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sexta-feira, 31 de maio de 2013
Arnold Schwarzenegger anuncia 'O exterminador do futuro 5'
O ex-fisiculturista, ex-ator, ex-governador e, agora, ator novamente, Arnold Schwarzenegger anunciou que vai voltar às telas de cinema retomando antigos projetos de sucesso. O ator está preparando um quinto filme para "O exterminador do futuro" e uma continuação para Conan. Para completar, Schwarzenegger disse ainda que pensa em uma sequência para o filme "Irmãos gêmeos", que teria Eddie Murphy como um terceiro irmão para ele e o ator Danny DeVito.
O ex-governador da Califórnia fez uma participação no filme "Os Mercenários 2" de Sylvester Stallone e dava uma entrevista para divulgar o lançamento do DVD do filme. Segundo o dite do "The Guardian", foi quando revelou os futuros projetos em que está envolvido, mas que ainda não entraram em fase de produção:
"Há três projetos que estão sendo escritos e que me incluem. Um é "O exterminador do futuro 5", o outro é um filme de Conan, que a Universal está fazendo e ainda há uma sequência para "Irmãos gêmeos", que será chamado de "Tiplets". Nós todos vamos parecer bastante diferentes nesse. O terceiro gêmeo será Eddie Murphy, então imagine como será", disse o ator.
Yahoo
Rússia proíbe fumo em locais públicos a partir de sábado
A lei proíbe fumar em escolas, universidades, centros culturais e esportivos ou hospitais.
Para poder fumar, será preciso distanciar-se pelo menos 15 metros de aeroportos, estações ferroviárias ou de metrô.
Por enquanto, não estão previstas multas para quem desrespeitar a nova norma, pois ainda não foram adotadas as emedas que vão modificar o código administrativo.
"Por enquanto, os fumantes podem ficar tranquilos", intitulou o jornal gratuito Metro desta sexta-feira, Dia Mundial sem Cigarro.
Por ocasião da data, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimula a proibição da publicidade, da promoção e do patrocínio do tabaco, estimando que o tabagismo causa a morte prematura de seis milhões de pessoas por ano.
UOL
quinta-feira, 30 de maio de 2013
Brasil terá novo navio e instituto oceânico
Herton Escobar - O Estado de S.Paulo
A presença da ciência brasileira nos oceanos vai ganhar o reforço de um novo navio oceanográfico de grande porte e um novo instituto nacional, com quatro centros de pesquisa espalhados pela costa.
O Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas e Hidroviárias (Inpoh) começou a surgir na sexta-feira em uma reunião na Academia Brasileira de Ciências, no centro do Rio, com a criação de uma associação civil que pretende se credenciar como organização social (OS), apta a assinar contratos de gestão com o poder público e a iniciativa privada.
A ideia é que o instituto funcione em um modelo semelhante ao do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, uma OS que gerencia quatro laboratórios nacionais em Campinas - de luz síncrotron, biociências, biotecnologia do etanol e nanotecnologia.
Dessa forma, o Inpoh poderá firmar contratos com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para gestão de projetos e programas específicos, sem fazer parte do organograma da pasta - libertando-o, assim, de várias amarras burocráticas e legais que costumam atravancar o funcionamento da máquina pública.
Um dos projetos que o instituto deverá pleitear é o contrato de gestão do novo navio, de R$ 162 milhões, cuja compra deve ser finalizada nesta semana (mais informações nesta página). "Não é algo que está na agenda inicial, mas certamente há a expectativa de que o Inpoh possa se capacitar para isso num segundo momento", disse ao Estado o engenheiro oceânico Segen Estefen, diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe/UFRJ, escolhido como diretor provisório da associação.
O objetivo maior do Inpoh, segundo ele, será "colocar o Brasil em linha com os países desenvolvidos" no campo das ciências oceanográficas, tanto para fins de pesquisa quanto de exploração sustentável dos recursos marinhos. "Eu diria que é um marco histórico para o Brasil; um passo de afirmação sobre a necessidade de conhecermos essa parte oceânica do País, que nas próximas décadas terá uma relevância econômica muito importante para o projeto de nação que buscamos construir", afirma Estefen.
O instituto deverá ter quatro centros de pesquisa: dois dedicados à oceanografia (um para o Atlântico Tropical e outro, para o Atlântico Sul), um dedicado à pesca e aquicultura e outro, voltado para portos e hidrovias.
Oficialmente, a localização dos centros ainda não está definida. Segundo fontes ouvidas pelo Estado, porém, já estaria praticamente decidido que o do Atlântico Tropical será no Ceará, o do Atlântico Sul no Rio Grande do Sul, o de portos e hidrovias no Rio de Janeiro, e o de pesca em Santa Catarina. "Tem mais influência política do que justificativa técnica nessas decisões", afirmou uma fonte.
A presença da ciência brasileira nos oceanos vai ganhar o reforço de um novo navio oceanográfico de grande porte e um novo instituto nacional, com quatro centros de pesquisa espalhados pela costa.
O Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas e Hidroviárias (Inpoh) começou a surgir na sexta-feira em uma reunião na Academia Brasileira de Ciências, no centro do Rio, com a criação de uma associação civil que pretende se credenciar como organização social (OS), apta a assinar contratos de gestão com o poder público e a iniciativa privada.
A ideia é que o instituto funcione em um modelo semelhante ao do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, uma OS que gerencia quatro laboratórios nacionais em Campinas - de luz síncrotron, biociências, biotecnologia do etanol e nanotecnologia.
Dessa forma, o Inpoh poderá firmar contratos com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para gestão de projetos e programas específicos, sem fazer parte do organograma da pasta - libertando-o, assim, de várias amarras burocráticas e legais que costumam atravancar o funcionamento da máquina pública.
Um dos projetos que o instituto deverá pleitear é o contrato de gestão do novo navio, de R$ 162 milhões, cuja compra deve ser finalizada nesta semana (mais informações nesta página). "Não é algo que está na agenda inicial, mas certamente há a expectativa de que o Inpoh possa se capacitar para isso num segundo momento", disse ao Estado o engenheiro oceânico Segen Estefen, diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe/UFRJ, escolhido como diretor provisório da associação.
O objetivo maior do Inpoh, segundo ele, será "colocar o Brasil em linha com os países desenvolvidos" no campo das ciências oceanográficas, tanto para fins de pesquisa quanto de exploração sustentável dos recursos marinhos. "Eu diria que é um marco histórico para o Brasil; um passo de afirmação sobre a necessidade de conhecermos essa parte oceânica do País, que nas próximas décadas terá uma relevância econômica muito importante para o projeto de nação que buscamos construir", afirma Estefen.
O instituto deverá ter quatro centros de pesquisa: dois dedicados à oceanografia (um para o Atlântico Tropical e outro, para o Atlântico Sul), um dedicado à pesca e aquicultura e outro, voltado para portos e hidrovias.
Oficialmente, a localização dos centros ainda não está definida. Segundo fontes ouvidas pelo Estado, porém, já estaria praticamente decidido que o do Atlântico Tropical será no Ceará, o do Atlântico Sul no Rio Grande do Sul, o de portos e hidrovias no Rio de Janeiro, e o de pesca em Santa Catarina. "Tem mais influência política do que justificativa técnica nessas decisões", afirmou uma fonte.
quarta-feira, 29 de maio de 2013
Humorista Marcio Ribeiro morre nesta quarta-feira (29)
Morreu na manhã desta quarta-feira (29), o humorista Marcio Ribeiro, que ficou famoso ao apresentar o programa X-Tudo, que era exibido na TV Cultura.
A informação foi confirmada pelos agentes que cuidam da carreira do comediante.
Ainda não se sabe a causa da morte. Ele estava em Brasília, realizando um show de stand up comedy com seu grupo, que se chama Cia. Setebelos.
Ao que parece, o humorista passou mal durante a turnê.
Em conversa com a reportagem do R7, o humorista e amigo Bruno Motta lamentou a morte e disse que havia conversado com Marcio na última sexta-feira (23).
— Ele estava bem e não se queixou de nada.
A saúde frágil de Marcio era de conhecimento de todos os amigos. Ele sofria de diabetes e tinha problemas respiratórios.
Ele trabalhou por dez anos na TV Cultura.
R7
Era um grande humorista, com bastante talento.
terça-feira, 28 de maio de 2013
segunda-feira, 27 de maio de 2013
Ditadura: fotógrafo reafirma montagem da cena de 'suicídio' de Herzog
"O que trago na memória é um muro alto, portão alto de ferro e um lugar escuro e de acesso fácil.” O fotógrafo Silvaldo Leung Vieira, ex-funcionário da Polícia Civil de São Paulo, relembra com essas palavras a imagem que guardou do prédio do DOI-Codi no dia em que fez a conhecida fotografia do jornalista Vladimir Herzog morto em sua cela, no dia 25 de outubro de 1975. Ele veio de Los Angeles (EUA) a convite da Comissão da Verdade da Câmara Municipal de São Paulo, onde mora desde 1979, para visitar e fazer o reconhecimento do local em que hoje funciona o 36º Distrito Policial, no bairro do Paraíso, zona sul de São Paulo. Sobre como se sentia ao voltar ao local, olha em torno e diz: "Era um lugar mais escuro".
Segundo a versão policial na época, Herzog havia se suicidado. Mas, como ficou comprovado, ele foi assassinado um dia após se apresentar espontaneamente ao DOI-Codi, depois de ser procurado por agentes.
O fotógrafo Vieira, que na época tinha 22 anos, disse que percebeu haver algo estranho no momento em que fez a foto. Principalmente porque o corpo de Herzog estava numa posição estranha, segundo ele, para alguém que havia se suicidado, com a perna dobrada. “Num suicídio normalmente a pessoa salta de uma cadeira, ela fica pendurada, e não era aquilo que eu via”, lembra. “Foi clara (a montagem da cena) para mim. E também toda a blindagem em volta. Normalmente você vai num local e encontra PMs, carro de cadáver, você circula no local, procura coisas no chão, tenta fazer um croqui.”
Ser levado ao local praticamente sem saber para onde estava indo foi outro elemento que lhe causou “quase a certeza que aquele era um caso especial, um caso de homicídio”. “Eu nem sabia quem era, não sabia o nome. No decorrer é que vim juntando as peças. Ninguém comentou nada, vim a saber depois, no dia seguinte. Quando fui almoçar no Crusp (Conjunto Residencial da USP) já tinha comentário formado de tudo que tinha acontecido”, conta o fotógrafo.
