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domingo, 31 de março de 2013

Ainda bem que é o coelho (e não a indústria) que produz o chocolate



Leonardo Sakamoto


A Páscoa, como todos sabemos, é o dia em que celebramos o surgimento do primeiro espécime ovíparo de coelho que metaboliza cenoura em chocolate. Dizem que judeus e cristão deram outro significado para a data, provavelmente querendo pegar uma onda na milenar tradição criada pelo comércio. Mas dada a quantidade de ovos pendurados nos mercados desde janeiro, quem acreditaria que a data significa algo mais?


Como os coelhos mutantes têm dificuldade de fazer tudo sozinho, a indústria dá uma ajudinha. Produz-se cacau não apenas nas locações das novelas das 21h da Globo e em outras fazendas na Bahia, mas também em locais mais distantes da praia, como o interior do Pará.
Nesse estado amazônico, temos experiências de cultivo inclusivo, feito por pequenos produtores, como aqueles do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Esperança, em Anapu – pelo qual viveu e morreu a irmã Dorothy Stang. De acordo com o procurador da República Felício Pontes, esse programa é um oásis em meio à pobreza local formada por grandes extensões de pasto e gado raquítico, mostrando que é possível garantir qualidade de vida à população e desenvolvimento econômico ao país, de forma pacífica, com respeito aos recursos naturais. As famílias que produzem o cacau, orgânico, estão formando uma cooperativa. Já quem está trabalhando com gado e desmatamento na região está na miséria.
Mas também temos casos, no mesmo estado, em que o couro dos trabalhadores não foi poupado.
Como a publicidade elegeu, mais uma vez, as crianças como protagonistas desta data, quem sou eu para retrucar? Contarei, portanto, um historieta.
Uma ação de fiscalização de trabalhadores do governo federal libertou, há alguns anos, 150 pessoas em Placas (PA), dentre elas mais de 30 crianças. A região sofre o impacto da expansão agropecuária e extrativista e da baixa presença do poder público para efetivar os direitos fundamentais. O grupo estava sujeito a condições degradantes de habitação, alimentação e higiene. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego no estado, a maior parte das crianças estava doente, com leishmaniose ou úlcera de Bauru. Elas eram levadas ao trabalho para aumentar a remuneração, se sujeitando a todo tipo de situação. Tanto que uma delas perdeu a visão ao cair de cara em um toco de árvore.


Os libertados, que atuavam na lavoura de cacau, já começacam o serviço devendo aos empregadores por terem que pagar equipamentos de trabalho e bens de necessidade básica. De acordo com as informações colhidas pelos fiscais, quem não cumpria as determinações dos patrões era ameaçado de morte.
Parte da indústria de alimentação que compra não só cacau, mas também outras matérias-primas de setores que vêm sendo sistematicamente envolvidos em trabalho escravo contemporâneo, não demonstra lá muita energia para garantir o controle e a transparência de suas cadeias produtivas. Perguntadas, dão respostas padrão sobre responsabilidade social empresarial que, na verdade,são investimento social privado. Ou seja, apoiam projetos mil, mas evitar que sua atividade gere impactos negativos nem pensar.
Mas para que se preocupar? Na dúvida, a culpa é do coelho. Só dele.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Nazijornalismo-CQC


A violência do CQC contra o deputado José Genoíno alcançou, essa semana, um grau de bestialidade que não pode ser dimensionado à luz do humorismo, muito menos no campo do jornalismo. Isso porque o programa apresentado por Marcelo Tas, no comando de uma mesa onde se perfilam três patetas da tristeza a estrebuchar moralismos infantis, não é uma coisa nem outra.






Não é um programa de humor, porque as risadas que eventualmente desperta nos telespectadores não vem do conforto e da alegria da alma, mas dos demônios que cada um esconde em si, do esgoto de bílis negra por onde fluem preconceitos, ódios de classe e sentimentos incompatíveis com o conceito de vida social compartilhada.

Não é jornalismo, porque a missão do jornalista é decodificar o drama humano com nobreza e respeito ao próximo. É da nobre missão do jornalismo equilibrar os fatos de tal maneira que o cidadão comum possa interpretá-los por si só, sem a contaminação perversa da demência alheia, no caso do CQC, manipulada a partir dos interesses de quem vê na execração da política uma forma cínica de garantir audiência.



A utilização de uma criança para esse fim, com a aquiescência do próprio pai, revela o grau de insanidade que esse expediente encerra. O que se viu ali não foi apenas a atuação de um farsante travestido de jornalista a fazer graça com a desgraça alheia, mas a perpetuação de um crime contra a dignidade humana, um atentado aos direitos humanos que nos coloca, a todos, reféns de um processo de degradação social liderado por idiotas com um microfone na mão.

A inclusão de um “repórter-mirim” é, talvez, o elemento mais emblemático dessa circunstância, revelador do desrespeito ao ofício do jornalismo, embora seja um expediente comum na imprensa brasileira. Por razões de nicho e de mercado, diversos veículos de comunicação brasileiros têm lançado, ao longo do tempo, mão dessa baboseira imprestável, como se fosse possível a uma criança ser repórter, ainda que por brincadeira.

Jornalismo é uma profissão de uma vida toda, a começar da formação acadêmica, a ser percorrida com dificuldade e perseverança. Dar um microfone a uma criança, ou usá-la como instrumento pérfido de manipulação, como fez o CQC com José Genoíno, não faz dela um repórter – e, provavelmente, não irá ajudá-la a construir um bom caráter. É um crime e espero, sinceramente, que alguma medida judicial seja tomada a respeito.

Não existem repórteres-mirins, como não existem médicos-mirins, advogados-mirins e engenheiros-mirins.

Existem, sim, cretinos adultos.

E, a estes, dedico o meu desprezo e a minha repulsa, como cidadão e como jornalista.


Carta Capital


terça-feira, 26 de março de 2013

Cura de leucemia é anunciada por cientistas



Foto: The New York Times

Foi publicado nesta semana uma pesquisa no New Engand Journal of Medicine que abre espaço para o tratamento de uma forma de leucemia muito complicada para os médicos, a leucemia linfocítica aguda (LLA). Especialistas da Universidade da Pennsylvania conseguiram curar uma paciente infantil utilizando um método de reprogramação das células da defesa.

A garota é esta da foto, Emily Whitehead. Ela foi diagnosticada com a doença quando tinha apenas cinco anos. Como os tratamentos convencionais não estavam surtindo efeito, os pais da menina resolveram tentar o tratamento experimental.

O método consiste em modificar geneticamente as células de defesa. Assim, elas passam a combater as células cancerígenas. Um ano depois, Emily permanece sem a doença.

O método ainda não apresentou 100% de eficácia em outras pessoas – houve um paciente que morreu -, mas abre espaço para a cura de outros tipos de câncer, como da mama e da próstata, dizem pesquisadores.

Via IG

segunda-feira, 25 de março de 2013

Câncer de próstata



Fala-se muito do câncer de mama no Brasil, mas pouco sobre o de próstata, que mata anualmente muitos homens. Espero que todas estas ONGs de prevenção ao câncer deem atenção à esta séria doença, assim como os veículos de imprensa também tratem do assunto, não falando só sobre o câncer de mama.







Sintomas

A maioria dos cânceres de próstata cresce lentamente e não causa sintomas. Tumores em estágio mais avançado podem ocasionar dificuldade para urinar, sensação de não conseguir esvaziar completamente a bexiga e hematúria (presença de sangue na urina).

Dor óssea, principalmente na região das costas, devido à presença de metástases, é sinal de que a doença evoluiu para um grau de maior gravidade.

Diagnóstico

O câncer de próstata pode ser diagnosticado por meio de exame físico (toque retal) e laboratorial (dosagem do PSA). Caso sejam constatados aumento da glândula ou PSA alterado, deve ser realizada uma biópsia para averiguar a presença de um tumor e se ele é maligno. Se for, o paciente precisa ser submetido a outros exames laboratoriais para se determinar seu tamanho e a presença ou não de metástases.

Tratamento

O tratamento depende do tamanho e da classificação do tumor, assim como da idade do paciente e pode incluir prostatectomia radical (remoção cirúrgica da próstata), radioterapia, hormonoterapia e uso de medicamentos. Para os pacientes idosos com tumor de evolução lenta o acompanhamento clínico menos invasivo é uma opção que deve ser considerada.

Recomendações

* Homens sem risco maior de desenvolver câncer de próstata devem começar a fazer os exames preventivos aos 50 anos;

* Descendentes de negros ou homens com parentes de primeiro grau portadores de câncer de próstata antes dos 65 anos apresentam risco mais elevado de desenvolver a doença; portanto, devem começar a fazer os exames aos 45 anos;

* Pessoas com familiares portadores de câncer de próstata diagnosticado antes dos 65 anos apresentam risco muito alto de desenvolver a doença; por isso, devem começar o acompanhamento médico e laboratorial aos 40 anos;

* Homens com níveis de PSA abaixo de 2,5 ng/mL devem repetir o exame a cada 2 anos; já aqueles com PSA acima desse valor devem fazer o exame anualmente;

* Resultados de PSA e toque retal alterados são relativamente comuns, mas podem gerar muita angústia, apesar de não serem suficientes para estabelecer o diagnóstico de câncer de próstata; para confirmá-lo é indispensável dar prosseguimento a uma avaliação médica detalhada e criteriosa;

* Optar por uma alimentação balanceada e praticar exercícios físicos regularmente são recomendações importantes para prevenir a doença.

