Alguém se lembra do rosto de marte?
Na década de 70, uma sonda, ao fotografar o planeta vermelho, tirou esta foto aqui:
O caso ficou conhecido como o homem de marte. Na época, surgiu uma série de explicações afirmando que aquilo havia sido uma grande construção de uma civilização inteligente, não poderia ser obra do acaso. Mas era.
Décadas depois e com mais tecnologia, outra sonda voltou ao mesmo local e desvendou o mistério. Eis as imagens reais sobre aquela superfície:
A diferença de fotos foi explicada pelo salto tecnológico das sondas. Na primeira imagem, as condições de fotografia não eram tão evoluídas quanto as de hoje. Mas, e o rosto? Por que havia um rosto ali? A verdade: não havia.
A questão, explicada por cientistas do comportamento, é aquilo que todos nós sabemos: o cérebro humano trabalha por economia. Ao reconhecer certas imagens, automaticamente o cérebro dá uma lógica para aquilo. O que havia em Marte não era e jamais foi um rosto, era um amontoado de luz e sombras que, naquela disposição, fez com que o cérebro humano reconstruísse e identificasse um rosto humano.
Este é um principio muito conhecido por aqueles que trabalham com comunicação. O Jornal Nacional, na edição de hoje, explorou este recurso ao máximo para validar a história de José Serra como vitima do PT na passeata no Rio de Janeiro de ontem a tarde.
Ainda na noite de ontem, o SBT mostrou a única imagem nítida da história. A da bolinha de papel. Hoje foi o dia das piadas no twitter sobre o assunto. Em poucas horas, expressões como #serrarojas e #boladepapelfacts chegaram aos Trending Tópics.
A campanha do tucano também foi rápida em acusar o PT das agressões. Já a campanha de Dilma mostrou mais uma vez a matéria do SBT e a simples bolinha de papel.
Mas a Globo e o Jornal Nacional já haviam armado a sua arapuca contra a Democracia. Em uma matéria de quase 7 minutos, a Globo tenta provar o improvável: que algo realmente havia machucado José Serra.
O padrão de matérias da emissora carioca comporta para o Jornal Nacional uma média de um minuto e meio para cada reportagem. Para tentar prejudicar Dilma e Lula, o Jornal Nacional usou quase 7. Primeiro a reportagem mostrou a matéria de ontem, depois mostrou as críticas de Lula e Dilma à farsa montada por Serra. Só aí veio com a sua explicação esdrúxula: outro objeto havia acertado Serra.
Em televisão, o que prova são as imagens. Sem tê-las, o Jornal Nacional recorreu a uma gravação feita por celular por um repórter da Folha de S. Paulo. A definição das imagens é péssima. Em um dado momento, alguma coisa parece realmente ter acertado o lado direito da cabeça de Serra. A imagem é congelada e programas de computador tentam melhorá-la ao máximo. Tudo em vão.
Quem vê a primeira vez a imagem enxerga algo em um formato oval com um fundo preto no meio. É tudo que é possível enxergar. Eu mesmo assisti a matéria em uma TV LED de 50 polegadas com a definição das imagens em HD. Ainda sim, só enxerguei um objeto oval mais claro com um fundo preto no meio.
Há quem possa dizer: mas é uma bobina de fita crepe, você não está vendo? Realmente não. A Globo usou o mesmo principio do “homem de Marte”. Ontem os tucanos falaram o dia inteiro sobre a bobina que foi atirada em Serra, hoje também. Ao vermos aquela imagem ruim e congelada na tela, o que o nosso cérebro automaticamente tenta ver? Uma bobina.
Mas o Jornal Nacional não explica porque Serra foi embora após um telefonema e porque tocava no lado esquerdo da cabeça (os dois objetos atingiram o lado direito). No final da matéria do SBT, Serra entra na van e acena “feliz” para o público. Não há qualquer expressão de dor e sequer o candidato parece perturbado ou tonto com o acontecimento.
Até quando o jornalismo parcial da Globo vai discutir pequenos fatos desta campanha? Na mesma edição, a matéria do Jornal Nacional que fala da queda do desemprego durou apenas o clássico um minuto e meio. A Globo tentou também “descolar” Amaury Ribeiro Jr. de Aécio Neves e o jornal O Estado de Minas e ligá-lo ao PT. Foram 5 minutos de vídeo. Ele estava de “férias” do jornal, esta foi a explicação do casal 45. Chegou a hora de discutirmos a propostas para o país. Serra não quer e a Globo também não.
No Jornal do SBT, Carlos Nascimento desafiou qualquer um a provar as agressões contra José Serra. O SBT gravou tudo, afirmou o âncora. Mais uma vez, a Rede Globo tenta editar uma eleição no Brasil.
Para ver a matéria do SBT, clique aqui
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