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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Serra no Jornal Nacional




O jn, como previsto, pegou leve com o Serra.

Foram perguntas do gênero “qual sua opinião ?”.

No item “aborto”, o Casal 45 deu ao Serra espaço para tentar incriminar a Dilma, pela enésima vez.

E não fez nenhuma pergunta sobre o aborto da Monica Serra, segundo testemunho de uma ex-aluna.

Serra disse duas vezes que é contra o aborto – menos, provavelmente o da mulher dele.

Como diz o Conversa Afiada, que acredita mais na ex-aluna Sheila Ribeira do que na nota oficial do PSDB: Serra é contra o aborto no Brasil, mas no Chile pode.

O mais interessante é que o Serra transformou o Casal 45 numa dupla de parvos simpáticos.

Parvos, mas simpáticos.

O Serra redefiniu a arte milenar da Caixa Dois.

Sabe-se, desde a construção da pirâmide do Faraó Quéops do Egito, que Caixa Dois não tem recibo.

Porém, no DERSA do Aloysio, do Serra e do Paulo Preto, tinha.

Funcionava assim.

O Empreiteiro do Robanel dava uma grana ao Paulo Preto.

O Paulo Preto emitia um recibo com papel carbono.

Uma cópia ia para o empreiteiro, uma cópia para o Serra, e outra para o Paulo Preto.

De posse do recibo, o Serra ia ao Tribunal Regional Eleitoral e registrava a doação do empreiteiro honesto do Robanel.

Caso o dinheiro declarado no TRE não aparecesse, no valor do recibo de pose do Serra, travava-se um edificante diálogo.

O Serra telefonaria para o empreiteiro e perguntava:

- Ô meu ! Cadê a minha grana para pagar o Gonzalez ? Tá aqui no recibo. Eu declarei ao TRE e esse dinheiro era para ter entrado ONTEM !

- Eu não, meu, não tenho nada a ver com isso !, esbravejaria o empreiteiro honesto. Eu entreguei a grana ao Paulo Preto. Tô com o recibo dele aqui comigo.

Como não entrou dinheiro, não houve recibo, logo, não houve Caixa Dois.

O Serra nem precisou ligar para o empreiteiro.

Para isso os tucanos criaram Caixa Dois com recibo !

Eles são uns jenios !

Assim que funcionava o DERSA do Paulo Preto, do Aloysio e do Serra.

Imune à corrupção.

Foi o que ele disse ao jn: eu não senti falta da grana do empreiteiro honesto.

Logo, a grana não sumiu !

Sensacional !

E o Casal 45 achou a explicação ótima !


Paulo Henrique Amorim


O deputado Brizola Neto percebeu mais mentiras de Serra:

Hoje, na entrevista do Jornal Nacional, nas suas respostas evasivas e dissimuladas sobre o caso do ex-diretor da Dersa, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, José Serra mentiu descaradamente ao dizer que não conhecia e que não foi ele, pessoalmente, quem a nomeou.

Veja a transcrição do trecho  da entrevista, que pode ser vista no G1, na íntegra.
Veja, essa menina foi contratada, eu nem conhecia, não foi diretamente por mim, para trabalhar no cerimonial, que é, que faz recepções, que cuida de solenidades e tudo mais, entre muitas outras.
Aí em cima, você pode ver a reprodução de parte da capa do Diário Oficial do Estado de São Paulo do dia 30 de janeiro de 2007, onde está publicado o extrato do ato oficial, assinado por José Serra, nomeando Tatiana Aranda de Souza Cremonini para o gabinete Civil, chefiado por Aloysio Nunes Ferreira, a quem Paulo Preto e a outra filha, Patrícia, advogada das empreiteiras, emprestaram R$ 300 mil para um negócio imobiliário.
Serra poderia ter dito que a nomeou por indicação. Não. Disse que não a contratou diretamente. Ato do Governador, assinado pelo Governador, para o Cerimonial do Governador, não é  praticado diretamente?
Serra poderia ter dito: segui uma indicação, repito.Não é o caso de saber se ela trabalhou ou não. Se era capaz ou não. O fato é que o candidato Serra escolheu mentir, em lugar de explicar.
Mas escolheu mentir, repetindo a história do “Paulo, Quem?”, o homem de quem só lembrou quando este o ameaçou.


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