Inca

Drauzio Varella

sábado, 23 de março de 2013

Resenha do filme "Vai que dá certo"


Comediantes brasileiros, de tempos em tempos, mostram que é possível fazer rir sem apelar para a baixaria gratuita. O filme "Vai que dá certo", com Fábio Porchat e vários humoristas da nova safra de atores demonstra isso. Aliás, o roteiro é todo bem escrito e bem amarrado com Porchat, que cria várias situações nas quais os protagonistas vão se complicando cada vez mais.


Na história, antigos parceiros se reencontram e percebem que não conquistaram o sucesso que planejavam na juventude. Infelizes com seus empregos e salários, decidem recuperar o tempo "perdido" após receberem a tentadora proposta, que pode os deixar ricos. O que atrapalha-os é que não têm vocação nenhuma para o crime e nada sai como desejavam. 

Com direção de Maurício Farias, a comédia nacional reúne nomes como Bruno Mazzeo, Lucio Mauro Filho, Fábio Porchat, Danton Melo, Gregório Duvivier, Felipe Abib e Natália Lage.

As piadas de risada rápida lembram bastante o trabalho que já é feito nos vídeos de internet da equipe do "Porta dos Fundos", que contam com Porchat e  Gregório Duvivier, ambos naturalmente engraçados com diversos trejeitos e sem falar nada propriamente dito hilário. Mazzeo, cada vez mais parecido com o pai Chico Anysio, faz o papel de um candidato a deputado, que acaba por ajudar os antigos amigos de escola envolvidos no crime, por também fazer parte das digamos "velhas práticas heterodoxas vistas na política".
O filme aborda, de maneira bem-humorada, outros problemas do país, como a corrupção policial.

Algumas pessoas ainda têm preconceito com o cinema nacional, mas este merece ser visto e é diversão garantida.

Trailer:


quarta-feira, 20 de março de 2013

Racismo sem fim: Jovem anuncia venda de colega negro pela internet



E o acusado deu a desculpa de que "muitas pessoas têm sua senha de Facebook". Bobagem. Vão rastreá-lo pelo IP e ele vai ser preso.

Revolução: Toxina encontrada no veneno de abelha consegue destruir o HIV



A cura definitiva para o vírus da AIDS pode estar próxima de ser descoberta.


De acordo com uma pesquisa publicada no jornal Antiviral Therapy, os pesquisadores da Universidade de Washignton nos EUA, encontraram uma toxina presente no veneno de abelhas que pode auxiliar no combate ao vírus HIV.

Segundo os pesquisadores, eles conseguiram fazer com que uma nanopartícula carregada com a toxina melitina destruísse o vírus. Essa toxina é tão potente que conseguiu provocar buracos na camada do invólucro que protege o HIV. Além disso, a toxina agiu apenas contra o vírus e não destruiu outras células, o que significa que a descoberta pode ser tida como sensacional.

Antonio Gomes, fisiologista da Universidade de Calcutá, na Índia, estuda os efeitos medicinais dos venenos e vê aspectos positivos nesta nova abordagem de combate ao vírus HIV: "Há poucos relatos disponíveis no veneno baseado em tratamento contra vírus. Este tipo de pesquisa tem o potencial para avançar ainda mais para o desenvolvimento do produto”.

A toxina não atinge as células normais, porque os cientistas adicionaram uma espécie de “para-choques” de proteção em sua superfície, e quando uma célula normal se aproxima, por ser muito maior que um vírus, a nanopartícula carregada com a toxina afasta-se da célula. Já o vírus HIV é afetado e destruído porque ele, sendo menor que a nanopartícula, acaba sendo atacado por ela.

"A melitina forma pequenos complexos de poros e rompe o envelope do vírus, arrancando esse envelope", diz Joshua L. Hood, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo.

As células humanas que estão sendo testadas com a melitina são células saudáveis obtidas a partir de paredes vaginais. Os pesquisadores testaram essas células em especial, porque a vagina é, em grande parte dos casos, o local onde o HIV entra no corpo das mulheres.

O objetivo final da pesquisa é elaborar um gel vaginal com essas nanopartículas da toxina da abelha, que seria eficaz na prevenção da disseminação do vírus HIV.

Pesquisar e produzir nanopartículas não são tarefas das mais fáceis. É por isso que esse gel terá que passar por inúmeros obstáculos dentro do próprio laboratório antes de se tornar um remédio que garanta resultado.






Segundo o pesquisador de Biotecnologia da Universidade do Porto, em Portugal, Bruno Sarmento, o desafio é produzir essas nanopartículas de forma robusta e homogênea para garantir que todo o produto terapêutico seja de fato eficaz.

O pesquisador ainda acrescenta: “Para um gel vaginal com esta tecnologia seria necessário propriedades adesivas para garantir que as nanopartículas permaneçam no lugar certo, e evitem que o vírus entrem na corrente sanguínea”.

Embora ainda haja prós e contras, é visível que a ciência se aproxima cada vez mais de uma solução definitiva que combata esse vírus que já matou milhões de pessoas em todo o mundo.



Jornal ciência

terça-feira, 19 de março de 2013

CQC e a incoerência sem fim

No CQC desta segunda, Marcelo Tas e sua turma fizeram uma reportagem sobre uma nutricionista, que atropelou e matou um rapaz no ano passado e que continua dirigindo. Ela estava alcoolizada. Logo depois da matéria, Marcelo Tas aparece em uma propaganda de cerveja, mostrando o consumo desregrado de bebida alcoólica.
A propaganda de cerveja é uma das responsáveis pelo grande número de acidentes no país. Se este programa tivesse coerência, não faria propaganda de álcool para um púbico-alvo de adolescentes, que estão entre os grupos que mais matam e morrem envolvidos em acidentes de trânsito. Está na hora de banir da TV a propaganda de álcool, assim como fizeram do cigarro.
E já que o CQC agora quer dar uma de bastião da moralidade contra os acidentes de trânsito, porque não coloca na sua campanha "Não foi acidente" uma solicitação para colocarem em rótulos de cervejas fotos de acidentes de trânsito, igual aos dos males do cigarro nas embalagens dos mesmos?

segunda-feira, 18 de março de 2013

Documento de Ferrari da Telex Free é transferido durante inquérito em MT



A Ferrari 360 Spider F1 utilizada pela Telex Free em um de seus vídeos publicitários foi registrada por um dos principais divulgadores da empresa, Inocêncio Pereira Reis Neto, na última quarta-feira (13). A informação consta de consulta online realizada no sistema do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) do estado do Espírito Santo, onde vive Inocêncio, conhecido como "Pelé Reis", e onde se encontra a sede da Telex Free no Brasil.

Antes de ser registrado em nome de Pelé, o vídeo vem sendo veiculado na internet pelo menos desde janeiro deste ano, com imagens dele dirigindo a Ferrari e contando que a comprou após um evento da empresa no Rio Grande do Sul, com dinheiro da Telex Free.

O veículo de luxo tem sido usado para ilustrar o "case de sucesso" protagonizado por Inocêncio, que teria passado de vendedor ambulante para a condição de milionário após ingressar na rede da empresa, investigada em pelo menos cinco estados por supostamente engendrar um esquema de pirâmide financeira.






O G1 entrou em contato com Pelé Reis por meio de um número de telefone celular fornecido por um dos divulgadores da Telex Free durante evento da empresa em Mato Grosso. No entanto, o interlocutor negou ser Inocêncio, embora tenha atendido ao ser chamado pelo nome em umas das ligações telefônicas; também desconversou e negou possuir qualquer carro de luxo. A reportagem também tentou manter contato com ele por meio das redes sociais, mas não obteve retorno.

A consulta ao site do Detran do Espírito Santo pode ser realizada com a inserção do número de Renavam e das placas do referido carro de luxo, apontado pelo Ministério Público Estadual (MPE) de Mato Grosso na última quinta-feira (14) como veículo em alienação fiduciária (financiamento) pelo Banco do Brasil realizada por Anderson de Azevedo Salomão, natural de Passo Fundo (RS) e que atualmente goza de liberdade provisória em pena pelo crime de estelionato.

Após o apontamento do fato feito na imprensa pela promotoria de Justiça do município de Lucas do Rio Verde (localizado a 360 km de Cuiabá), divulgadores se manifestaram afirmando que o MPE se equivocou, pois documentos publicados nas redes sociais por meio de uma conta individual com o nome de "Pelé Reis" traziam justamente o registro da Ferrari em seu nome.

Os documentos seriam o certificado de registro de veículo e o certificado de registro e licenciamento de veículo, ambos expedidos pelo Detran do Espírito Santo, em Vila Velha, na data de 13 de março de 2013, mesma data que a promotora Fernanda Pawelec concedeu entrevista ao G1 e repassou informações sobre o documento do carro, as quais haviam sido obtidas em fevereiro (de acordo com trecho do inquérito, as últimas informações disponíveis a respeito do carro eram da data de 1º daquele mês).