Ele fazia um curso de fotografia na USP. “Foi uma fatalidade para mim (ter fotografado o corpo de Herzog). Eu estava iniciando a minha vida, de 21 para 22 anos.” Segundo ele, o trabalho foi rápido. “Só recebi a ordem de fotografar, não me movimentei pela sala, não vi mais nada a não ser o cadáver. Fiz a foto da porta.” Ele diz que não houve comentários, nem antes nem depois de fotografar, que pudessem suscitar quem era a vítima.
“Eu estava muito tenso, muito nervoso, e foi um choque para mim a forma com que eu cheguei aqui. Eu achava que ia ser a foto de um treinamento, por eu estar na escola, e foi uma coisa ultrassigilosa.” Vieira diz que estava nervoso ao se dirigir para o local “porque era a segunda semana minha no curso, não estava preparado. Eu sabia que ia fotografar um ‘encontro de cadáver’”, explicando que esse é um “termo técnico” para designar o trabalho. Após fazer as fotos, recebeu dos agentes a orientação de não comentar nada. Ele garante que nunca militou ou fez política, nem antes nem depois da famosa foto.
O agora ex-fotógrafo, com 60 anos, não se lembra de nomes e reafirma ter pouca ou quase nenhuma lembrança de seus movimentos dentro do prédio. Segundo o vereador Gilberto Natalini (PV), presidente da Comissão da Verdade paulistana, que ficou 60 dias preso e foi torturado no mesmo prédio, o local foi reformado. “A modificação física do prédio dificultou muito a identificação dos detalhes”, diz o parlamentar. “Houve uma reforma grande, e faz 38 anos, é praticamente uma vida”, completa Vieira.
Sobre a importância de sua presença no local, o fotógrafo respondeu: "Espero que mais pessoas que saibam mais do que eu venham também, e participem. Acredito que muitos funcionários presenciaram isso, e talvez até possam citar nomes."
Quatro anos depois, em 1979, Silvaldo Leung Vieira partiu para os Estados Unidos. Filho de um imigrante chinês que chegou ao Brasil em 1933, ele só voltou 15 anos depois, para ver a mãe. Em Los Angeles, recorreu a subempregos até conseguir uma vaga de aprendiz de joalheria. Ficou 25 anos no ramo. Atualmente, trabalha num abrigo para mulheres solteiras ou mães solteiras de até duas crianças em uma organização patrocinada pela igreja católica. “Dou instrução em Microsoft Office, ensino às pessoas como resumir um currículo.” Mas diz que sempre amou e continua amando a fotografia.
Segundo a versão policial na época, Herzog havia se suicidado. Mas, como ficou comprovado, ele foi assassinado um dia após se apresentar espontaneamente ao DOI-Codi, depois de ser procurado por agentes.
O fotógrafo Vieira, que na época tinha 22 anos, disse que percebeu haver algo estranho no momento em que fez a foto. Principalmente porque o corpo de Herzog estava numa posição estranha, segundo ele, para alguém que havia se suicidado, com a perna dobrada. “Num suicídio normalmente a pessoa salta de uma cadeira, ela fica pendurada, e não era aquilo que eu via”, lembra. “Foi clara (a montagem da cena) para mim. E também toda a blindagem em volta. Normalmente você vai num local e encontra PMs, carro de cadáver, você circula no local, procura coisas no chão, tenta fazer um croqui.”
Ser levado ao local praticamente sem saber para onde estava indo foi outro elemento que lhe causou “quase a certeza que aquele era um caso especial, um caso de homicídio”. “Eu nem sabia quem era, não sabia o nome. No decorrer é que vim juntando as peças. Ninguém comentou nada, vim a saber depois, no dia seguinte. Quando fui almoçar no Crusp (Conjunto Residencial da USP) já tinha comentário formado de tudo que tinha acontecido”, conta o fotógrafo.
Ele fazia um curso de fotografia na USP. “Foi uma fatalidade para mim (ter fotografado o corpo de Herzog). Eu estava iniciando a minha vida, de 21 para 22 anos.” Segundo ele, o trabalho foi rápido. “Só recebi a ordem de fotografar, não me movimentei pela sala, não vi mais nada a não ser o cadáver. Fiz a foto da porta.” Ele diz que não houve comentários, nem antes nem depois de fotografar, que pudessem suscitar quem era a vítima.
“Eu estava muito tenso, muito nervoso, e foi um choque para mim a forma com que eu cheguei aqui. Eu achava que ia ser a foto de um treinamento, por eu estar na escola, e foi uma coisa ultrassigilosa.” Vieira diz que estava nervoso ao se dirigir para o local “porque era a segunda semana minha no curso, não estava preparado. Eu sabia que ia fotografar um ‘encontro de cadáver’”, explicando que esse é um “termo técnico” para designar o trabalho. Após fazer as fotos, recebeu dos agentes a orientação de não comentar nada. Ele garante que nunca militou ou fez política, nem antes nem depois da famosa foto.
O agora ex-fotógrafo, com 60 anos, não se lembra de nomes e reafirma ter pouca ou quase nenhuma lembrança de seus movimentos dentro do prédio. Segundo o vereador Gilberto Natalini (PV), presidente da Comissão da Verdade paulistana, que ficou 60 dias preso e foi torturado no mesmo prédio, o local foi reformado. “A modificação física do prédio dificultou muito a identificação dos detalhes”, diz o parlamentar. “Houve uma reforma grande, e faz 38 anos, é praticamente uma vida”, completa Vieira.
Sobre a importância de sua presença no local, o fotógrafo respondeu: "Espero que mais pessoas que saibam mais do que eu venham também, e participem. Acredito que muitos funcionários presenciaram isso, e talvez até possam citar nomes."
Quatro anos depois, em 1979, Silvaldo Leung Vieira partiu para os Estados Unidos. Filho de um imigrante chinês que chegou ao Brasil em 1933, ele só voltou 15 anos depois, para ver a mãe. Em Los Angeles, recorreu a subempregos até conseguir uma vaga de aprendiz de joalheria. Ficou 25 anos no ramo. Atualmente, trabalha num abrigo para mulheres solteiras ou mães solteiras de até duas crianças em uma organização patrocinada pela igreja católica. “Dou instrução em Microsoft Office, ensino às pessoas como resumir um currículo.” Mas diz que sempre amou e continua amando a fotografia.
domingo, 26 de maio de 2013
Skaf esconde gastos com promoção pessoal
247 - Como diria o ex-presidente Lula, nunca antes na história deste país, uma federação industrial foi tão usada para a promoção pessoal de seu presidente. É o que acontece na Fiesp, onde seu comandante, Paulo Skaf, vem torrando uma pequena fortuna na promoção de sua imagem.
Skaf, que é filiado ao PMDB, sonha com o Palácio dos Bandeirantes e contratou o publicitário Duda Mendonça numa licitação de R$ 16 milhões. Depois disso, passou a comprar espaços caríssimos na televisão, como nos intervalos do Jornal Nacional e do Fantástico para tentar se tornar conhecido.
Diante de tanta movimentação pré-eleitoral, o PSDB cogitou uma representação por propaganda antecipada. Skaf, no entanto, não é consenso nem dentro do PMDB, onde muitos apostam que o deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP) teria um potencial de votos muito maior.
Outro ponto que o prejudica é sua falta de transparência. Numa reportagem da Folha deste domingo sobre sua promoção pessoal, ele foi questionado sobre os gastos com os comerciais que vêm sendo feitos. Por escrito, a Fiesp respondeu que "está desobrigada, por lei, a publicar seu balanço". Skaf afirmou ainda que sua imagem é usada nas propagandas porque a indústria precisa ter uma "cara".
Será que com essa falta de transparência ele merece ocupar ou até mesmo ser candidato ao Palácio dos Bandeirantes?
sexta-feira, 24 de maio de 2013
Muçulmana vira guitarrista de banda de heavy metal em São Paulo
Achei sensacional. A banda também é muito boa:
quinta-feira, 23 de maio de 2013
Bolsa Família teve impacto na queda da mortalidade infantil, aponta estudo
Uma pesquisa feita para avaliar os impactos do Programa Bolsa Família nas taxas de mortalidade infantil mostra redução de 17% na mortalidade de crianças menores de 5 anos, entre 2004 e 2009. A pesquisa foi feita com dados de cerca de 50% dos municípios brasileiros e revela que o programa contribuiu, principalmente, para a redução dos óbitos em decorrência da desnutrição. A pesquisa registra que o Programa Saúde da Família também contribuiu para a queda dos números.
Os dados apontam que a condicionalidade do Bolsa Família de determinar que as crianças estejam com o cartão de vacinação em dia foi um ponto importante, já que aumentou a cobertura de imunização contra doenças como sarampo e pólio. O aumento da renda das famílias beneficiadas, que ampliaram o acesso a alimentos e bens relacionados à saúde, também é citado. Esses fatores foram destacados pela ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello.
"O Bolsa Família melhorou a alimentação das mães. Os estudos mostram que as família se dedicam a comprar comida com esses recursos e isso já é um elemento de alteração do padrão de vida da criança. Ter acompanhamento pré-natal também contribui muito porque a criança já é cuidada antes mesmo de nascer", disse.
A pesquisa aponta que o Programa Saúde da Família, que oferece atenção básica à saúde, teve papel na redução da mortalidade causada por doenças como diarreia e infecções respiratórias. A redução no número de grávidas que davam à luz sem receber atendimento pré-natal também foi registrada pela pesquisa.
"Os dois programas se complementam para evitar o adoecimento das crianças na primeira infância. É importante observar como uma pequena quantia de dinheiro pode ter tamanho benefício em relação à mortalidade infantil", avaliou Maurício Barreto, mestre em saúde comunitária e titular em epidemiologia do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
A pesquisa foi conduzida pelo mestre em saúde comunitária da UFBA, Davide Rasella, com a participação de pesquisadores da instituição. Os resultados foram publicados pela revista The Lancet, periódico científico da área de saúde, com sede no Reino Unido.
Informe-se sobre a gripe H1N1
- O que é Gripe A ou Influenza A (H1N1)?
É uma doença infecciosa e aguda, causada por um tipo de vírus Influenza, de transmissão respiratória, de pessoa a pessoa por gotículas de pessoas doentes para sadias.
- Qual a diferença entre a gripe comum e a influenza A (H1N1)?
Desde o início da fase pós-pandêmica (2010), o vírus Influenza A (H1N1) circula pelo mundo juntamente com os vírus Influenza A (H3N2) e o Influenza B. Todos causam os mesmos sintomas: febre, tosse, dor de garganta, dores pelo corpo, dores em articulações e dor de cabeça.
