Por que Michael Bay tem o dom de estragar histórias consagradas? No reboot das "Tartarugas Ninja" de 2014, o roteiro da história conseguiu a façanha de estragar toda uma franquia de uma vez só.
Existem sim cenas engraçadas, que lembram o espírito das tartarugas de 1990, mas muito pouco.
Falta aquela expectativa de que "As tartarugas vão aparecer", o que sempre esteve presente nas películas de duas décadas atrás. A primeira cena de lutas delas é escura, no meio da chuva e burocrática.
Até Whoopi Goldberg, que faz papel de uma das chefes de April no Canal 6, é mais engraçada que as próprias protagonistas, justamente pelo fato de ser a Whoopi.
Conseguiram mudar a origem das tartarugas, do Mestre Splinter, do Foot Clan e do Destruidor, que agora não passa de uma mistura de lutador de MMA, transformer e dinossauro bugado.
April O´Neil, representada por Megan Fox, agora não passa de uma gostosa malhada sem carisma, que sempre está com aquela cara de "bom dia" para tudo e não sabre representar emoções.
(Essa cena tem mais destaque que a maioria das cenas com as tartarugas)
Não costumo contar spoilers, mas vou poupá-los de gastar uma grana no cinema: April é filha de um falecido cientista, que testava um mutagênico em tartarugas e em um rato, em uma empresa que na verdade era controlada pelo Destruidor e por um homem malvado chamado Erick Sacks, o qual ela achava ser um aliado.
Se você se perder na história, não tem problema. O enredo é muito ruim mesmo.
Resumindo, este antagonista quer com Destruidor soltar um gás tóxico em Nova York e lucrar com a cura para ele, retirando o mutagênico que agora corre nas veias das tartarugas.
Michaelangelo, Donatello, Rafael e Leonardo são tartarugas genéricas, que conseguem ser completamente sem alma e muito longe tanto dos quadrinhos originais, quanto do desenho e protagonizarem cenas piores que o encontro delas com os Power Rangers (isso aconteceu, googleie aí).
Falando sobre os heróis da história, eles aparecem menos do que deveriam e com diálogos superficiais. Não há dinâmica nas cenas, tirando umas poucas, principalmente quando o Mestre Splinter castiga seus pupilos.
Aliás, o velho mestre rato tem muito mais personalidade que todas elas e é o personagem com mais carisma da película.
Também declaro que Michael Bay é um grande babaca, que coloca uma cena onde o Mestre Splinter apanha, parece que morre e só se recupera no final, deixando quem assiste muito bravo por maltratar um personagem tão querido.
A cena mais legal, quando aparece o furgão clássico das tartarugas, um ícone do desenho, é rápida e está presente só no fim da trama.
Sobre o diretor, tenho certeza que quando era pequeno, ele gostava de explodir coisas aleatoriamente só por diversão. É o que ele faz neste reboot.
As cenas de luta são fracas e com poucas técnicas realmente ninjas. Tudo está forçadamente coreografado. A melhor cena mesmo é a em que as tartarugas fazem um rápido rap com beatbox em um elevador e só.
Se você estiver lendo isto na época em que o filme está no cinema, poupe seu dinheiro e se estiver muito curioso, espere ele passar na televisão ou veja de outra forma.
Luta final conta o Destruidor? Simples demais.
Desgraça pouca é bobagem, na versão dublada para o Brasil, nem ao menos se deram ao trabalho de colocarem os dubladores originais dos anos 1990, como Manolo Rey e sua clássica voz do Leonardo.
Se nunca viu os filmes dos anos 1990, assista-os agora mesmo no youtube. Vai se divertir muito mais.
Assista aqui o Filme "As Tartarugas Ninja", dublado:
Assista aqui o Filme "As Tartarugas Ninja 2 -O segredo do Ooze", dublado:
Se lhe sobrar um tempo, veja o trailer do filme atual:
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