A reportagem acerca do caso foi publicada no dia 14 deste mês. A aquisição do veículo, segundo apurou o MPE, ocorreu no dia 11 de dezembro do ano passado. No dia 19 de fevereiro, a situação do veículo em alienação fiduciária ainda era válida e foi registrada em certidão da assistência ministerial da promotora de Lucas do Rio Verde.

No dia 20, houve comunicação do MPE com o Banco do Brasil a respeito do caso. Ao longo do inquérito, também houve requisição de informações por parte do MPE à própria Telex Free, a qual ainda não foi respondida, informou a promotora. Depois disso, com investigações em curso e de conhecimento dos próprios líderes da Telex Free, ocorreu a transferência de propriedade do veículo.

"É simples: quem tem que explicar não sou eu. A gente falou de um fato que simplesmente foi constatado. Se o carro é dele desde dezembro, por que só transferiu em março? É muito suspeito isso. Ele está se declarando culpado, no mínimo, por uma infração de trânsito, porque o prazo legal de transferência de um carro é de 30 dias. Para mim, parece bem suspeito, ainda mais contando que ele responde por estelionato", declarou Pawelec neste sábado (16) a respeito das insinuações de equívoco por parte do MPE presentes nas redes sociais desde quinta-feira. De qualquer maneira, a Telex Free segue sob investigação do MPE em Mato Grosso.

O advogado da Telex Free, Horst Fuchs, já defendeu perante a imprensa o sistema de bônus da empresa como uma gratificação por desempenho do divulgador, afastando a suspeita de que opere como esquema de pirâmide.

“Nós temos hoje uma forma de bonificação, uma forma de remuneração aos divulgadores da Telex Free que premia o desempenho, assim como qualquer vendedor, por exemplo, é premiado de acordo com o que ele vende”, argumenta.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Tratamento precoce cura parcialmente Aids em 14 pacientes



Depois da cura de uma criança, 14 adultos conseguiram uma cura parcial após serem infectados com o HIV, o vírus causador da Aids. Para isso, eles precisaram tratar a doença em seus primeiros estágios, entre 35 dias a 10 semanas após a infecção.

A taxa de cura, no entanto, ainda é pequena, mas é um passo adiante nas pesquisas para a cura da doença. Foram 70 pessoas a realizarem o tratamento, mas apenas os 14 conseguiram parar de tomar os medicamentos após três anos sem sofrer uma recaída.

Todos os participantes pararam seu tratamento por diversas razões. Alguns por opção, outros trocaram de remédios. A maioria sofreu recaída, menos estes 14 (quatro mulheres e 10 homens), que estão há sete anos sem tomar os remédios e conseguem viver sem a medicação antirretroviral.

A pesquisa da unidade de regulação de infecções retrovirais do Instituto Pasteur, em Paris, comandada pelo doutor Asier Sáez-Cirión mostra que os 'curados' ainda exibem traços do vírus em seu organismo. Entretanto, os níveis são baixos a ponto de seus próprios sistemas imunológicos conseguirem lidar com a infecção.

Sáez-Cirión avisa que o tratamento precoce não funciona para todos, mas que uma intervenção realizada pouco tempo após a infecção é importante. "Há três benefícios no tratamento precoce: Ele limita a reserva de vírus persistente, limita a diversidade do vírus e preserva a resposta imune ao vírus para mantê-lo sob controle", afirma ao New Scientist.

Segundo Andrew Ball, conselheiro de estratégia da Organização Mundial da Saúde contra o HIV, "o grande desafio é identificar as pessoas em estágio inicial de infecção". Segundo ele, muitos ainda não querem realizar o teste devido aos estigmas e discriminação envolvidos na Aids. "Há bons motivos para fazer o teste cedo e os últimos resultados podem encorajar isso", ele indica.



Olhar digital

Não caia no golpe do "trabalhe pouco em casa e ganhe muito dinheiro"




Não existe “trabalho em casa” fácil!

Desconfie de qualquer oferta de trabalho onde:
-Você tem que pagar uma taxa para poder participar e receber supostos manuais;
-Não há um endereço fixo facilmente encontrável no site da “empresa”;
-Não fica claro o que você realmente precisa fazer no trabalho, logo de cara;
-Prometem muito dinheiro em pouco tempo, afirmando que você terá que “trabalhar pouco”.

Em geral, são grandes esquemas de pirâmide, onde quem está alguns níveis acima já ganhou alguma coisa, mas o sistema só aparenta funcionar porque a cada dia novos otários são arregimentados para o esquema. Você dará seu dinheiro para uma “empresa” obscura, que hospeda seu site fora do país (justamente para fugir de problemas judiciais), não irá reavê-lo e estará apenas alimentando um sistema picareta.
A dita “empresa” pode até ter um CNPJ, mas é algo fácil de se falsificar, sobretudo empresas que usam CNPJs de laranjas, ou seja, de firmas legais do dono do golpe, mas ele usa o número para dar um ar de credibilidade a farsa.
Algumas pessoas até ganham algum dinheiro temporariamente em esquemas de pirâmide, mas estão enganando milhares de outras e, quando o esquema for desmontado pela Polícia Federal ou simplesmente desmoronar, todas perderão o que ganharam.



Não existe dinheiro fácil e honesto que não requeira esforço de verdade. Uma coisa é uma empresa física, com CNPJ verdadeiro e que delega funções para seus funcionários fazerem parte do trabalho em casa, ou empresários que fazem seus deveres profissionais de suas residências. Outras são empresas PICARETAS, que vendem produtos obscuros (de fachada) que ninguém conhece e vivem basicamente de arregimentar mais pessoas para suas pirâmides.

Veja:
http://cleisonferreira.com/internet-lucros-da-mariana-alves-ou-jessica-silva-e-uma-fraude-ou-e-confiavel/


http://www.canaldootario.com.br/?blog=telexfria

http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2013/03/orgao-federal-aponta-esquema-da-piramide-em-empresa-do-es.html

http://brazil.skepdic.com/piramide.html



quinta-feira, 14 de março de 2013

Negócio da Telexfree não é sustentável, afirma Ministério da Fazenda



O negócio Telexfree, de venda de pacotes de telefonia pela internet (VoIP, na sigla em inglês), não é sustentável e sugere um esquema de pirâmide financeira, o que é crime contra a economia popular. Essa é a conclusão da Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda (Seae/MF) em comunicado divulgado nesta quinta-feira (14).

O órgão afirma ainda que a empresa responsável pelo negócio a Ympactus Comercial LTDA., não tem parcerias com operadoras de telefonia móvel ou fixa, o que seria necessário para garantir a oferta dos serviços de VoIP, nem autorização para praticar atividades de comércio.

Apresentado como um sistema de telefonia VoIP vendido por meio de marketing multinível – em que cada vendedor ganha por atrair mais vendedores para o negócio – o Telexfree está sob suspeita de ser um esquema de pirâmide, e é investigado pelos ministérios da Justiça e da Fazenda e pelos ministérios públicos de Acre, Pernambuco, Bahia, Mato Grosso, Espírito Santo e Minas Gerais.

O negócio e a empresa vinham sendo investigados pelos ministérios da Justiça e da Fazenda. Até a última terça-feira (12), a própria Seae tratava o tema como denúncia relativa à captação de poupança popular. O órgão já tinha conhecimento de reclamações contra o Telexfree dos Procons de Acre e Pernambuco e dos ministérios públicos de Acre e Mato Grosso.

De acordo com o órgão, há indícios de duas irregularidades: estímulo à economia informal, porque “os ganhos financeiros mais substantivos não advêm dos anúncios, mas sim do ingresso de novos divulgadores na rede do divulgador inicial (...) Se não houver o ingresso de novos interessados, é impossível obter os ganhos anunciados, indicando, salvo interpretação contrária, a falta de sustentabilidade do negócio.” Além disso, o documento cita que a empresa exige exercício de duas atividades, divulgador e comerciante, para o recebimento de apenas uma.




As conclusões da análise feita pela secretaria serão encaminhadas à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público Federal (MPF). Segundo a PF, até o final da tarde desta quinta-feira o documento não havia sido formalmente recebido. A assessoria infoma que o corregedor avalia que a jurisprudência trata casos semelhantes como estelionato, o que afastaria da Polícia Federal a atribuição sobre a Telexfree. Porém, há possibilidade de o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo determinar instauração de inquérito por conta de eventuais complicações e pelo número de pessoas prejudicadas.







Advogado rebate alegações

O advogado da empresa, Horst Fuchs, rebate as conclusões da Seae. Sobre a sustentabilidade do negócio, afirma que "os preços das contas VoIP já embute a remuneração aos divulgadores" e que "não há oferta de ganhos altos e rápidos".

"O pagamento de comissões é proporcional às vendas dos pacotes VoIP, sendo de 1 a 2% do total do preço do pacote”, diz ao iG .

Sobre a alegação de que a empresa não tem autorização para realizar comércio, Fuchs afirma que a Ympactus "não pratica comércio uma vez que o produto VoIP é entregue pela Telexfree dos EUA", onde a empresa tem uma base operacional. O advogado também diz que não é necessário parceria com operadoras de telefonia no Brasil porque esse contrato existe naquele país.