Há diferença entre quadros de resfriado comum (causado por mais de 100 tipos de vírus) e a gripe. Neste caso, o resfriado é mais brando e a febre, quando ocorre, é mais baixa. Para diferenciá-los, o paciente deve procurar um médico.
- Como ocorre a transmissão?
O vírus é transmitido de pessoa a pessoa, principalmente por meio da tosse ou do espirro e de contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas. No entanto, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a principal forma de transmissão não é pelo ar, mas sim pelo contato com superfícies contaminadas.
- Quando infectada, por quanto tempo uma pessoa com o vírus da Gripe A transmite a doença?
O período de transmissibilidade da doença é diferente entre adultos e crianças. Nos adultos, o período é de sete dias após o aparecimento dos sintomas, enquanto em crianças este período vai de dois dias antes até 14 dias após o início dos sintomas.
- Quais as medidas de prevenção que devem ser repassadas à população?
A população deve ser ori entada a tomar alguns cuidados de higiene, comolavar bem e com frequência as mãos com água e sabão, evitar tocar os olhos, boca e nariz após contato com superfícies, não compartilhar objetos de uso pessoal e cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar.
- Qual a orientação sobre frequentar locais fechados?
A recomendação é evitar locais com aglomerados de pessoas, pois isso reduz o risco de contrair a doença. Principalmente quando a pessoa apresentar sintomas. Neste caso, deve ficar em casa.
- É preciso usar máscara em lugares de grande circulação, para evitar o contágio?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a principal forma de transmissão não é pelo ar, mas sim pelo contato com superfícies contaminadas. Por isso o uso de máscaras rotineiramente pela população não é recomendado pelo Ministério da Saúde. Entretanto, quem está doente deve fazer uso de máscara quando houver necessidade de contato com outras pessoas, para não transmitir o vírus.
- É possível ser infectado com a influenza A (H1N1) enquanto está com gripe comum?
Não. Um dos motivos para que isso ocorra é a concorrência natural entre os vírus, o que leva à predominância de um em detrimento do outro. Por isso, não há infecção simultânea pelo vírus influenza.
- A pessoa que teve influenza cria imunidade ao vírus?
Sim. Esse comportamento é comum em infecções por vírus. Depois de contrair a doença, o organismo humano cria defesas contra o inimigo, evitando futuras infecções pelo mesmo vírus. No caso da infecção pelo vírus Influenza A (H1N1) não se sabe quanto tempo essa imunidade permanece. Estudos ainda estão sendo realizados para se ter certeza sobre isso.
- Uma pessoa pode ter influenza mais de uma vez?
Se a pessoa contrair um tipo de Influenza pode contrair outro. Além disso, há relatos em estudos científicos de pessoas que contraíram o vírus Influenza A (H1N1) mais de uma vez, apesar da pessoa apresentar imunidade após contrair a doença. Mas esse fato precisa ser melhor estudado.
- Qual a influência das estações do ano na disseminação do vírus?
No inverno, em virtude das baixas temperaturas e da maior permanência das pessoas em locais fechados, o risco de transmissão é maior. Mas embora o risco de transmissão seja reduzido antes e depois do inverno, as recomendações para a prevenção do vírus influenza A (H1N1), bem como dos outros tipos de vírus da gripe, são as mesmas: lavar as mãos constantemente, evitar por as mãos na boca e nos olhos, evitar aglomerações em ambientes fechados, proteger a boca e o nariz ao tossir
ou espirrar, usar lenço descartável, limpar sempre as superfícies demesas, telefones, maçanetas e outros móveis e objetos de uso coletivo, bem como ficar atento ao surgimento de casos da doença na comunidade, em ambientes detrabalho ou na escola.
- Que medidas adotar para evitar a disseminação do vírus, a partir do momento em que o paciente procura o posto de saúde? É preciso usar máscara?
Se o paciente apresentar tosse ou espirro e secreções nasais, deve-se oferecer a ele máscara cirúrgica para evitar a transmissão a outras pessoas. Além disso, orientações sobre a aplicação de álcool gel nas mãos e orientações em salas de espera.
- Durante o período de incubação, pode haver transmissão da doença? Ou ela só ocorre com a presença de sintomas?
Pode haver transmissão da doença em média um dia antes até 7 dias após o aparecimento dos primeiros sintomas, que em geral é a febre. A transmissão, porém, é menor neste período porque a pessoa não elimina a mesma quantidade de gotículas que elimina ao tossir ou espirrar.
- Quanto tempo o vírus resiste fora do organismo?
O vírus resiste de 24 horas a 72 horas fora do organismo.
- Há possibilidade de o paciente ter a doença e não ter os sintomas?
Sim. Podem ocorrer casos assintomáticos, quando a pessoa tem o vírus no organismo, mas não apresenta os sintomas mais comuns, como febre alta repentina, tosse e dor nas articulações, entre outros.
- A pessoa assintomática pode transmitir o vírus?
Sim. É importante lembrar que as medidas de higiene respiratória e pessoal devem ser praticadas independentemente da presença ou não de sintomas, pois apresentam resultado muito importante na interrupção da transmissão.
- Quais cuidados devem ser adotados ao frequentar serviços de alimentação, tais como restaurantes, lanchonetes, bares e cantinas escolares?
Primeira medida e a mais importante: lavar as mãos, principalmente antes de consumir algum alimento. Sabemos que alguns micróbios vivem por algumas horas em superfícies como mesas de restaurantes, de cafeterias e maçanetas de portas. Portanto, evite tocá-las desnecessariamente. Evite também tocar os olhos, boca e nariz após contato com essas superfícies e não compartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, pratos e copos. Além disso, não fale, cante, tussa, assovie ou espirre sobre os alimentos. Prefira os serviços de alimentação que sejam bem arejados e que não tenham aglomerações de pessoas.
- Para quem é indicado o tratamento com fosfato de Oseltamivir (Tamiflu)? O Ministério da Saúde libera o uso do medicamento para todas as pessoas?
O Ministério da Saúde não recomenda o uso do Oseltamivir para toda a população porque o uso inadequado do produto pode levar à resistência do vírus ao medicamento. Além disso, o uso sem controle e desnecessário do Oseltamivir pode levar ao desabastecimento, o que traria danos a toda a população, além do risco de reação adversa. Portanto, a medida adotada pelo governo brasileiro tem o objetivo de evitar que o vírus da nova gripe crie resistência ao Único tratamento disponível no mundo. Além disso, o uso racional do Oseltamivir no tratamento da influenza A (H1N1) é uma recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) para evitar maiores riscos à saúde pública. Está indicado o uso do Oseltamivir para todas as pessoas que apresentarem a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG): pessoa em qualquer idade com febre repentina acima de 38ºC, tosse e dificuldade de respirar (dispnéia) ou com outros sintomas, como dores no corpo e nas articulações. Também está indicado para os casos de pessoas que apresentem sintomas e façam parte do grupo de risco definido pelos órgãos de saúde.
- Quem deve tomar a vacina contra a gripe A (H1N1)?
Idosos, gestantes, puérperas (mulheres no período de até 45 dias após o parto), crianças de seis meses a dois anos e trabalhadores da área da saúde.
- Qualquer pessoa pode tomar a vacina H1N1?
Sim, desde que tenha mais de seis meses de idade e não haja contraindicação. Mas ela é aplicada gratuitamente nas redes públicas somente para as pessoas que compõem o grupo de risco.
- Existe alguma contraindicação da vacina para quem está tomando outro medicamento?
Os pacientes que tomam medicação que altere a imunidade (como corticoides ou imunossupressores) podem não ter uma boa resposta com a vacina, mas não estão contraindicados para recebê-la.
- Crianças devem tomar a vacina em uma ou duas doses?
Todas as crianças abaixo de nove anos de idade, que estejam tomando a vacina para Influenza A H1N1 pela primeira vez, devem receber duas doses com um mês de intervalo.
- Se a pessoa estiver gripada, ela poderá tomar a vacina?
Se a pessoa estiver sem febre, pode tomar a vacina.
- Quem não pode tomar a vacina contra a Gripe A (H1N1)?
Pessoas com doença febril aguda, pessoas com doença neurológica em atividade, ou aquelas com antecedentes de alergia grave a componentes do ovo, ao timerosal (Merthiolate) e à neomicina. Nos casos de doença febril aguda, passada esta fase, a vacina poderá ser administrada normalmente.
- Quem está grávida pode tomar a vacina contra a Gripe A (H1N1)?
Sim. Conforme orientação do Ministério da Saúde, as gestantes, por constituírem um grupo de alto risco para complicações graves, devem ser vacinadas.
- E quem amamenta pode tomar a vacina contra a Gripe A (H1N1)?
Quem amamenta pode tomar a vacina. Não existem contraindicações formais para a administração da vacina em mulheres que se encontrem amamentando.
- Existe alguma precaução para se tomar a vacina?
A principal contraindicação é alergia grave a ovo.
- Existe algum efeito colateral?
Os efeitos colaterais mais comuns são: dor local, febre baixa e mal-estar nas primeiras 48 horas após a aplicação.
- Existe a vacina da gripe comum separada da H1N1 conjugada?
A vacina tanto da rede pública quanto particular é trivalente, ou seja, tem a da influenza H1N1 associada a duas para influenza sazonais (H3N2 e B).
- O vírus da vacina pode provocar a Gripe A (H1N1)?
A vacina é produzida por vírus fragmentados. Não existe, portanto, o risco de se adquirir gripe por meio da vacina.
- A vacina contra a Gripe A (H1N1) tem efeito imediato?
A proteção começa a existir aproximadamente após duas semanas (15 dias) da administração, prolongando-se por cerca de um ano.
- Por quanto tempo a pessoa que tomar a vacina estará imune?
Em média, por um ano.
quarta-feira, 22 de maio de 2013
Shopping terá que reservar vaga para grávida e mãe com criança
Lei também vale para estacionamentos de centros comerciais e de hipermercados da cidade
Regulamentação, que ocorrerá em até 90 dias, irá especificar qual percentual de vagas servirá às gestantesDE SÃO PAULO
Uma lei que entrou em vigor ontem obriga shoppings, centros comerciais e hipermercados da cidade de São Paulo a reservar vagas de estacionamento para grávidas e para pessoas com bebês de colo de até dois anos.
Publicada no "Diário Oficial" da Cidade, a lei precisa ser regulamentada para que a fiscalização comece.
A regulamentação, que ocorrerá em até 90 dias, irá especificar qual percentual de vagas nos estacionamentos servirá às gestantes e às pessoas com bebês de colo --detalhes que o texto promulgado ontem não trouxe.
Criada pelo vereador Aurélio Nomura (PSDB), a lei estipulava uma reserva de 3% das vagas a esses dois grupos.
