: o estudo estima que, entre 1950 e 2000, a média de QI do mundo caiu 0,86 pontos. Mas, os caras explicam, nesse período o declínio foi compensado por um fenômeno chamado de Efeito Flynn – um aumento geral (e natural) na inteligência nas pessoas. “No entanto, estudos recentes em quatro países desenvolvidos mostraram que isso já acabou ou”, pior, “está funcionando ao contrário”, dizem os pesquisadores. Por isso, a projeção é que, até 2050, o emburrecimento some mais 1,28 pontos negativos. A previsão soa meio apocalípica mesmo: “parece provável que esse efeito se expanda para os países em desenvolvimento e que todo o mundo adentre um período de declínio na inteligência”.

Pouca gente gosta de ler hoje em dia. Pouca gente gosta de debater assuntos mais profundos. Se idiotizar é mais fácil e mais rápido. Uma pena.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Ivan Lessa: Trapalhadas no deserto


Só faltou o Renato Aragão. Lembro dos filmes, folheio mentalmente os compêndios de história, admiro as estátuas de militares e seus feitos. Os britânicos são ferozes na guerra. Aquela história: dão um boi para não entrar numa briga e uma boiada para não sair dela. Dizem.

Invasões do Iraque e do Afeganistão, na base do faremos tudo que "seu" mestre, os EUA, mandar. Ninguém em sã consciência ou louco desatino poderá dizer que foram exemplos eloquentes de sucesso.

Corria até há pouco, ontem, que a culpa fora do outro primeiro-ministro, o hoje negociante Tony Blair. Ele e suas armas de destruição em massa. Sai governo trabalhista, entra governo conservador. A co-liderar o país esse homão, que parece um nabo ambulante de terno e gravata, David Cameron. Conforme editoriais, suas revoluções árabes não têm sido um sucesso. Foi o primeiro líder mundial a visitar o Egito e aquela praça, a Tahrir (quer dizer libertação), após a queda de Hosni Mubarak.

Fez bem. Só que não se deveria utilizar da oportunidade da queda de um regime opressivo para, na mesma viagem, levar no cortejo oito firmas vendedoras de equipamento militar. Teria agido melhor se tivesse obamado. Obamar, verbo derivado do nome do atual presidente dos Estados Unidos, Barack Obama e que quer dizer fechar-se em copas, não dizer coisa com coisa, mostrar indecisão. Vai pro Houaiss um dia.

Logo a seguir, nosso bom Cameron andou levantando a hipótese de um bloqueio aéreo sobre a agora conturbada Líbia. O secretário de Defesa americano, Robert Gates, não demonstrou, com toda razão, muito entusiasmo. O que a seguir? Bombardeios, envio de tropas?

Agora, em pleno Carnaval, a patuscada, a palhaçada, o ridículo de uniforme e de terninho listrado. Se fosse baile, ou escola de samba, o nome seria fácil de dar: Pastelão na Areia.

Correu mundo a notícia de que o Reino Unido enviara peritos para o leste da Líbia, onde predominam, por enquanto, as forças rebeldes. O suposto objetivo seria entrar em contato com a oposição para dar conselhos militares e, quem sabe, bolar um esqueminha que agradasse à distinta plateia presente ao sacudido mundo das conturbações no norte da África.

Logo, logo vieram maiores detalhes. E mais, bem mais grotescos: a unidade britânica fora flagrada pela oposição com equipamento de espionagem, múltiplos passaportes e armas as mais variadas. Alguém aí já pensou numa nova aventura para James Bond?

O conselho de Benghazi, onde se deu o vexame, mediante o pronunciamento de um alto membro declarou à imprensa internacional que "isso não era maneira de se conduzir durante um levante". Levante é o que está havendo por lá. Guerra civil? Falta pouco.

É bom frisar que entre os militares apreendidos e prontamente remetidos de volta, via uma fragata a Londres e arredores, estavam oito soldados da lendária SAS (a Special Air Force), espécie de super-homens invencíveis que servem ainda para assustar criança que não se comporta bem. Há dezenas de filmes e livros narrando suas heroicas e imbatíveis façanhas. Todos péssimos.

No meio da turma, assim como quem não quer nada, também oito membros do MI6, o serviço secreto para assuntos exteriores, ou seja, Inteligência Militar Secção 6. James Bond, nosso bom 007, é do MI6.

Sempre em ritmo de folia momesca, essa gentarada toda foi capturada por guardas revolucionários armados, segundo consta, de confete e serpentina apenas, além de uma espada de pau de fantasia barata de pirata. Farmers, simples e carnavalescos farmers, ou pequenos agricultores. Passaram a noite a gente boa e braba da SAS e do MI6 num dormitório vagabundo, na certa inventando presepadas inesquecíveis para líbios em torno que nada entendiam.

Voltou tudo debaixo de estrondosas gargalhadas para a Grã-Bretanha. O ministro das Relações Exteriores, William Hague, no Parlamento, disse que tudo não passou de mero "erro operacional".

O vexame continua a render. Eu se fosse fazendeiro local, de grandes, pequenos ou médios recursos tomaria o maior cuidado.

Folha