- Leia abaixo a do comunicado da Telexfree:

" COMUNICADO TELEXFREE

Esclarece a YMPACTUS COMERCIAL LTDA, em razão da NOTA DE ESCLARECIMENTO sobre as atividades da TELEXFREE exarado pela Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda (SEAE/MF) os seguinte pontos:

1. Confirmou-se que a TelexFREE não faz captação antecipada e, por tal razão não está obrigada a obter a autorização daquela Secretaria;

2. A TelexFREE não pratica a venda de bens ou serviços, motivo pela qual não necessita obter autorização de atividades de comércio; a entrega das contas VoIP é efetuada diretamente pela TelexFREE dos Estados Unidos aos consumidores em qualquer lugar que se encontrem; em outros termos, é naquele paíse que ocorre a prestação de serviços VoIP.

3. Como a realização dos serviços é efetuada nos Estados Unidos a partir do acesso à internet, os usuários que adquirem as contas é que devem contratar, individualmente seu serviço de Internet; ademais, a contratação de carrier é efetuada também por que presta o serviço, isto é, pela TelexFREE dos E.U.A.

4. Não há incentivo de economia informal, uma vez que a renda que um divulgador obtém é informado diretamente à Secretaria da Receita Federal como sendo renda de pessoa física e assim é tributado, com retenção na fonte e devido recolhimento, de acordo com a tabela própria do Ministério da Fazenda; as atividades que o divulgador realiza voltam-se apenas para os pacotes que adquiriu e pretende revender, desta forma, ao aceitar os termos gerais do contrato, o divulgador está plenamente ciente de sua atuação e quanto receberá por ela.

5. O valor das bonificações são na exata proporção dos serviços que o divulgador realiza, não podendo ser configurados como excessivos já que o REGULAMENTO GERAL estabelece os percentuais cujo valor já se encontra embutido no custo total das contas VoIP oferecidas.

Atenciosamente,

TELEXFREE/YMPACTUS COMERCIAL LTDA "

IG

quarta-feira, 13 de março de 2013

Novo Papa, Francisco I, têm ligações com ditadura militar argentina

Matéria de 2006:



Eis de novo em evidência a Igreja católica da Argentina, uma das mais conservadoras, senão reacionária da América Latina e cuja cumplicidade durante os atrozes anos da ditadura militar, entre 1976 e 1983, escandalizaram o mundo.

Quem traz para a superfície a memória daquele período nefasto, cravejado de 30 mil desaparecidos, é Horácio Verbitski, jornalista e escritor argentino que foi nestes 22 anos de democracia um dos mais próximos companheiros das Mães da Praça de Maio.

Agora, com Kirchner, o vento mudou e são disse Verbitski "ao menos 200 os militares na prisão" e 1.400 as causas judiciárias pela violação dos direitos humanos. A notícia é do Il Manifesto, 10-5-06.

Segundo o Il Manifesto, Verbitski é autor de quinze livros, entre eles O Vôo que relata o testemunho do capitão da marinha Adolfo Scilingo sobre os vôos da morte, nos quais detentos vivos eram jogados dos aviões no Rio da Prata.

Agora, Verbitski - afirma o jornal italiano - lança na Itália o seu livro A Ilha do Silêncio no qual desenvolve uma implacável acusação contra o papel da Igreja na ditadura argentina.

Em A Ilha do Silêncio, que se lê como um romance de fato e atroz, diz o Il Manifesto, comparecem todos os nomes notáveis da Igreja na Argentina, os cardeais Caggiano, Aramburo e Pimatesta, os bispos e vigários castrenses Tortolo, Bonamin e Grasseli, e o habitual núncio Pio Laghi. Mas também o nome do atual cardeal Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, que poderia ter se tornado o primeiro papa latino-americano no conclave após a morte de Wojtyla, vencido por Ratzinger.

De acordo com Il Manifesto, "uma vitória do jesuíta Bergoglio teria sido uma desgraça não menor daquela do pastor alemão". E Verbitski, segundo o jornal, explica e documenta o porque.

Esclarecedor e demolidor, em particular, é o acontecimento dos dois padres jesuítas, Orlando Yorio e Francisco Jalics, que fizeram o erro de trabalhar nas favelas de Buenos Aires e por isto foram traídos e entregues aos militares por Bergoglio (que obviamente nega), diz o jornal a partir de relatos do jornalista.

Verbitski contou estes fatos na Universidade de Roma, apresentando o livro, acompanhado pelo vice-reitor Maria Rosalba Stabili e pelo professor Cláudio Tognonato. Eles três e outros inumeráveis participantes falarão hoje e amanhã da "Argentina; trinta anos do golpe. O Exílio na Itália" destaca o Il Manifesto.


Sobre sua escolha


Analistas acharam que não seria escolhido por este passado:

"Enquanto isso, o candidato em questão, o atual arcebispo de Buenos Aires, Jorge Bergoglio, sonha em alcançar um papado impossível. Nascido em 1936 e presidente da Conferência Episcopal durante dois períodos (cargo que abandonou recentemente por doenças da idade), é difícil que o Vaticano se arrisque a colocar no trono de Pedro um homem citado em vários processos judiciais por sua cumplicidade com a ditadura e que conseguiu evitar seu próprio julgamento por contra de influências e argúcias de advogados. Nada disso impede, porém, os ultramontanos argentinos de sonhar com a possibilidade de ter um Papa em Roma que os ajude a acabar de uma vez por todas com um governo que consideram o pior inimigo da Igreja Católica desde que o presidente Juan Domingo Perón enfrentou-se de forma virulenta (incluindo a queima de algumas igrejas) com a hierarquia católica no final de seu governo em 1955."


terça-feira, 12 de março de 2013

George Galloway: 'Hugo Chávez, Venezuela e Homofobia'

Dica de Notebook: LG S460-1230



Depois de muito tempo com um notebook da Dell, adquiri um notebook LG S460-L.BG22P1(1230), equipado com o processador Intel® Pentium® B980 de 2.40 GHz de velocidade, com dois núcleos e capacidade para até duas tarefas simultâneas, com 2 GB de memória ram DDR 3, que é a memória mais atual e rápida do mercado para trabalhar com várias janelas simultâneamente, HD de 320 GB e uma tela LED de 14" polegadas, que economiza até 35% de cores que o LCD e possui cores vivas também, perfeita para você trabalhar ou se divertir com ele. Ele é surpreendentemente rápido, tanto na inicialização quanto na abertura simultânea de várias janelas.



Ele possui ainda gravador e leitor de CD/DVD para a realização de backup's se necessário, placa de rede com velocidades de transferências de 10/100/1000 Mbps via cabo, placa de rede wireless com suporte para as bandas B/G/N para conexão a redes sem fio, bluetooth para conexão sem fio com celulares e outros periféricos, webcam com microfone embutido para a realização de vídeo conferências, placa de vídeo compartilhada Intel® GMA HD para os jogos online e assistir filmes, leitor de cartões para câmeras digitais e celulares, 1 conexão USB 3.0 e 2 conexões USB 2.0 para conectar pen drives e outros periféricos, conexão VGA para conexão externa de monitores e data show, conexão HDMI para transferir áudio e vídeo em alta definição para sua TV ou monitor, bateria de 6 células com autonomia média de 3 horas e sistema operacional Windows® 8.  Sua resolução de tela é 1366 x 768, perfeita para tocar filmes em Full HD, sem perda na qualidade da imagem.
Não é um notebook indicado para quem quer rodar jogos ou aplicativos pesados, mas para quem trabalha com edição de texto, edições simples de imagens, vídeos e quer navegar na internet, ele é perfeito.

O acabamento em preto black piano é muito bem feito, com teclas agradáveis e resistentes. Ele também é extremamente leve e pode ser transportado sem problemas. Sua faixa de preço está entre R$ 950 - 1300.


segunda-feira, 11 de março de 2013

Contra a divulgação de radares de trânsito nos jornais

A imprensa no Brasil, desprezando suas obrigações com a sociedade, adoram divulgar onde estarão os radares de trânsito, todas as semanas. Então o sujeito que adora correr presta atenção e reduz onde estão os radares, correndo como sempre faz nos outros trechos das ruas. Deveria ter uma lei proibindo a divulgação da localização dos radares de trânsito. A função dos mesmos é justamente pegar de surpresa os assassinos em potencial que gostam de desrespeitar os limites de velocidade, e que devem mesmo ser multados e perderem a carteira de habilitação, se for o caso.


Divulgar os radares é pedir para acontecerem mais acidentes de trânsito, porque quem corre e tem tudo para causar um acidente vai deixar de correr em alguns trechos e desrespeitar os limites em outros, facilitando a ocorrência de batidas e atropelamentos.

Qual a outra função de divulgar este tipo de coisa, senão incentivar a impunidade dos motoristas irresponsáveis?

domingo, 10 de março de 2013

Botafogo 1 x 0 Vasco- Botafogo campeão da Taça Guanabara



Com calma e determinação, o Botafogo venceu o Vasco por 1 a 0, com um belo gol de Lucas na segunda etapa. Uma atuação digna de campeão de toda a equipe alvinegra, que garantiu uma vaga na final do Campeonato Estadual. Se vencer a Taça Rio, será campeão por antecipação.

sexta-feira, 8 de março de 2013

SP terá serviço integrado de atendimento a doente com câncer



DE SÃO PAULO - O Estado de São Paulo passa a implementar hoje um serviço que integrará os procedimentos de combate ao câncer nas unidades públicas de saúde. A intenção é ampliar o acesso aos tratamentos, uniformizar procedimentos e agilizar a chegada dos pacientes aos locais de atendimento.