Ao promulgar a lei, o prefeito Fernando Haddad (PT) vetou esse item.
A multa por descumprimento é de R$ 500 por dia.
Hoje já existe reserva de vagas para idosos (5% do total, conforme lei de 2007) e para pessoas portadoras de deficiência (2%, conforme decreto federal de 2004).
Na prática, há estabelecimentos que também já reservam vagas para grávidas. Mas em alguns casos há margem para interpretação de que valeriam para aqueles com idade gestacional avançada, com mobilidade reduzida.
O texto da lei é mais específico: diz que grávidas de qualquer semana passam a ter direito à vaga preferencial.
"Gestante vai de uma semana a nove meses. Como é que vou saber se uma gestante é gestante?", disse o economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo, Marcel Solimeo. Segundo ele, a prefeitura interferirá "demais na atividade privada".
Para Roberto Moreno, diretor da Associação Paulista de Supermercados, a lei é benéfica, mas o impacto só será medido com a regulamentação. Não está claro, diz, se serão os comerciantes que fiscalizarão motoristas.
A Alshop (Associação Brasileira dos Lojistas de Shopping) apoiou a lei, tida como "prova de cidadania".
Folha de SP
Bolsa Família reduz violência, aponta estudo da PUC-Rio
A redução da desigualdade com o Bolsa Família está chegando aos números da violência. Levantamento inédito feito na cidade de São Paulo por pesquisadores da PUC-Rio mostra que a expansão do programa na cidade foi responsável pela queda de 21% da criminalidade lá, devido principalmente à diminuição da desigualdade, diz a pesquisa. É o primeiro estudo a mostrar esse efeito do programa na violência.
Em 2008, o Bolsa Família, que até ali atendia a famílias com adolescentes até 15 anos, passou a incluir famílias com jovens de 16 e 17 anos. Feito pelos pesquisadores João Manoel Pinho de Mello, Laura Chioda e Rodrigo Soares para o Banco Mundial, o estudo comparou, de 2006 a 2009, o número de registros de ocorrência de vários crimes — roubos, assaltos, atos de vandalismo, crimes violentos (lesão corporal dolosa, estupro e homicídio), crimes ligados a drogas e contra menores —, nas áreas de cerca de 900 escolas públicas, antes e depois dessa expansão.
— Comparamos os índices de criminalidade antes e depois de 2008 nas áreas de escolas com ensino médio com maior e menor proporção de alunos beneficiários de 16 e 17 anos. Nas áreas das escolas com mais beneficiários de 16 e 17 anos, e que, logo, foi onde houve maior expansão do programa em 2008, houve queda maior. Pelos cálculos que fizemos, essa expansão do programa foi responsável por 21% do total da queda da criminalidade nesse período na cidade, que, segundo as estatísticas da polícia de São Paulo, foi de 63% para taxas de homicídio — explica João Manoel Pinho de Mello.
O motivo principal, dizem os autores, foi a queda da desigualdade causada pelo aumento da renda das famílias beneficiadas— Há muitas explicações de estudos que ligam queda da desigualdade à queda da violência: uma, mais sociológica, é que diminui a insatisfação social; outra, econômica, é que o ganho relativo com ações ilegais diminui — completa Rodrigo Soares. — Outra razão é que muda a interação social dos jovens ao terem de frequentar a escola e conviver mais com gente que estuda.
Reforma policial ajudou a reduzir crimes
Apesar de estudarem no bairro que já foi tido como um dos mais violentos do mundo, os alunos da Escola Estadual José Lins do Rego, no Jardim Ângela, periferia de São Paulo — com 1.765 alunos, dos quais 126 beneficiários do Bolsa Família —, dizem que os assaltos e brigas de gangues, por exemplo, estão no passado.
— Os usuários de drogas entravam na escola o tempo todo — conta Ana Clara da Silva, de 17 anos, aluna do ensino médio.
— Antes, você estava dando aula e tinha gente vigiando pela janela — diz a diretora Rosângela Karam.
Um dos principais pesquisadores do país sobre Bolsa Família, Rodolfo Hoffmann, professor de Economia da Unicamp, elogia o estudo da PUC-Rio:
— Há ali evidências de que a expansão do programa contribuiu para reduzir principalmente os crimes com motivação econômica — diz. — De 20% a 25% da redução da desigualdade no país podem ser atribuídos ao programa; mas há mais fatores, como maior valor real do salário mínimo e maior escolaridade.
Professora da Pós-Graduação em Economia da PUC-SP, Rosa Maria Marques também lembra que a redução de desigualdade não pode ser atribuída apenas ao Bolsa Família:
— Também houve aumento do emprego e da renda da população. E creio que a mudança na interação social dos jovens beneficiados contou muito.
Do Laboratório de Análise da Violência da Uerj, o professor Ignácio Cano concorda com a relação entre redução da desigualdade e queda da violência:
— Muitos estudos comparando dados internacionais já apontaram que onde cai desigualdade cai criminalidade.
Mas são as outras razões para a criminalidade que chamam a atenção de Michel Misse, coordenador do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana da UFRJ. Misse destaca que a violência na capital paulista vem caindo por outros motivos desde o fim dos anos 1990:
— O estudo cobre bem os índices no entorno das escolas. Mas não controla as outras variáveis que interferem na queda de criminalidade. Em São Paulo, a violência vem caindo por pelo menos quatro fatores: reforma da polícia nos anos 2000; política de encarceramento maciça; falta de conflito entre quadrilhas devido ao monopólio de uma organização criminosa; e queda na taxa de jovens (maioria entre vítimas e autores de crimes), pelo menor crescimento vegetativo.
Para Misse, a influência do programa não foi pela desigualdade:
— É um erro supor que só pobres fornecem agentes para o crime; a maioria dos presos é pobre, mas a maioria dos pobres não é criminosa. Creio que, no caso do Bolsa Família, o que mais afetou a violência foi a criação de outra perspectiva para esses jovens, que passaram a ter de estudar.
O Globo
terça-feira, 21 de maio de 2013
domingo, 19 de maio de 2013
Brasil é único que não puniu envolvidos no caso Alstom
Escândalo mundial de propinas com empresa francesa estourou em 2008
Zâmbia e Indonésia estão entre os que já têm provas e sanções; investigação brasileira não produziu efeito
Mario Cesar de Carvalho
Folha de S. Paulo
O Brasil está sozinho na impunidade num grupo de 11 países que apuram as suspeitas contra a Alstom, conglomerado francês que é um dos maiores do mundo em transporte e energia.
Enquanto até locais como Zâmbia e Indonésia já têm provas e punições sobre as suspeitas de a empresa ter pago propina para obter contratos, uma investigação iniciada há cinco anos no Brasil não produziu efeito algum.
As investigações sobre a empresa começaram em maio de 2008, quando o "Wall Street Journal" revelou que ela usava um banco e uma filial na Suíça para distribuir comissões para conseguir contratos entre 1995 e 2003. Até o ano 2000 a França autorizava empresas a pagar comissões para obter negócios.
PRISÃO E MULTA
Há um certo padrão no tipo de punição imposta aos suspeitos de receber comissões e à Alstom. Eles são presos e a empresa é condenada a pagar uma multa.
Suíça, Itália, México e a Zâmbia adotaram multas. O maior valor foi pago à Suíça, onde a investigação foi iniciada. A Alstom fez um acordo com a Procuradoria do país para encerrar as apurações. Pagou US$ 43,5 milhões, doados à Cruz Vermelha, e não sofreu condenação, mas uma de suas subsidiárias foi acusada de "negligência corporativa" por ter pago propinas depois que a União Europeia havia transformado a prática em crime.
Os EUA foram um dos últimos países a adotar medidas contra a empresa. No último mês prendeu um vice-presidente da Alstom sob acusação de violar a lei que proíbe empresas que atuem nos EUA de pagar propina no exterior.
A Zâmbia é um dos países mais miseráveis da África. Ocupa o 148º posto numa lista de 195 países das Nações Unidas. Apesar da penúria, o país conseguiu com que a Alstom fosse suspensa por três anos das licitações do Banco Mundial e pagasse uma multa de US$ 9,5 milhões à instituição.
COMPLEXIDADE
A demora na apuração brasileira decorre da lentidão da Justiça e da complexidade do caso, segundo autoridades ouvidas pela Folha. A principal dificuldade é que todas as provas estão na Suíça e o Brasil depende desses papéis.
A Suíça já bloqueou uma conta de um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de SP, Robson Marinho, com cerca de US$ 1 milhão, porque há suspeitas de que ele teria ajudado a empresa a obter um contrato de US$ 110 milhões com a Eletropaulo em 1997. A Alstom teria pago US$ 8,25 milhões de comissão a políticos.
A advogada Dora Cavalcanti, que defende um dos investigados no Brasil, diz que o envio de documentos será difícil pois não houve condenação da Alstom na Suíça e muitas provas foram anuladas porque havia documentos falsificados. "Não tem sentido mandar provas que foram consideradas ilícitas".
O promotor Silvio Marques e o procurador Rodrigo de Grandis, que atuam no caso nas esferas estadual e federal, discordam da visão da advogada. "O acordo na Suíça não elimina a possibilidade de envio de provas para o Brasil", afirma De Grandis.
A maior problema, segundo ele, é o risco de os crimes prescreverem. Isso pode ocorrer porque os suíços enviaram, a partir de 2007, documentos sobre supostos crimes que ocorreram em 1997.
Marques é mais otimista. Cita como exemplo o caso de Paulo Maluf: Jersey demorou 12 anos para decidir devolver US$ 28,3 milhões ao Brasil.
Zâmbia e Indonésia estão entre os que já têm provas e sanções; investigação brasileira não produziu efeito
Mario Cesar de Carvalho
Folha de S. Paulo
O Brasil está sozinho na impunidade num grupo de 11 países que apuram as suspeitas contra a Alstom, conglomerado francês que é um dos maiores do mundo em transporte e energia.
Enquanto até locais como Zâmbia e Indonésia já têm provas e punições sobre as suspeitas de a empresa ter pago propina para obter contratos, uma investigação iniciada há cinco anos no Brasil não produziu efeito algum.
As investigações sobre a empresa começaram em maio de 2008, quando o "Wall Street Journal" revelou que ela usava um banco e uma filial na Suíça para distribuir comissões para conseguir contratos entre 1995 e 2003. Até o ano 2000 a França autorizava empresas a pagar comissões para obter negócios.
PRISÃO E MULTA
Há um certo padrão no tipo de punição imposta aos suspeitos de receber comissões e à Alstom. Eles são presos e a empresa é condenada a pagar uma multa.