Chamada de "Rede Hebe Camargo de Combate ao Câncer", em homenagem à apresentadora que completaria 84 anos hoje, a iniciativa tem um aporte de R$ 143,5 milhões que serão aplicados na melhoria de unidades e na criação de novos centros de atenção à doença.

A rede vai unir 71 centros públicos espalhados pelo Estado e terá um Centro de Regulação Oncológica, que ficará em São Paulo. Inicialmente, 13 pontos vão receber recursos.

"Hoje, em alguns casos, as pessoas fazem uma peregrinação em busca de um local para fazer o seu tratamento. Algumas se cadastram em mais de um hospital. Agora, o centro vai fazer o encaminhamento para o melhor lugar e vai distribuir o fluxo de pessoas", disse Paulo Hoff, presidente do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira).

Segundo Hoff, as chances de cura para o câncer estão entre 60% e 70%. O acesso rápido ao tratamento é fundamental para os bons resultados.

"A rede entra no contexto de organizar a estrutura que temos hoje no Estado e para otimizar os atendimentos. Quanto mais cedo é o diagnóstico, maior é a chance de sucesso."

O objetivo do sistema, a médio prazo, é que todas as pessoas do Estado que procurem o sistema público de saúde iniciem o tratamento contra o câncer em menos de 60 dias e que o local de atendimento fique a, no máximo, duas horas de sua casa. São Paulo tem cerca de 130 mil casos da doença por ano.




Folha de São Paulo

Dia da Mulher



A mãe ou a avó que acorda todos os dias cedo para preparar o café para o filho ou para o neto. A trabalhadora que vai trabalhar nas primeiras horas do dia para sustentar a família. A mulher que precisou superar uma violência doméstica para seguir a vida.

Atualmente, o "Dia da mulher" virou apenas uma data banal, com apelo comercial e onde muitos homens dão um "parabéns" vago e às vezes com "segundas intenções".
Porém penso que todos os dias é dia da mulher. Deve ser um exercício constante, onde o homem ajuda sua companheira e vice-versa, em uma simbiose onde o respeito e o carinho só ajudam a sociedade. Lado a lado, valorizando o verdadeiro feminismo, que busca a igualdade entre os sexos.
Como disse Maria da Penha, "homem de verdade não bate em mulher". Existem várias formas de agredir uma mulher. Seja fisicamente, verbalmente ou com atitudes, como a indústria da publicidade que trata a mulher como um objeto visando apenas o lucro, como nos comerciais de bebida alcoólica. Está na hora de tudo isso acabar.
Que as mulheres tenham mais liberdade para se vestirem como quiserem, sem serem taxadas como "vadias" e que possam fazer o que quiserem com seus corpos. É absurdo que ainda tenhamos que reivindicar algo assim hoje em dia, mas a opressão de grupos religiosos e de conservadores atrasados em geral ainda tenta combater esses direitos mais do que justos. Chega de violência contra quem sempre está ao lado dos homens para ajudá-los.

Parabéns a todas as mulheres, filhas, amigas, esposas, avós e companheiras de qualquer tipo, que sempre dão um toque especial em nossa sociedade.

Excesso de carne processada pode aumentar risco de câncer de bexiga



Comer grandes quantidades de carnes vermelhas processadas, como salsicha, pepperoni e salame, pode aumentar o risco de desenvolver câncer de bexiga. A afirmação é resultado de uma pesquisa realizada peloNational Cancer Institute, em Maryland, nos Estados Unidos.

Os participantes analisados tinham entre 50 e 70 anos e foram avaliados em relação à quantidade e frequência de carnes processadas que consumiam, ao estilo de vida (tabagismo e sedentarismo) e à condição social.

Durante o estudo, que envolveu mais de 300 mil participantes e sete anos de análises, foram identificados 854 casos (720 homens e 134 mulheres) de câncer de bexiga.

A culpa é dos conservantes!

Os pesquisadores descobriram que o grande vilão é na verdade o conservante usado nas carnes processadas, os embutidos, em especial o nitrato e o nitrito.

Quando as carnes processadas são ingeridas em grandes quantidades e por um longo período de tempo, esses conservantes passam para a urina e podem interferir no tecido da bexiga, ajudando a desenvolver o câncer.

Os cientistas disseram ainda que nos Estados Unidos, esses dois conservantes estão em 90% das carnes processadas, por isso, o alerta.

O modo de preparo da carne – grelhada, frita ou feita no micro-ondas – também pode aumentar os riscos do desenvolvimento da doença.

Os conservantes ruins para o organismo costumam ficar mais concentrados quando a carne vermelha é fria. Porém, os pesquisadores afirmaram que é preciso desenvolver melhor essa relação entre o modo de preparo e aparecimento de câncer de bexiga.

Exceções

Os pesquisadores ressaltaram que os índices de aparecimento de câncer de bexiga não foram associados ao bacon, hambúrguer, bife e às carnes brancas, como o frango e o peru.

Pesquisas: Carne vermelha X Câncer

Apesar de esse novo estudo ter se restringido à análise das carnes processadas, uma pesquisa anterior já havia mostrado que consumir qualquer tipo de carne com frequência, até mesmo peixes, porco e frangos (quando fritos), podem elevar o risco de aparecimento do câncer de bexiga.

Dos mais de 800 participantes, aqueles que comiam mais carne vermelha tinham quase 1,5 vezes mais chances de desenvolver câncer na bexiga do que os que consumiam pouca carne.

O estudo, realizado pela Universidade do Texas, segue, no entanto, tendência contrária à pesquisa mencionada anteriormente, afirmando que a carne cozida a altas temperaturas produz substâncias que podem causar câncer.

Hábitos saudáveis

O National Cancer Institute também mostrou que cerca de 60% dos casos de câncer podem ser evitados a partir de hábitos de vida saudáveis. De acordo com os pesquisadores, a melhor estratégia para a prevenção do câncer é aliar um alimentação equilibrada à prática de exercícios físicos regulares e manter o peso controlado.

Tais medidas são capazes de prevenir 63% dos casos de câncer de faringe, laringe e boca; 52% dos casos em que a doença atinge o endométrio (camada que recobre o útero internamente) e 60% dos tumores de esôfago.
*Com informações do site Minha Vida.

Feliciano responde à Justiça por discriminação e estelionato



O pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP), na foto, está respondendo no Supremo Tribunal Federal uma ação penal por estelionato e um inquérito sob acusação de ter feito na internet declarações racistas e homofóbicas. Em outro inquérito, já arquivado, ele foi acusado de injúria.

Ele assumiu ontem a presidência da Comissão de Direitos Humanos e das Minorias da Câmara, graças a um acordo entre seu partido, que faz parte da base de apoio ao governo, e o PT.

Feliciano é acusado de estelionato por não ter celebrado dois cultos no Rio Grande do Sul, embora, para isso, tenha recebido R$ 13,3 mil. Já o inquérito foi aberto porque em 2011 ele afirmou no Twitter que os africanos descendem do filho amaldiçoado de Noé. Cam, o filho, na interpretação do pastor, abusou sexualmente do pai quando este estava nu e enebriado por vinho.

O pastor-deputado disse que seus direitos humanos foram violados porque, aos 40 anos de idade, está sendo julgado por “140 caracteres numa rede social, sem contexto”.

Em uma entrevista, antes de ter seu nome confirmado com presidente da comissão, Feliciano disse que ia fazer uma investigação para saber até que ponto as emendas do órgão tiveram influência dos ativistas gays.

Ele disse que ia acabar com o “paternalismo” da comissão em relação aos homossexuais e que, a partir de agora, haverá “isonomia”, passando outros assuntos a terem igual prioridade.

Representantes dos homossexuais e entidades de direitos humanos prometem fazer dura oposição à gestão de Feliciano. Já há na internet um movimento para que ele seja afastado da comissão.

Paulopes

quinta-feira, 7 de março de 2013

Capitalismo e a obsolência planejada

É fato que os produtos tecnológicos são desenvolvidos atualmente para não durarem muito. Vemos isto constantemente em impressoras, computadores, automóveis etc. Este documentário mostra o quão insustentável é este modelo de consumo desenfreado e à qualquer custo, onde constantemente sai mais caro consertar uma máquina com defeito do que adquirir uma nova.  Não é de hoje que a indústria desenvolve produtos para propositalmente durarem pouco, para assim fazerem as pessoas consumirem cada vez mais.


Certamente você não verá um filme como este na Globo:

Teorias conspiratórias completamente malucas e idiotas: "Os Estados Unidos passaram câncer para o Hugo Chávez"



Tudo bem, algumas pessoas não gostam dos Estados Unidos e não gostam da CIA, mas acreditar que "passaram câncer" através de alguma "substância/raio/mandinga malévola" é conspiração burra.
Pensem:

Câncer é uma doença comum, sobretudo em pessoas acima dos 50 anos.  Existem substâncias radioativas que podem causar a doença, mas detectar uma contaminação por radiação é fácil e os sintomas logo aparecem (vômitos, por exemplo) e existem medidas para reverter a situação logo de cara, como dar iodeto de potássio ao contaminado. Má alimentação pode causar câncer, ainda mais se associar isso ao fumo (como Lula, Chávez e Lugo). Por que é tão difícil aceitar que é uma coincidência, por serem tipos de câncer compatíveis com as idades dos presidentes que tiveram e o estilo de vida dos mesmos?
 Qual o sentido de dar uma doença para alguém, se a pessoa tem a possibilidade de cura? Se você é um estado estrangeiro e quer eliminar seu inimigo, você assassina-o de uma vez.
Se ele tivesse contraído alguma doença oriunda de envenenamento, já teria morrido faz tempo. O que Chávez passou é compatível com a reação de uma neoplasia às químios e radioterapias. A pessoa melhora e piora o tempo todo.
Sério, não caiam nessa conspiração ridícula de que "envenenaram o Chávez com câncer".

Se os EUA quisessem matá-lo, teriam contratado um pobre diabo qualquer opositor e dava um tiro nele no meio da rua, não perderiam tempo inventando veneno que dá câncer (isso nem existe), ainda mais tão incompetente que demora à matá-lo e deixa-o passando exatamente pelos sintomas de um câncer comum. E pior: Matá-lo assim, quando sua imagem sai mais forte do que nunca, com seu falecimento.


A CIA tentou por anos matar o Fidel e nunca conseguiu. Por favor, vamos pensar antes de vociferar conspiração.

Eu sei que o pessoal morre de vontade de atribuir a culpa de muita coisa aos EUA, mas vamos usar o ceticismo e o racionalismo. E por que não passaram câncer pro Fidel , pro Raul, para a cúpula do Partido Comunista Chinês e pro Bin Laden? Por que não posicionaram antenas para as montanhas do Afeganistão, para dizimarem os caras da Al Qaeda? Por que Israel não passa câncer para os soldados e líderes do Hezbollah e do Hamas? Por que perderiam milhares de homens e gastariam fortunas em armas, se seria bem mais fácil passar câncer pra essa turma toda?

Sério, parem com essa burrice paranoica e conspiratória, digna do Olavo de Carvalho.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Repórter agredido por Barbosa apurava gastança do STF



Felipe Recondo, do jornal Estado de S. Paulo, produzia reportagem sobre gastos com reformas nos gabinetes e apartamentos dos ministros, além de despesas com viagens; foi por isso que o presidente da suprema corte, Joaquim Barbosa, o acusou de "chafurdar no lixo"; acovardado, Estadão, que se orgulha de ter combatido a censura no Brasil, ainda não saiu em defesa de seu profissional.






247 - É mais grave do que se imaginava a agressão do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, ao repórter do Estado de S. Paulo, Felipe Recondo. O ministro, que atribuiu seus ataques desferidos contra o jornalista a uma dor nas costas, na verdade, poderia estar tentando intimidá-lo em razão de uma reportagem investigativa. Segundo duas notas publicadas no Painel da Folha de S. Paulo desta quarta-feira, Recondo apurava a gastança do STF com mordomias, como reformas nos gabinetes, nos apartamentos e viagens. Leia, abaixo, as notas publicadas por Vera Magalhães, do Painel da Folha:

Onde dói 1 Apontada como justificativa por Joaquim Barbosa, a crônica dor nas costas do presidente do STF não é o motivo do destempero verbal com que ele se dirigiu a um jornalista ontem.

Onde dói 2 A irritação do ministro se deve a levantamentos em curso por parte da imprensa sobre gastos com reformas nos gabinetes e apartamentos dos ministros, além de viagens. Os dados referentes ao presidente da corte teriam chamado a atenção.

Curiosamente, o jornal Estado de S. Paulo, que se orgulha de ter combatido a censura no Brasil e que patrocinou a vinda ao Brasil de Yoani Sánchez, segundo o jornal, um símbolo pela luta da liberdade expressão, ainda não saiu em defesa de seu profissional.


Espero que a imprensa apure as eventuais irregularidades e que o ministro peça desculpas pessoalmente ao repórter , e não só através da assessoria do STF.

terça-feira, 5 de março de 2013

Morre o comandante Hugo Chávez



Nosso amigo, o comandante Chávez, descansou.
Sua memória, seu legado e sua luta permanecerão sempre vivas entre o povo venezuelano e sul-americano.
A morte ocorreu às 16h25 locais (17h55 de Brasília), segundo o vice-presidente Nicolás Maduro, herdeiro político de Chávez, que fez o anúncio em um pronunciamento ao vivo na TV. Chávez lutava contra um câncer desde junho de 2011 e, após realizar um tratamento em Cuba contra a doença, havia voltado ao país natal em fevereiro deste ano.
O câncer é uma doença terrível. Não deve ser desejada para ninguém. Aproveito e deixo um grande repúdio aos infelizes de direita, que comemoram a morte de alguém, sobretudo através desta enfermidade maldita. Uma coisa é discordar politicamente, outra é desejar o sofrimento, tão terrível, a outro ser humano.
Se alguém comemora a morte de alguém através do câncer, pense bem. O dia que você ver a doença de perto e o sofrimento que ele causa, não vai achar graça.

Chávez foi odiado pela direita sul-americana e pela imprensa justamente por ter perpetrado grandes mudanças sociais na Venezuela, facilitando o acesso de milhões de famílias à qualidade de vida.

domingo, 3 de março de 2013

As tramas da rede cubana



RESUMO Dificuldades de acesso à internet em Cuba não impedem entrada de fenômenos culturais, via celulares, discos e pen drives. Governo fecha os olhos para o mercado negro de conexões, e os que têm acesso à rede esquivam-se do debate político, o que faz com que figuras como Yoani Sánchez sejam populares só fora da ilha.

ALEJANDRO SOLÍS sacou do bolso um celular Motorola, um modelo não muito moderno, mas com capacidade para guardar música. Acionou o ringtone e saíram as primeiras notas de "Gangnam Style".

"Claro que eu conheço. É a música do meu celular", respondeu.

À sua volta, amigos de 20 e poucos anos como ele passam de mão em mão um copo de plástico com rum. Aproveitam a noite na mureta do Malecón, o calçadão elevado que protege Havana do mar, que quebra forte contra as pedras naquela noite fresca de janeiro.

Solís e os amigos confirmam que, como em quase todas as partes do mundo, o sul-coreano Psy emplacou seu hit -e vídeo- na ilha comunista. Só que, na terra de Fidel Castro, o sucesso não teve nada ver com internet ou YouTube.

Nenhum deles tem endereço de e-mail nem conta no Facebook. Não entram em sites de vídeos -nem valeria a pena, com a internet racionada, cara e lentíssima de que dispõem. Solís não fazia a menor ideia de que o vídeo da música de seu celular é, até agora, o mais visto da história da internet.

"Sério? Sabia que estava famosa, mas, se você não me dissesse [da internet], eu nunca saberia", diz Solís, branco de olhos verdes, recém-formado professor de educação física, nível técnico.

Morador de um bairro pobre no oeste de Havana, ele recebeu a música como quase tudo que lê ou escuta em Havana: por Bluetooth. A tecnologia de transmissão de dados por ondas curtas de rádio, desprezada no resto do mundo com a popularização do 3G e do 4G, é ainda muitíssimo popular em Cuba.

Sem custo, sem rastro, o Bluetooth permite repassar megabytes de vídeos, livros, música. Faz do celular, mesmo sem linha, um elemento importante na extensa rede off-line estabelecida no país com a menor taxa de penetração de internet nas Américas. Os outros elementos são pen drives, cartões de memória e discos rígidos.

O circuito em construção há anos ganhou mais um impulso com a legalização, em 2010, da venda de CDs piratas. A atividade, de tão popular, foi incluída entre as 178 profissões autônomas permitidas pelo Estado: vendedor de discos compactos.

PROIBIDÕES Há de tudo. Filmes estrangeiros e cubanos fora de circuito, séries americanas, telenovelas brasileiras antigas ou no ar na TV estatal, programas de auditório dos canais de Miami, noticiário ou treggaetons "proibidões" -com letras ainda mais sexualmente explícitas do que o usual no ritmo que mistura reggae, hip-hop, salsa e bachata.

Nessa rede subterrânea há espaço para simples camaradagem -quem tem música ou série nova ou recebeu algo de algum parente de fora faz circular- e para, claro, fazer dinheiro.

Os produtos são desenhados para caber em vários tipos de bolso. Um CD pirata custa quase sempre o equivalente a R$ 2. Se for um programa mais difícil de encontrar, pode sair pelo triplo disso.

O grupo no Malecón conta, animado, que a moda é comprar o "pacote da semana" da TV a cabo, com brindes promocionais. Tudo capturado via "antena" -parabólicas clandestinas que captam as emissoras de Miami. Os pacotes chegam a preços módicos e com atraso de -só- uma semana em relação à data de exibição original.