Suíça, Itália, México e a Zâmbia adotaram multas. O maior valor foi pago à Suíça, onde a investigação foi iniciada. A Alstom fez um acordo com a Procuradoria do país para encerrar as apurações. Pagou US$ 43,5 milhões, doados à Cruz Vermelha, e não sofreu condenação, mas uma de suas subsidiárias foi acusada de "negligência corporativa" por ter pago propinas depois que a União Europeia havia transformado a prática em crime.
Os EUA foram um dos últimos países a adotar medidas contra a empresa. No último mês prendeu um vice-presidente da Alstom sob acusação de violar a lei que proíbe empresas que atuem nos EUA de pagar propina no exterior.
A Zâmbia é um dos países mais miseráveis da África. Ocupa o 148º posto numa lista de 195 países das Nações Unidas. Apesar da penúria, o país conseguiu com que a Alstom fosse suspensa por três anos das licitações do Banco Mundial e pagasse uma multa de US$ 9,5 milhões à instituição.
COMPLEXIDADE
A demora na apuração brasileira decorre da lentidão da Justiça e da complexidade do caso, segundo autoridades ouvidas pela Folha. A principal dificuldade é que todas as provas estão na Suíça e o Brasil depende desses papéis.
A Suíça já bloqueou uma conta de um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de SP, Robson Marinho, com cerca de US$ 1 milhão, porque há suspeitas de que ele teria ajudado a empresa a obter um contrato de US$ 110 milhões com a Eletropaulo em 1997. A Alstom teria pago US$ 8,25 milhões de comissão a políticos.
A advogada Dora Cavalcanti, que defende um dos investigados no Brasil, diz que o envio de documentos será difícil pois não houve condenação da Alstom na Suíça e muitas provas foram anuladas porque havia documentos falsificados. "Não tem sentido mandar provas que foram consideradas ilícitas".
O promotor Silvio Marques e o procurador Rodrigo de Grandis, que atuam no caso nas esferas estadual e federal, discordam da visão da advogada. "O acordo na Suíça não elimina a possibilidade de envio de provas para o Brasil", afirma De Grandis.
A maior problema, segundo ele, é o risco de os crimes prescreverem. Isso pode ocorrer porque os suíços enviaram, a partir de 2007, documentos sobre supostos crimes que ocorreram em 1997.
Marques é mais otimista. Cita como exemplo o caso de Paulo Maluf: Jersey demorou 12 anos para decidir devolver US$ 28,3 milhões ao Brasil.
sábado, 18 de maio de 2013
Juízes poderão ser substituídos por computadores
Num futuro próximo os aplicativos de computador aprenderão a tomar decisões judiciais. Além do mais, segundo dizem os cientistas, os servidores da justiça eletrônicos irão pronunciar sentenças de forma mais imparcial e argumentada do que o homem.
As pesquisas provaram que os veredictos são frequentemente influenciados por problemas familiares do juíz, estado da saúde e até uma refeição antes da sessão.
Alguns programas de computador capazes de tomar decisões judiciais já existem.
De acordo com os cientistas, num futuro próximo todas as leis passarão a ser elaboradas com vista a serem utilizadas ulteriormente por computadores.
Fonte
quarta-feira, 15 de maio de 2013
Estudantes de escolas paulistas estão sem livro didático
Agência Brasil:
As aulas começaram há mais de dois meses e estudantes de redes municipais de ensino no estado de São Paulo ainda estão sem os livros didáticos. Em Embu das Artes (SP) são mais de 600 estudantes sem livros de português. Em São Bernardo, 10 mil alunos estão esperando livros de diversas disciplinas. Os números foram informados pelas secretárias de Educação dos municípios, Lucia Couto e Cleuza Repulho, que também é presidenta da União Nacional dos Dirigente Municipais de Educação (Undime).
Segundo Cleuza, a Undime está fazendo um levantamento nacional, mas a situação está mais crítica em São Paulo. “Este ano a gente está com uma dificuldade muito maior”, diz.
Os livros fazem parte do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). O número de livros que será distribuído no ano é calculado com base no número de estudantes no Censo Escolar do ano anterior. Para cobrir as matrículas excedentes, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) remete recursos para que sejam comprados 3% a mais de livros para cada estado para compor uma reserva técnica.
Esses livros são distribuídos para os governos estaduais, responsáveis pelo repasse as redes de ensino que precisem. No entanto, segundo as secretárias, a reserva de São Paulo não chegou aos municípios e o governo do estado não informa onde estão os livros. “Solicitamos a reserva técnica, mas o estado não sabe informar sobre os livros. Este ano, foram distribuídos os livros consumíveis, o livro que a criança escreve e não precisa devolver. Tem que ser um livro por criança”, diz Lucia. Em São Bernardo, diz Cleuza, os professores tiveram que buscar uma solução paliativa. “Quando tem questão de preenchimento, mas as crianças fazem em conjunto”.
Por meio de nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo informa que “os cerca de 800 mil livros didáticos de reserva técnica que recebeu neste ano do Ministério da Educação, por meio do Programa Nacional do Livro Didático, foram devidamente armazenados nas 91 diretorias regionais de ensino e também em um depósito da administração na Grande São Paulo”
O número é diferente do divulgado pelo FNDE. Segundo a autarquia foram entregues ao governo do estado de São Paulo 562.912 livros como reserva técnica respeitando o prazo limite para a entrega até o final de janeiro. Segundo a assessoria de imprensa da autarquia, os municípios tiveram até o dia 31 de março para informar os livros que faltam em cada rede. O FNDE está ciente dos casos e informou que vai resolvê-los.
A Secretaria de São Paulo acrescenta na mesma nota que “parte das prefeituras, entre elas as citadas pelos jornais, perdeu o prazo para requerer o material, encerrado pelo MEC em 31 de março, a pasta está utilizando a reserva técnica para auxiliar essas cidades. Neste momento, a Secretaria da Educação do Estado faz um levantamento para verificar quantos e quais municípios ainda necessitam de livros para atendê-los, por ordem de pedido, conforme a disponibilidade no estoque”.
No 14º Fórum Nacional de Dirigentes Municipais da Undime, o presidente do FNDE, José Carlos de Freitas disse que está sendo estudada uma forma de resolver o problema por meio de apoio da empresa de Correios. Além disso, um grupo técnico trabalha para encontrar uma solução que, segundo ele, pode ser enviar a reserva técnica diretamente para os municípios. “O programa do livro didático é um programa consolidado como um programa de sucesso. São 160 milhões de livros distribuídos em um pais continental como o Brasil. Evidentemente tem problemas pontuais, que representam 2% da quantidade de livros distribuídos”.
*A repórter viajou a convite da Undime
Edição: Fábio Massalli
Isso é PSDB: Desastre e descaso com a educação.
segunda-feira, 13 de maio de 2013
28 dados sobre Cuba ignorados pelo Jornal Nacional e seus papagaios
Como já dissera o escritor e jornalista uruguaio, Eduardo Galeano, quando se trata de Cuba, a grande imprensa, “aplica uma lupa enorme que amplia tudo o que ocorre, sempre que há interesses dos inimigos, chamando a atenção para o que acontece na Revolução, enquanto a lupa distrai e deixa de mostrar outras coisas importantes”.
Entre essas coisas importantes, que não são apontadas pelas lupas, chamo a atenção para 28 dados, que mostram a força de Cuba, na véspera de seu aniversário de 53 anos.
1) 8.913.000 de cubanos participaram da discussão do Projeto de Diretrizes para a Política Econômica e Social do Partido e da Revolução, debate prévio ao 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba.
2) Foram registrados mais de 3 milhões de intervenções populares.
3) 68% das diretrizes foram reformuladas após a discussão com o povo cubano.
4) 313 diretrizes da Política Econômica e Social do Partido e da Revolução foram adotadas no 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba.
5) Na linha definida pelo povo cubano para atualização do modelo econômico, até agora, entraram em vigor.
6) 7 decretos-leis do Conselho de Estado.
7) 3 decretos do Conselho de Ministros.
8) 66 resoluções e instruções de ministros e chefes de instituições nacionais.
9) O governo cubano destinará, em subsídios, mais de 800 milhões de pesos para pessoas de baixa renda, como parte da Lei do Orçamento para 2012.
10) O governo cubano vai destinar mais de 17 milhões de pesos para a saúde, a educação e outras necessidades sociais, no orçamento para 2012.
11) No orçamento de 2012, serão alocados 400 milhões de pesos para proteger as pessoas em situação financeira crítica, incluindo pessoas com deficiências e consideradas disponíveis no processo de reestruturação do trabalho.
12) O orçamento do Estado encerrou o ano com um déficit estimado de 3,8% em relação ao Produto Interno Bruto, cumprindo o limite aprovado pela Assembleia Nacional, na Lei do Orçamento de 2011.
13) Produto Interno Bruto cresceu 2,7%, em 2011.
14) No final de 2011, a produtividade de todos os empregados na economia cresceu 2,8%.
15) Mais de 357 mil cubanos exercem o trabalho por conta própria.
16) 33 medidas foram aprovadas pelo Conselho de Ministros e entraram em vigor, em setembro passado, para continuar a facilitar o trabalho por conta própria.
17) Mais de 2,5 milhões de turistas visitaram a Cuba em 2011.
18) Foram produzidos 4 milhões de toneladas de petróleo e gás em 2011.
19) A taxa de mortalidade infantil em Cuba é inferior a 5 por mil nascidos vivos.
20) A expectativa de vida é de 78 anos.
21) 186 países condenaram os EUA pelo bloqueio genocida contra Cuba, durante a Assembleia Geral da ONU, em outubro passado.
22) Cuba ficou em segundo lugar nos Jogos Pan-Americanos Guadalajara, com 58 medalhas de ouro.
23) O Conselho de Estado da República de Cuba concordou em indultar mais de 2.900 presos.
24) Cuba ocupa a 51ª posição, no Relatório de Desenvolvimento Humano da ONU, com um alto desenvolvimento humano.
25) Em 14 de dezembro marcou o primeiro aniversário da primeira rede social de conteúdo digital cubano, EcuRed, com cerca de 80 mil artigos e verbetes.
26) Mais de 40 mil cubanos estão em missões de solidariedade por mais de 70 países.
27) Mais de 3 milhões de pessoas foram alfabetizados pelo método “Yo, si puedo”, depois de ser aplicado em quase três dezenas de países ao redor do mundo.