"É só ligar. Chega um cara na sua casa, de moto, carregando um disco rígido. Aí ele passa para o seu computador a programação completa. Custa 5, 6 CUC [pesos cubanos conversíveis, algo entre R$ 10 e R$ 12]", conta Solís. Cada canal tem sua própria pasta no disco, numa prova de que em Cuba hoje não só é possível viral sem internet como zapear sem TV a cabo.

PICADINHO "Depois de inventar o picadinho de carne sem carne, os cubanos inventaram a internet sem internet", resumiu, em sua passagem pelo Brasil na semana passada, a ativista e blogueira cubana Yoani Sánchez, comparando as receitas adaptadas à penúria dos anos 90 -a mais aguda crise econômica de Cuba desde a vitória da guerrilha em 1959- aos inventos cubanos para circular informação à revelia do Estado.

"Tudo se irriga rápido", diz Jorge Pérez, 21, um dos jovens do Malecón. Ele e outros entrevistados utilizariam muitas vezes ao longo desta reportagem o verbo "irrigar", o preferido dos cubanos para falar da rede off-line, cuja atividade é complementada pelo envio coletivo de SMS para convocar para festas, por exemplo.

Fã de dance music, Pérez é moreno e usa seus cabelos cuidadosamente arrepiados com gel. Graduado no ensino médio, não está trabalhando e sonha conseguir emigrar. Nem ele nem Solís sabem quem é Yoani Sánchez ou outros blogueiros críticos do governo.

Para eles, o símbolo do protesto ao governo é o duo de hip-hop cubano Los Aldeanos, que não raro canta com Silvito El Libre -ele próprio um sinal dos tempos, filho do cantor ícone da chamada nova trova cubana Silvio Rodríguez.

"Todo tipo de informação se repassa. Com dinheiro, você pode fazer tudo em Cuba. Mas ninguém quer se meter com política", brinca Solís, enquanto com a mão simula uma navalha no pescoço.

Yordane Carrazana, 26, está de acordo: ninguém está interessado em ter problemas com agentes da segurança nacional. Ele gosta de morar em Cuba, seu negócio vai bem e ele só pretende sair da ilha como turista, como fez há dois anos para ir à Itália.

Sentado no sofá do apartamento onde mora com os pais em San Agustín, um bairro de La Lisa, município pobre da Grande Havana, Carrazana explica onde busca o material que grava nos CDs que repassa aos vendedores de rua.

Como um dos "irrigadores" da internet off-line cubana, ele procura ter novidades toda semana. Compra -dos que, de fato, têm acesso a uma conexão que permite baixar arquivos maiores- pacotes inteiros de dados, com filmes, músicas, séries e novelas da Globo.

"Não estamos nada desatualizados em relação ao resto do mundo. Acho que, até pelo fato de não ter outras distrações como internet ou cabo, o cubano dá muito valor para música, é muito exigente", diz ele,que exibe correntes no pescoço ao estilo de rappers americanos. "As pessoas de quem eu compro estão na internet o dia inteiro.

Reggaeton não dura. Todo mês sai um novo sucesso, e eu preciso ter."

"Você não tem como conseguir 'Insensato Corazón' para nós? Seria ótimo", propõe. A novela exibida no Brasil em 2011 vai ao ar três vezes por semana na TV estatal cubana, mas existe demanda de clientes para comprá-la completa. "As pessoas querem saber o final de uma vez, às vezes não conseguem ver no horário."

Carrazana tem internet em casa, discada (não há banda larga em Cuba). A conexão foi adquirida no mercado negro -no qual os preços praticados por hora variam de R$ 1,50 a R$ 4. Nos hotéis, a hora de conexão pode chegar a algo como R$ 14. O salário mensal médio em Cuba equivale a R$ 40.

O acesso, exasperantemente lento, praticamente inviabiliza baixar vídeos e músicas. Daí a importância, para Carrazana, de seus fornecedores -o perfil típico é um funcionário público que, como administrador de uma rede, tem conexão melhor e ganha a vida repassando conteúdo.

PANORAMA Os rapazes e moças do Malecón, o "irrigador" e seus fornecedores são uma fotografia do panorama digital em Cuba, no qual se misturam o embargo econômico à ilha imposto pelos EUA, a censura e, agora, uma esperança financiada pela aliança estratégica dos Castro com a Venezuela.

Atualmente, só estrangeiros e algumas categorias profissionais e artísticas têm autorização para adquirir legalmente uma conexão doméstica de internet -origem da maior parte das conexões que alimentam o mercado negro.

Pelos números oficiais, 22% da população tem algum tipo de acesso à rede, a maioria em locais de trabalho e universidades onde o uso é restrito -há páginas que são vetadas, por exemplo. Estima-se que só uma baixíssima porcentagem de fato acesse à rede livremente. Prova de que a cifra oficial é ilusória é que, dentro desses 22%, são contabilizados os usuários dos chamados clubes jovens (Joven Club), mescla de lan house e cybercafé -só que sem internet e, muitas vezes, sem café.

"A gente acessa o que está lá nos computadores, basicamente para fazer os trabalhos", conta Maylin Suárez, 22, que deixou de ter e-mail quando se graduou em engenharia, recentemente.

Os computadores dos clubes jovens têm um amplo acervo off-line para pesquisas escolares e universitárias. Têm acesso a uma versão local do Wikipédia, a Ecured, e um fórum de estudantes, a RedSocial, que emula a pré-história do Facebook. Tudo fora da rede mundial.

O governo diz que a indigência digital da ilha é culpa de Washington. Afirma que, por causa das restrições impostas pelo embargo norte-americano a Cuba, não há capacidade técnica nem financeira para expandir o uso da rede e que por isso é preciso listar prioridades e privilegiar o uso social, e não individual.

O embargo complica, de fato, as conexões na ilha. Graças às sanções -aplicadas há mais de 50 anos e endurecidas nos anos George W. Bush (2001-2009)- a empresas que negociem com Cuba, o país jamais conseguiu se conectar a cabos de fibra ótica da Flórida ou de vizinhos caribenhos. A conexão é via satélite, meio mais custoso.

No ano passado, o embargo também foi o culpado por impedir o uso em Cuba de várias ferramentas do Google, entre as quais o Analytics, serviço gratuito de análise de páginas na internet. A empresa citou as leis americanas como motivo para a restrição. Foi um sinal de que as medidas de Barack Obama de 2009 que incluíram flexibilizações para empresas ligadas à internet negociarem com Cuba foram inócuas até agora.

CABO A esperança de que o serviço melhore no médio prazo vem do país de Hugo Chávez. Em 2007, Caracas anunciou com festa a decisão de construir um cabo de fibra ótica ligando a Venezuela a Cuba, passando pela Jamaica a um custo equivalente a R$ 144 milhões.

Cinco anos e um escândalo de corrupção depois, o cabo finalmente está operante -teve de informar em janeiro a Etecsa, a estatal cubana de telefonia, após uma empresa americana detectar que a fibra já estava em funcionamento.

A nota da Etecsa, publicada na imprensa estatal cubana, no entanto, foi anticlimática: "A operação do cabo não significará que automaticamente se multipliquem as possibilidades de acesso. Será necessário executar investimentos na infraestrutura interna de telecomunicações e aumentar os recursos em divisas destinados a pagar o tráfico de internet".

Leosdani Izquierdo não se abateu com o tom do comunicado. "Em um ano, dois, eu acho, vai haver internet liberada para cubanos. Primeiro vai ser bem caro, mas depois vai melhorar", diz ele, falando por telefone, de Havana. "Antes era uma questão de censura, mas acho que agora é menos."

Formado em cibernética, Izquierdo, 31, é um dos principais empreendedores da internet convencional de Cuba. Há cinco anos, ele fundou com sócios o site de classificados on-line precio cubano.com. É uma versão menor do maior sucesso de compra e venda on-line da ilha e para a ilha, o revolico.com, que só nos últimos 60 dias diz ter ganhado 19 mil novos anúncios de venda de imóveis em Cuba, modalidade liberada pelo governo no ano passado. Izquierdo hospedou seu site num servidor na Alemanha e o proveu com um esquema de compra de crédito virtual -a ideia é que parentes e amigos de cubanos no exterior com acesso a cartão de crédito possam comprar a moeda eletrônica e transferi-la a moradores da ilha, por exemplo. "A maior parte dos visitantes é de cubanos que moram fora. Quando estourar a internet em Cuba, meus negócios já vão ser conhecidos", espera Izquierdo. Ele não revela os valores de seus negócios, mas diz que estão em expansão e que prefere não entrar em detalhes sobre todas as suas start-ups "para não chamar a atenção da concorrência".

O empreendedor acaba de reformular um site para vendas de móveis de fabricação própria. Nele, pode-se comprar, com cartão de crédito e entrega grátis em Havana, um jogo de sofá de dois e três lugares modelo "brasileiro moderno" -uma designação popular em Cuba- por cerca de R$ 1.300. Como no site de classificados, 80% dos clientes são cubanos que vivem no exterior e querem financiar parentes.

"Pago impostos, na medida do possível", comenta o empresário. O problema é que as reformas econômicas de Raúl Castro não foram suficientes para o ímpeto empreendedor de Izquierdo. O governo abriu novas licenças para trabalhadores autônomos em categorias específicas -quando os especialistas dizem que deveria ter listado os vetos, e não as autorizações- e licenças para novos restaurantes, cafeterias, cabelereiros e barbearias. Nada foi dito, porém, sobre pequenas empresas para fabricação de móveis.