28) Com o início do ano letivo 2011–2012, em 5 de setembro, abriram suas portas mais de 60 universidades na Ilha, com cerca de 500 mil alunos matriculados.
sábado, 11 de maio de 2013
Pedro Saraiva: Sobre a vinda dos 6.000 médicos cubanos
Por Pedro Saraiva, no blog do Nassif
Olá Nassif, sou médico e gostaria de opinar sobre a gritaria em relação à vinda dos médicos cubanos ao Brasil. Bom, como opinião inteligente se constrói com o contraditório, vou tentar levantar aqui algumas informações sobre a vinda de médicos cubanos para regiões pobres do Brasil que ainda não vi serem abordadas.
– O principal motivo de reclamação dos médicos, da imprensa e do CFM seria uma suposta validação automática dos diplomas destes médicos cubanos, coisa que em momento algum foi afirmado por qualquer membro do governo. Pelo contrário, o próprio ministro da saúde, Antônio Padilha, já disse que concorda que a contratação de médicos estrangeiros deve seguir critérios de qualidade e responsabilidade profissional. Portanto, o governo não anunciou que trará médicos cubanos indiscriminadamente para o país. Isto é uma interpretação desonesta.
– Acho estranho o governo ter falado em atrair médicos cubanos, portugueses e espanhóis, e a gritaria ser somente em relação aos médicos cubanos. Será que somente os médicos cubanos precisam revalidar diploma? Sou médico e vivo em Portugal, posso garantir que nos últimos anos conheci médicos portugueses e espanhóis que tinham nível técnico de sofrível para terrível. E olha que segundo a OMS, Espanha e Portugal têm, respectivamente, o 6º e o 11º melhores sistemas de saúde do mundo (não tarda a Troika dar um jeito nesse excesso de qualidade). Profissional ruim há em todos os lugares e profissões. Do jeito que o discurso está focado nos médicos de Cuba, parece que o problema real não é bem a revalidação do diploma, mas sim puro preconceito.
– Portugal já importa médicos cubanos desde 2009. Aqui também há dificuldade de convencer os médicos a ir trabalhar em regiões mais longínquos, afastadas dos grandes centros. Os cubanos vieram estimulados pelo governo, fizeram prova e foram aprovados em grande maioria (mais à frente vou dar maiores detalhes deste fato).
A população aprovou a vinda dos cubanos, e em 2012, sob pressão popular, o governo português renovou a parceria, com amplo apoio dos pacientes. Portanto, um dos países com melhores resultados na área de saúde do mundo importa médicos cubanos e a população aprova o seu trabalho.
– Acho que é ponto pacífico para todos que médicos estrangeiro tenham que ser submetidos a provas aí no Brasil. Não faz sentido importar profissionais de baixa qualidade. Como já disse, o próprio ministro da saúde diz concordar com isso. Eu mesmo fui submetido a 5 provas aqui em Portugal para poder validar meu título de especialista. As minhas provas foram voltadas a testar meus conhecimentos na área em que iria atuar, que no caso é Nefrologia. Os cubanos que vieram trabalhar em Medicina de família também foram submetidos a provas, para que o governo tivesse o mínimo de controle sobre a sua qualidade.
Pois bem, na última leva, 60 médicos cubanos prestaram exame e 44 foram aprovados (73,3%). Fui procurar dados sobre o Revalida, exame brasileiro para médicos estrangeiros e descobri que no ano de 2012, de 182 médicos cubanos inscritos, apenas 20 foram aprovados (10,9%). Há algo de estranho em tamanha dissociação. Será que estamos avaliando corretamente os médicos estrangeiros?
Seria bem interessante que nossos médicos se submetessem a este exame ao final do curso de medicina. Não seria justo que os médicos brasileiros também só fossem autorizados a exercer medicina se passassem no Valida? Se a preocupação é com a qualidade do profissional que vai ser lançado no mercado de trabalho, o que importa se ele foi formado no Brasil, em Cuba ou China?
O CFM se diz tão preocupado com a qualidade do médico cubano, mas não faz nada contra o grande negócio que se tornaram as faculdades caça-níqueis de Medicina. No Brasil existe um exército de médicos de qualidade pavorosa. Gente que não sabe a diferença entre esôfago e traqueia, como eu já pude bem atestar. Porque tanto temor em relação à qualidade dos estrangeiros e tanta complacência com os brasileiros?
– Em relação este exame de validação do diploma para estrangeiros abro um parêntesis para contar uma situação que presenciei quando ainda era acadêmico de medicina, lá no Hospital do Fundão da UFRJ.
Um rapaz, se não me engano brasileiro, tinha feito seu curso de medicina na Bolívia e havia retornado ao país para exercer sua profissão. Como era de se esperar, o rapaz foi submetido a um exame, que eu acredito ser o Revalida (na época realmente não procurei me informar). O fato é que a prova prática foi na enfermaria que eu estava estagiando e por isso pude acompanhar parte da avaliação.
Dois fatos me chamaram a atenção, o primeiro é a grande má vontade dos componentes da banca com o candidato. Não tenho dúvidas que ele já havia sido prejulgado antes da prova ter sido iniciada. Outro fato foi o tipo de perguntas que fizeram.
Lembro bem que as perguntas feitas para o rapaz eram bem mais difíceis que aquelas que nos faziam nas nossas provas. Lembro deles terem pedidos informações sobre detalhes anatômicos do pescoço que só interessam a cirurgiões de cabeça e pescoço. O sujeito que vai ser médico de família, não tem que saber todos os nervos e vasos que passam ao lado da laringe e da tireoide. O cara tem que saber tratar diarreia, verminose, hipertensão, diabetes e colesterol alto. Soube dias depois que o rapaz tinha sido reprovado.
Não sei se todas as provas do Revalida são assim, pois só assisti a uma, e mesmo assim parcialmente. Mas é muito estranho os médicos cubanos terem alta taxa de aprovação em Portugal e pouquíssimos passarem no Brasil. Outro número que chama a atenção é o fato de mais de 10% dos médicos em atividade em Portugal serem estrangeiros. Na Inglaterra são 40%. No Brasil esse número é menor que 1%. E vou logo avisando, meu salário aqui não é maior do que dos meus colegas que ficaram no Brasil.
– Até agora não vi nem o CFM nem a imprensa irem lá nas áreas mais carentes do Brasil perguntar o que a população sem acesso à saúde acha de virem 6000 médicos cubanos para atendê-los. Será que é melhor ficar sem médico do que ter médicos cubanos? É o óbvio ululante que o ideal seria criar condições para que médicos brasileiros se sentissem estimulados a ir trabalhar no interior. Mas em um país das dimensões do Brasil e com a responsabilidade de tocar a medicina básica pulverizada nas mãos de centenas de prefeitos, isso não vai ocorrer de uma hora para outra.
Na verdade, o governo até lançou nos últimos anos o Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab), que oferece salários mensais de R$ 8 mil e pontos na progressão de carreira para os médicos que vão para as periferias. O problema é que até hoje só 4 mil médicos aceitaram participar do programa. Não é só salário, faltam condições de trabalho. O que fazemos então? Vamos pedir para os mais pobres aguentar mais alguns anos até alguém conseguir transformar o SUS naquilo que todos desejam? Vira lá para a criança com diarreia ou para a mãe grávida sem pré-natal e diz para ela segurar as pontas sem médico, porque os médicos do sul e sudeste do Brasil, que não querem ir para o interior, acham que essa história de trazer médico cubano vai desvalorizar a medicina do Brasil.
– É bom lembrar que Cuba exporta médicos para mais de 70 países. Os cubanos estão acostumados e aceitam trabalhar em condições muito inferiores. Aliás, é nisso que eles são bons. Eles fazem medicina preventiva em massa, que é muito mais barata, e com grandes resultados. Durante o terremoto do Haiti, quem evitou uma catástrofe ainda maior foram os médicos cubanos. Em poucas semanas os médicos dos países ricos deram no pé e deixaram centenas de milhares de pessoas sem auxílio médico.
Se não fosse Cuba e seus médicos, haveria uma tragédia humanitária de proporções dantescas. Até o New England Journal of Medicine, a revista mais respeitada de medicina do mundo, fez há poucos meses um artigo sobre a medicina em Cuba. O destaque vai exatamente para a capacidade do país em fazer medicina de qualidade com recursos baixíssimos (http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMp1215226).
– Com muito menos recursos, a medicina de Cuba dá um banho em resultados na medicina brasileira. É no mínimo uma grande arrogância achar que os médicos cubanos não estão preparados para praticar medicina básica aqui no Brasil. O CFM diz que a medicina de Cuba é de má qualidade, mas não explica por que a saúde dos cubanos, como muito menos recursos tecnológicos e com uma suposta inferioridade qualitativa, tem índices de saúde infinitamente melhores que a do Brasil e semelhantes à avançada medicina americana (dados da OMS).
– Agora, ninguém tem que ir cobrar do médico cubano que ele saiba fazer cirurgia de válvula cardíaca ou que seja mestre em dar laudos de ressonância magnética. Eles não vêm para cá para trabalhar em medicina nuclear ou para fazer hemodiálises nos pacientes. Medicina altamente tecnológica e ultra especializada não diminui mortalidade infantil, não diminui mortalidade materna, não previne verminose, não conscientiza a população em relação a cuidados de saúde, não trata diarreia de criança, não aumenta cobertura vacinal, nem atua na área de prevenção. É isso que parece não entrar na cabeça de médicos que são formados para serem superespecialistas, de forma a suprir a necessidade uma medicina privada e altamente tecnológica. Atenção! O governo que trazer médicos para tratar diarreia e desidratação! Não é preciso grande estrutura para fazer o mínimo. Essa população mais pobre não tem o mínimo!
Que venham os médicos cubanos, que eles façam o Revalida, mas que eles sejam avaliados em relação àquilo que se espera deles. Se os médicos ricos do sul maravilha não querem ir para o interior, que continuem lutando por melhores condições de trabalho, que cobrem dos governos em todas as esferas, não só da Federal, melhores condições de carreira, mas que ao menos se sensibilizem com aqueles que não podem esperar anos pela mudança do sistema, e aceitem de bom grado os colegas estrangeiros que se dispõe a vir aqui salvar vidas.
Infelizmente até a classe médica aderiu ao ativismo de Facebook. O cara lê a Veja ou O Globo, se revolta com o governo, vai no Facebook, repete meia dúzia de clichês ou frases feitas e sente que já exerceu sua cidadania. Enquanto isso, a população carente, que nem sabe o que é Facebook morre à mingua, sem atendimento médico brasileiro ou cubano.
Droga incita violência na escola, aponta pesquisa de sindicato
A presença das drogas no ambiente escolar é o principal motivo apontado por professores da rede estadual de ensino de São Paulo para a criação de situações de violência dentro da escola.
A constatação é de pesquisa divulgada ontem pela Apeoesp (sindicato estadual dos professores).
Em 42% dos casos, os entrevistados disseram que o aluno sob efeito de drogas foi a razão que motivou a violência. Em seguida, com 29%, estão as ações do tráfico de drogas e alunos sob efeito de álcool como as motivadores.
O levantamento, realizado pelo instituto Datapopular, ouviu 1.400 professores, por telefone, em 167 cidades paulistas entre janeiro e março deste ano e tem margem de erro de 2,61%.
A rede estadual paulista conta com 230 mil docentes.
A pesquisa indicou também que 84% dos entrevistados disseram ter tido conhecimento de algum caso de agressão dentro da escola onde trabalham, e 44% dos professores pesquisados afirmam ter sofrido algum tipo de agressão (física, verbal ou assédio) no ambiente escolar.
A agressão mais comum presenciada, de acordo com a pesquisa, é a verbal (74%), seguida do bullying (60%) e do vandalismo (53%).
Felippe Angeli, coordenador do Sistema de Proteção Escolar da Secretaria de Estado da Edução, afirma que "a preocupação com a questão das drogas não se limita às escolas e é algo que está inserido em um contexto maior da sociedade".
Segundo o coordenador, a secretaria está "atuando em conjunto com as forças de ordem para coibir a ação do tráfico nas escolas, assim como está sendo fortalecida a estrutura de segurança no ambiente escolar".
Angeli afirmou ainda que professores da rede estadual estão fazendo cursos de capacitação para que consigam "mediar conflitos com mecanismos que incentivem a discussão e abordagens diferentes para os problemas que surjam na escola".
A secretaria informou que ainda não recebeu oficialmente os dados divulgados pelo sindicato e que quer analisar a metodologia aplicada.
Folha de São Paulo
E depois tem gente querendo legalizar maconha, crack e cocaína. Aumentaria a oferta e a demanda das drogas, piorando a situação. Quem defende a legalização de mais drogas não tem caráter.
Leiam este meu editorial: "Descriminalizar as drogas é a solução?"
sexta-feira, 10 de maio de 2013
quinta-feira, 9 de maio de 2013
Uma Droga de Escola
Uma Droga de Escola
Por Franklin F.A. Maciel
Após viver anos sob a tirania das aves de rapina, o Reino das Aves, teve suas primeiras eleições democráticas.
Apresentaram-se como candidatos o pardal, o tucano e o pavão. Apesar de serem ampla maioria, os pardais perderam as eleições para os tucanos que, muito bons de bico, convenceram a maioria de serem os mais preparados, prometendo um novo reino onde todas as aves seriam iguais.
Mas como e por que tornar um reino tão plural e diversificado onde todos tem habilidades e formas tão distintas num mundo onde todos são iguais?
Como e para que tornar igual o canário, o papagaio e o avestruz?
Foi então que o tucano-mor deu a resposta: – Através da Educação!
E assim todos os filhotes de todas as espécies foram enviados para escola para dar início à grande revolução educacional.
Na escola, todos os filhotes de todas as mais diferentes espécies de aves recebiam instruções de professores tucanos de como se tornarem iguais a um tucano.
O canarinho, o beija-flor, o pardal e tantos outros passarinhos, por mais esforço que fizessem, nunca conseguiam ser iguais à um tucano, entretanto, os tucaninhos de nascimento eram demais! Pareciam já terem nascido com dons naturais, seres super-dotados!! Todo aprendizado para eles era muito mais fácil, sabiam ser iguais à tucanos como nenhuma outra ave, eram os maiorais, aqueles que seguramente, devido à sua excelência e prodígios naturais estavam fadados a ocupar por seus méritos, os mais altos postos na hierarquia social do Reino das Aves.
Já os demais, a cada fracasso na tentativa de suprimirem suas aptidões naturais para se adaptarem aos padrões, valores e modus vivendi tucanos apreendidos na escola como ideais quase canônicos, mais e mais desanimavam com a escola, sentiam-se incapazes, impotentes, condenados à serem aves de segunda categoria, a ocuparem por suas próprias incompetências e inaptidões pessoais (e não do sistema de ensino) posições menos relevantes dentro da hierarquia social do Reino das Aves, internando dentro de si um sentimento de frustração e culpa pessoal devido às suas incapacidades de aproveitarem as oportunidades oferecidas de maneira universal à todas as aves por meio do acesso à educação tucana e por elas, constantemente desperdiçadas, como nas entrelinhas gostavam de reforçar os professores tucanos.
O canarinho tentou algumas vezes cantar, mas foi duramente repreendido pelos professores, afinal tucano não canta, portanto, o dom de cantar não estaria entre as aptidões necessárias para ser um pássaro igual; o João de Barro quis fazer uma casinha de barro, mas foi reprimido porque construir não era coisa de tucano. Assim aconteceu com a sabiá, com o papagaio, com a andorinha, e tantos outros que tinham habilidades e hábitos diferentes das de um tucano. Só se deu bem na história o chupim, pois roubava os testes das provas e, na malandragem, acertava tudo.
Desinteressados, pressionados, os pássaros da escola não sabiam mais o que fazer para conter a angústia e a raiva por tantos fracassos e frustrações, foi quando uma raposa que à tudo de longe observava, resolveu se aproximar dum pequeno grupo de passarinhos e lhes fazer uma proposta:
- Ora, ora, pra que tanto desânimo?
- Tão jovens, vamos curtir a vida, experimentem um gole desta água divina que a alegria vai voltar de novo às suas vidas.
- Mas que água é essa, perguntou o beija-flor.
- É água que passarinho não bebe! Deram-lhe esse nome para que vocês tivessem medo de descobrir as maravilhas que ela faz.
Meio desconfiados, os passarinhos, acabaram provando da tal água e… Gostaram!
Sob o efeito da água, toda aquela angústia de se sentirem deslocados sumiu! Bebiam da água e em suas cabeças voavam mais alto e eram mais “iguais” que qualquer tucano! Outras vezes nem se importavam mais em tentar ser iguais, bastavam em seu estado ébrio serem eles mesmos em seus desejos mais íntimos e verdadeiros.
Podiam chorar, rir, contar piadas, vencer a timidez.
A água era realmente fantástica, pena que o efeito durava pouco, o que os fazia beber cada vez mais.
O problema é que a tal água que de início foi dada de graça, agora passou a ser cobrada, na mesma medida em que tomar a água de contentamento foi se transformando numa necessidade.
Os passarinhos não mais conseguiam fazer nada sem tomar um gole d’água e precisavam beber cada vez mais para se suportarem como passarinhos. Então muitos passarinhos abandonaram a escola para trabalhar em qualquer coisa que lhes desse algum dinheiro. Outros passaram à roubar, trapacear, enfim, buscaram todos os meios para ter recursos afim de ter um pouco de prazer e alívio através da água, que depois virou erva e por fim virou pó e pedra.
Alguns desses passarinhos ficaram tão viciados, que começaram a cometer toda sorte de delitos para obter a água e seu derivados, o que justificou aos olhos de toda a população do reino, o uso da força e da intimidação proposto pelos mais rígidos tucanos, para recolocar as coisas em ordem o reino.
Assim, construíram gaiolas e mais gaiolas nas quais amontoavam os passarinhos arruaceiros que não se adequavam ao sistema, assim como criaram todo um sistema de vigilância sob o comportamento de todos, valendo-se de pássaros guardas munidos de ameaçadores estilingues, que não pensavam duas vezes em usar, com a anuência de toda a população assustada com o aumento da insubordinação pública dos passarinhos excluídos.
Na escola, tudo continuava da mesma forma, só a pressão por resultados aumentava mais e mais.
Tinham todos de aprender a como ser tucanos na marra, custasse o custasse, fizessem reforço, recuperação, usassem bicos postiços, não importava, tinham todos, de um jeito ou de outro, que se tornarem prototucaninhos. Até que um dia, um passarinho resolveu criar coragem e cantar.
E fizeram de tudo para fazê-lo parar de cantar, mas o passarinho intrépido, continuava à cantar e a incentivar outros passarinhos à também cantar.
E voava pelo ar fazendo piruetas de um jeito que nenhum tucano sabia voar. Os tucanos não sabiam mais o que fazer para parar o passarinho.
Tentaram vencê-lo pelo cansaço, sem sucesso. Depois dificultar seu acesso à bens básicos de sobrevivência como comida, o passarinho aprendeu a jejuar, usavam estilingues para derrubá-lo em pleno ar, mas o passarinho era muito ligeiro, sagaz, sempre dava uma jeito e escapava, o que aos poucos ia encorajando os demais, até que um dia, de tanto insistirem, conseguiram abatê-lo.
O passarinho caiu e toda a comunidade de pássaros foi ter à sua volta. Foi quando perceberam que pareciam muito mais com o passarinho abatido do que com os tucanos e tirando as anilhas também começaram à cantar.
O beija-flor, que não cantava, bateu suas asas mais rápido que qualquer tucano podia sequer imaginar; o falcão voou mais veloz e alto que qualquer tucano podia sonhar em voar, o rouxinol abriu seu peito e entoou sua mais linda melodia e assim, cada ave do reino foi redescobrindo seus valores e habilidades naturais e então entenderam que o que os igualava era apenas a origem de ave e o direito e dever que cada uma tinha de ter respeitada sua própria identidade assim como a da outra ave.
Viver e aprender não era mais uma questão de competir para ver quem era melhor que o outro, pelo contrário, começaram as aves a colaborar entre si naquilo que uma tinha mais facilidades que a outra e vice-versa e assim a comunidade prosperou, o respeito mútuo se estabeleceu, elas se tornaram mais seguras e alegres e, enfim decidiram fechar a “escola de igualdades” inaugurada pelos tucanos e criaram uma escola para todas as potencialidades.
Deste dia em diante, os passarinhos não precisaram mais tomar da água para poder voar e cantar, porque descobriram que mais do que asas, tinham idéias e sonhos e esses, a s poderiam levar mais alto que qualquer pássaro já pensou em voar.
Franklin Maciel
Brasil adere à campanha para incentivar denúncias de tráfico de pessoas
O Ministério da Justiça quer reforçar as ações de prevenção ao tráfico de pessoas, incentivando a população a denunciar esses casos e ajudar o Estado a reprimir o crime e proteger as vítimas. Para isso, lançou hoje (9) a versão brasileira da campanha Coração Azul, em parceria com o Escritório das Nações unidas sobre Drogas e Crime (Unodc).