Outro gargalo de seus negócios é, obviamente, a internet. Apesar de gerenciar um site com mais de 2.000 acessos diários e milhares de anúncios, Izquierdo não tem acesso ilimitado à rede. Diz pagar o equivalente a R$ 120 mensais por 80 horas de uso. Com o racionamento da navegação, ele diz, não sobra muito tempo para política. "Meu interesse é mais por notícias de economia. Não me importo muito com a política."

TRANSIÇÃO As redes cubanas não estão imunes nem alheias, no entanto, à informação com conteúdo político. E nisso concordam o governo comunista, ativistas como Yoani Sánchez e Washington, todos os quais movem suas fichas. Para todos eles, pode estar na forma como evoluirá a circulação horizontal de informação, inclusive política, um fator-chave para o sucesso ou não da transição posta em marcha por Raúl Castro, planejada para ser lenta, gradual e controlada.

Contam tanto a internet off-line como a on-line. O Twitter e demais redes sociais que contribuíram para fomentar a Primavera Árabe têm, afinal, um ancestral analógico equivalente aos pen drives: as gravações em fitas cassete com que o aiatolá Khomeini insuflou a Revolução Islâmica no Irã, no fim dos anos 1970. E Cuba parece estar, tecnologicamente, a meio caminho entre as duas experiências.

A ilha já tem seus "virais off-line" políticos e de sátira política, embora marginais nos canais dominados pelo entretenimento. Denúncias de corrupção de dirigentes, com fotos e documentos, ou notícias desagradáveis para o governo, como o recente surto de cólera, passam de um dispositivo móvel de memória a outro.

OBJETOS DE CULTO Há também os objetos de culto do gênero, como a série de curtas satíricos do cineasta cubano Eduardo del Llano. Em todos, o personagem central é Nicanor O'Donnel, um cubano inusualmente questionador.

Em "Monte Rouge", de 2004, o primeiro deles, agentes da segurança do Estado chegam à casa de Nicanor e perguntam: "Onde é que vocês mais falam mal do governo, para instalarmos um microfone?".

Em "Brainstorm" (2009), o alvo da sátira é o jornal oficial "Granma". No episódio, após a queda de um meteorito num estádio em Havana, matando 93 pessoas, os jornalistas do "órgão oficial do Partido Comunista" discutem o que estampar na capa da edição do dia seguinte: as vítimas ou um recorde olímpico batido no mesmo dia?

Um telefonema da direção do PC decide que a manchete não é uma nem outra, mas o bom desempenho dos portos da capital, enquanto Nicanor observa pela janela que alienígenas atacam a ilha.

Entre os vídeos essencialmente políticos, um dos mais célebres e pioneiros materiais do gênero foi o protagonizado por um então importante dirigente estudantil pró-governo, Eliécer Ávila. Em 2008, Ávila, presidente da União de Jovens Comunistas da UCI, a principal universidade de informática em Cuba, questionou um alto dirigente sobre medidas do regime, como o veto a viagens ao exterior sem prévia autorização do governo (que só foi derrubado em janeiro último) ou as restrições para o uso da internet.

O vídeo caiu na rede -e foi visto fora de Cuba-, mas principalmente circulou de mão em mão na ilha.

"O principal mérito dessa reunião [gravada em vídeo] foi ter iniciado uma nova etapa na história do debate político público em Cuba. Falar aquelas palavras e seguir estudando na universidade alargou os limites do debate", disse Ávila à Folha em Havana em janeiro, dias antes de finalmente viajar ao exterior graças à entrada em vigor da reforma migratória.

Após o vídeo estourar, conta, ele conseguiu se formar, mas logo foi enviado para o interior do

país, como parte do trabalho social obrigatório após a graduação. Ávila considerou a transferência uma punição disfarçada e rompeu de vez com o governo.

TUÍTES Nesse ambiente, Yoani Sánchez resolveu que, além de escrever seu blog, ela se tornaria uma ativista digital, oferecendo cursos em Havana para os interessados em tuitar off-line, usando o método que ela emprega: um SMS enviado a um número de telefone no Reino Unido se transforma em tuíte imediatamente. Ela e o marido, o jornalista Reinaldo Escobar, gravam vídeos com temas políticos para difusão on-line e off-line.

O governo cubano e os blogueiros e tuiteiros que o apoiam não cansam de dizer que essas atividades têm financiamento dos EUA -acusação para a qual não há provas. Yoani Sánchez nega, informando como fonte de recursos seus ganhos como correspondente do jornal espanhol "El País" e os prêmios recebidos pelo blog.

O interesse de Washington em desenvolver programas e destinar verba para promover a "democracia digital" na ilha, no entanto, é real e documentado e ocupa o centro de um embate diplomático com o governo Raúl Castro.

Foi como agente de um desses programas "pró- democracia digital" que o americano Alan Gross foi preso em Cuba em 2009.

Ele foi apanhado distribuindo ilegalmente, de acordo com as leis cubanas, celulares e equipamentos de acesso à internet por satélite (tecnologia de ponta usada pelo Pentágono) à pequena comunidade judaica cubana.

"Alan Gross é a prova viva da ingerência dos Estados Unidos em Cuba, e isso é muito valioso para o governo cubano", diz o jornalista americano Tracey Eaton, que mantém um projeto de rastreamento da verba pública utilizada por seu país nos programas "pró-democracia" na ilha.

"Creio que quando os historiadores, em 10, 20 anos, começarem a tentar ver qual foi o papel dos Estados Unidos em qualquer evolução ou transição em Cuba, vão querer saber como eram esses programas. Não creio que se deva esperar até 25 anos para saber o que eles fizeram", segue Eaton.

TRÊS PROBLEMAS "Os EUA farão tudo o que puderem para estimular uma primavera em Cuba. Mas creio que, se o governo americano quer mudanças em Cuba, deveria eliminar o bloqueio e inundar ao país com gente, ideias e dinheiro. Muita gente não se interessa por política, internet nem nada disso porque seus problemas diários são três: o café da manhã, o almoço e o jantar. 'O que vou comer hoje?' É o que elas pensam. Não pensam nem no governo nem no futuro nem na internet", diz Eaton.

Para Eliécer Ávila, a limitação tecnológica -que faz todo cubano com acesso a uma internet melhor pensar duas vezes antes de se arriscar a repassar temas sensíveis politicamente-, a falta de "uma alternativa séria e confiável" e o "freio mental" dos cubanos se combinam para deter qualquer movimento político de contestação ao governo: "Motivos sobram. Condições? Não há".

"As pessoas pensam: por que vou me mobilizar, se aqui não batem nas pessoas normalmente nas ruas, se elas não desaparecem nem são torturadas? Eles entenderam que, se encarcerassem a mente, ninguém tocaria no corpo. Todo mundo tem um freio dentro da cabeça", diz Ávila, que quer fazer carreira política e fundar um partido na Cuba do futuro.

"Há um desejo passivo. Se houvesse uma alternativa séria, se as pessoas confiassem que não vai lhes ocorrer nada de mau, as pessoas se mobilizariam, sim. Mas, a cada vez que surge uma figura que se coloca politicamente, toda a maquinaria do Estado a bombardeia. Sem oposição nenhuma, sem direito a réplica ou a apelar na Justiça", conclui.







Folha de São Paulo

sexta-feira, 1 de março de 2013

Veja o Xeque-mate que a Yoani Sánchez tomou na TV Cultura

Tablets chineses de 40 dólares são melhores que o da Tekpix de R$ 3,5 mil




Há alguns dias, você conheceu aqui no Tecmundo o surpreendente tablet i-TVWF7x - 4.0 da Tekpix, que pode ser seu por salgados R$ 3,5 mil. Nem é necessário pesquisar muito para saber que é possível comprar aparelhos melhores a um preço mais justo – mas até que ponto a empresa exagerou nas cobranças?

O site Alibaba, que compila estimativas de preços de fabricantes do mundo todo (em especial chineses), tem a resposta. Procurando por “tablet” na página, é possível encontrar centenas de modelos com uma configuração igual ou superior ao da empresa Tecnomania.
Negócio da China

O preço não chega nem perto do que é cobrado por aqui: por menos de US$ 100 (às vezes até metade), é possível encontrar modelos que fazem o tablet nacional parecer ainda mais um mau negócio.

Um aparelho em especial, chamado de “o tablet mais barato de 2012”, chama bastante a atenção. Vendido por até US$ 45, ele oferece o dobro de RAM (1 GB), tem um processador mais potente (1,5 GHz, contra 1,2 GHz do modelo Tekpix) e quatro vezes mais espaço de armazenamento interno (16 GB). Ele só não conta com uma câmera digital, mas em um tablet ela não é exatamente um acessório muito requisitado.

Vale lembrar que o preço cobrado no Alibaba não leva em conta taxas de exportação para o Brasil e uma possível taxação pela Receita Federal, e o contato direto com o fabricante e a venda em lotes faz com que o preço por lá seja realmente mais barato – mas nem assim é possível chegar perto dos R$ 3,5 mil do i-TVWF7x - 4.0.
Tecmundo