Relatórios oficiais mostram que há mais de 2 milhões de vítimas traficadas no mundo. Por meio da campanha, cujo slogan é "Liberdade não se compra. Dignidade não se vende. Denuncie o tráfico de pessoas", o Brasil se compromete a disponibilizar meios de divulgação e mobilização da sociedade voltados ao combate a esse tipo de crime.
Um hotsite e uma página na rede social Facebook foram criadas com esse objetivo. Também serão distribuídos panfletos e cartazes nos núcleos e postos da rede de enfrentamento ao tráfico de pessoas em todo o país.
De acordo com o Ministério da Justiça, o coração azul, símbolo da mobilização, representa o sofrimento das vítimas e lembra a insensibilidade dos que compram e vendem seres humanos. Implementada até agora em dez países, a campanha, no Brasil, conta também com o apoio das secretarias de Direitos Humanos e de Políticas para as Mulheres.
O diretor executivo do Unodc, Yury Fedotov, lembrou que o tráfico de pessoas explora mulheres, crianças e homens e que as vítimas são submetidas a trabalho forçado, à exploração sexual e têm órgãos roubados. As autoridades estimam que na Europa o tráfico de pessoas movimente 2,5 bilhões de euros anualmente.
Fedotov ressaltou a importância da mobilização de vários setores da sociedade e do fortalecimento de cooperações internacionais para enfrentar o que chamou de "desafio do século 21".
"Trata-se de um crime hediondo, que não tem fronteiras. Nenhum país está livre desse crime", disse ele, lembrando que, apesar dos desafios, houve avanços nos últimos anos, na medida em que essa ação foi criminalizada internacionalmente a partir da Convenção de Palermo.
Durante o evento, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ressaltou a importância da conscientização da população para denunciar os casos como forma de obter resultados mais efetivos no combate a esse crime. Segundo ele, não há nada mais "odioso do que fazer com que pessoas sejam violentadas e percam sua dignidade".
"Ou a sociedade se une para enfrentar essa questão ou vamos continuar com um magnífico plano e ótimas intenções, mas com baixos resultados na efetividade do que queremos, com poucos presos e condenados e as quadrilhas continuando a agir", disse, lembrando que muitas vezes os crimes deixam de ser denunciados por vergonha e medo. "Crime não denunciado é crime oculto. E crime oculto é crime não punido", acrescentou.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), Maria do Rosário, enfatizou que o combate a esse crime está sendo tratado com "prioridade total" pelo governo federal. Ela reconheceu que isso significa combater grupos poderosos que têm ampla lucratividade, "transformando seres humanos em mercadorias".
"Estamos determinados, como nação, a enfrentar esse crime em toda a sua extensão e resgatar a dignidade humana de brasileiras e brasileiros que são traficados para fora e também de quem é trazido ao Brasil como vítima desse crime", disse. "O Brasil não aceita ser destino de pessoas traficadas de qualquer lugar do mundo", enfatizou.
A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), Eleonora Menicucci, lamentou o fato de mulheres e crianças serem as principais vítimas desse crime "hediondo, invisível e silencioso” e que "só será punido se houver denúncia".
Escolhida como embaixadora da campanha no Brasil, a cantora Ivete Sangalo disse ser "inadmissível" nos tempos atuais ainda ocorrerem "movimentos tão radicais e desumanos como a escravidão e o tráfico de pessoas".
No Brasil, entre 2005 e 2011, foram investigadas 514 denúncias desse crime, sendo a maior parte (344) dos inquéritos relacionada ao trabalho escravo. Os dados apontam que 157 são de tráfico internacional e 13 de tráfico interno, modalidade em que o índice de denúncias é considerado muito baixo. Ao todo, 381 suspeitos foram indiciados nesse período e 158, presos.
A rede de enfrentamento ao tráfico de pessoas, disponibilizada pelo governo brasileiro, inclui núcleos e postos estaduais e municipais, rede consular de apoio no exterior, os serviços Disque 100, da SDH e o Ligue 180, da SPM. As denúncias também podem ser encaminhadas à Polícia Federal.
Em fevereiro, o governo federal lançou o 2º Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, para integrar e fortalecer as políticas públicas na área, assim como as redes de atendimento e organizações para prestação de serviços.
Edição: Juliana Andrade
Agência Brasil
terça-feira, 7 de maio de 2013
Sorteio perverso
Esta Folha, respeitando a saudável pluralidade dos seus articulistas, publicou recentemente três pontos de vista tão antagônicos quanto ricos para um debate mais aprofundado acerca da descriminalização da maconha.
Partindo do fato de que sete ex-ministros da Justiça vieram à público defender a descriminalização, Antonio Prata e Ruy Castro escreveram sobre o assunto. Danuza Leão, de maneira indireta, fez um belo complemento.
Prata defendeu a urgência da descriminalização como uma maneira de evitar a "guerra às drogas", jogo perdido pelo Estado ("Cotidiano", 24/4). Ruy Castro argumentou que "todo mundo no Brasil dá palpite sobre drogas: deputados, advogados, juízes, burocratas, ministros (...). Ao mesmo tempo, há duas categorias quase ausentes nessa discussão: os médicos (já que a dependência é uma doença, não um crime) e os dependentes (...)" ("Opinião", 24/4).
Como médicos psiquiatras, nós nos sentimos na obrigação de esclarecer alguns pontos sobre a maconha. Como qualquer droga ilícita, ela ocupa grande espaço no imaginário da sociedade. No entanto, infelizmente, vem ganhando uma imagem de benignidade sem uma fundamentação científica confiável.
A glamorização da maconha como planta de valor terapêutico e de uso a princípio meramente "recreativo" tem servido de argumento para a condescendência com seu consumo. A verdade é que classificar maconha como droga leve e quem sabe até terapêutica é ingênuo, se não malicioso.
O peso clínico de uma droga depende, é claro, do usuário. Sua bagagem genética e social pode contribuir para que a droga tenha grande impacto. Há quem fume e possa não sofrer nenhum dano. Mas há muita gente que vive justamente o contrário. As clínicas de reabilitação estão lotadas para comprovar a veracidade do fato.
A maconha pode piorar todos os quadros psiquiátricos mais comuns, como esquizofrenia, depressão, ansiedade e bipolaridade, e desencadear as primeiras crises graves dessas doenças, mudando a história natural de doentes que poderiam viver incólumes a riscos transmitidos geneticamente.
Trata-se, portanto, de um sorteio perverso, pois a rigor se pode suspeitar mas não garantir que uma experiência com maconha venha a ser benigna ou maligna.
Assim como a maconha, o tabaco também já foi objeto de glamorização e de formação de imagem de benignidade e potencial terapêutico. É nesse ponto que entra Danuza Leão, certeira em seu artigo em "Cotidiano" (20/4) ao denunciar a burrice --desculpem, não há outra palavra-- que é fumar em dias como hoje, quando os inúmeros malefícios do cigarro são plenamente conhecidos.
Antonio Prata parte do princípio dos direitos individuais para defender o uso da maconha, "sem que o Estado se meta em suas vidas". No entanto, alguns têm o domínio sobre o que consomem e outros não têm a mesma capacidade.
É aí que o Estado precisa exercer seu papel de zelar pelo bem-estar dos cidadãos. Se ele mal dá conta de monitorar o consumo de álcool por jovens, droga equivocadamente admitida como lícita, o que dirá de uma eventual descriminalização da maconha?
Essa é uma discussão saudável, de países desenvolvidos, de populações que pensam em si mesmas e em seu futuro. Há um consenso de que do jeito que está não será possível permanecer por muito tempo. No entanto, a sociedade tem de enfrentar a questão ciente de boa informação. O assunto nunca será encerrado sem que todas as vertentes sejam consideradas: juristas, médicos e especialistas em segurança. O caminho ainda é longo.
CARLOS SALGADO, 57, e ANTONIO GERALDO DA SILVA, 49, são membro e presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), respectivamente
domingo, 5 de maio de 2013
Botafogo campeão carioca 2013
Uma campanha só com vitórias na Taça Rio. Um time com padrão de jogo, com Seedorf e Lodeiro esbanjando bom futebol. Uma vitória por 1 x 0 contra um Fluminense cheio de empáfia. Todos os setores de campo jogando com segurança. Parabéns, Botafogo.
O time tem tudo para brilhar em outras competições em 2013, como na Copa do Brasil.
O time tem tudo para brilhar em outras competições em 2013, como na Copa do Brasil.
sábado, 4 de maio de 2013
Torcedores do Fluminense fazem campanha imbecil com apologia ao terrorismo
O Fluminense emitiu uma nota oficial desautorizando a campanha "talibã tricolor", que tomou conta das redes sociais na última sexta-feira e teve até a participação dos jogadores. Assim, o clube pede que jogadores e torcedores abandonem esta campanha e retire as fotos com parte do rosto encoberta pela camisa do clube.
Confira a nota:
O Fluminense Football Club tomou conhecimento do movimento que alguns torcedores fazem para o jogo contra o Emelec no Rio, e vem a público para pedir pela racionalidade, pela reflexão um pouco mais demorada. Certamente, a intenção de quem iniciou o movimento e de quem entrou nele não é aquela que a imagem do talibã transmite: a imagem de terroristas no lugar da imagem de sadios guerreiros. Por isso, o Fluminense Football Club desautoriza a campanha e pede que os seus atletas e toda a sua torcida a abandonem. A nossa história e o coração dos guerreiros que a constroem todos os dias, nos gramados daqui, do mundo e fora deles, não somam e não concordam com o apelo à violência e à agressão.
Yahoo
Mulher, torcedora do Flu, que adere à tolice o talibã tricolor poderia pelo menos ler isto aqui.
Qual a graça de fazer piada com um grupo terrorista e assassino? Um bando de pirralhos anencéfalos começou esta imbecilidade e jogadores burros foram na onda. Não tem nenhuma graça fazer apologia ao terrorismo no futebol. Campanha de imbecis, completamente sem-graça.
sexta-feira, 3 de maio de 2013
Maioridade Penal X Responsabilidade Penal
Não acreditem nessa conversa de que a maioridade penal é 15 anos na Noruega, 7 na Inglaterra etc. É mentira. Isso é a responsabilidade penal, a idade a partir do qual a pessoa passa a ser responsável por seus atos (no Brasil, essa idade é de 12 anos). Na tabela em anexo, dados da maioridade penal em vários países. 18 é a tendência mundial.
Fonte: Clique neste link, página 35. Para quem quiser, os dados da responsabilidade penal, no mesmo estudo, estão na página 30.
Fonte: Clique neste link, página 35. Para quem quiser, os dados da responsabilidade penal, no mesmo estudo, estão na página 30.
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