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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Sobre a lei de "Moral e bons costumes" de Myrian Rios

A falsa correlação entre a lei-seca e a "falta de ônibus de madrugada"


O que o sujeito deixa implícito com esta reclamação é algo como: "olha, não tem ônibus para a minha casa, depois que eu saio da balada e enchi a cara. Por isto, vou continuar dirigindo completamente bêbado". Essa gente é muito egoísta. Nunca pediu transporte público de madrugada para quem, por exemplo, precisa ir ao hospital no meio da noite, mas agora quer porque necessita de uma desculpa para continuar conduzindo o automóvel sob efeito da bebida.

Quem tem R$ 50 para torrar em cachaça ou cerveja, tem R$20 gastar no táxi. Ou então que compre a bebida para encher a cara em casa, peça para um amigo dar carona na volta etc. Esse papinho de "botar lei-seca é fácil, quero ver ônibus 24hs na rua" é uma falácia gigantesca, pois insinua que a lei contra a  combinação "bebida - direção" é falha porque não tem transporte público de qualidade.
Ora, será que esses revoltadinhos de plantão, que se acham no direito de beber e dirigir de volta pra casa com a desculpa de que "não tem ônibus altas horas da noite" alguma vez já foram reclamar na secretaria de transporte do seu município, exigindo mais transporte público?

Esse " X é fácil, quero ver Y" é um erro de lógico, insinuando que "não pode haver X se não tiver Y", sobretudo porque os que estão acostumados a tomar todas na balada ou no bar e dirigir depois têm dinheiro para encher o tanque (ou seja, tem dinheiro para pegar um táxi depois de encher o fígado de álcool), usam o carro todo santo dia até para ir ali na esquina desnecessariamente e se bobear nem usam o transporte público. Em geral é a classe-média, classe-média alta que nunca criticou o transporte público, mas agora quer transporte de qualidade. Claro que deve haver ônibus de dia e de noite, em qualquer horário, mas criticar uma lei que previne mortes por não haver é desonestidade intelectual.



E não,  criar lei-seca não é fácil. Se não existissem vagabundos irresponsáveis que enchem a cara e dirigem, ela não seria necessária. Se não houvessem tantas mortes no trânsito, também não. O estado precisa comprar bafômetros aos montes (caros), colocar mais efetivo policial para fiscalizar os bêbados canalhas etc.
Se você está revoltadinho(a) com a lei-seca porque "não tem transporte público de qualidade", levante do computador e vá falar com o secretário de transporte da sua cidade, vá falar com os vereadores, marque uma audiência com o prefeito etc.

Gasolina: Na época do Fernando Henrique Cardoso, o preço subia todo mês e não saia no Jornal Nacional



quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Fogo em boate produziu o mesmo gás usado por nazistas, diz médico

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Um pedido de doação de medicamento, feito pela diretora de enfermagem do Hospital Universitário de Santa Maria, Soeli Terezinha Guerra, 50, ajudou a esclarecer a natureza dos sofrimentos impostos aos jovens feridos e mortos no incêndio da boate Kiss.






Hidroxocobalamina é o nome do medicamento solicitado. Serve para combater a intoxicação causada pelo gás cianeto, o mesmo usado nas câmaras de gás nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial.

Era o princípio ativo do tristemente famoso Zyklon B dos campos de extermínio.

Segundo o pesquisador Anthony Wong, diretor médico do Ceatox (Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP) trata-se de um dos venenos mais letais, por sua capacidade de paralisar os mecanismos de produção de energia das células, matando-as.

Pois o cianeto apareceu junto com a fuligem e o monóxido de carbono dentro da Kiss, como consequência da combustão dos materiais usados no revestimento acústico.

"Não tem cheiro nem cor e é capaz de matar em um prazo curtíssimo, de quatro a cinco minutos", explica Wong.






A detecção do cianeto é feita por análises químicas. Mas essa suspeita já existia mesmo antes da confirmação laboratorial. "É que o gás é subproduto da combustão de materiais como espuma de poliuretano, usada em revestimentos baratos com finalidades acústicas", diz Wong.

Revestimentos acústicos de boa qualidade são antichamas e não inflamáveis, portanto não produzem o cianeto.

A enfermeira Soeli disse ontem à Folha que o Hospital Universitário de Santa Maria já recebeu doações da hidroxocobalamina em quantidade suficiente para o tratamento dos pacientes lá internados (até ontem em número de 11).

Mas o toxicologista da USP considera inaceitável que o principal hospital público da cidade tenha de ter contado com doações. "Na França, todos os serviços de pronto-socorro estão equipados com a hidroxocobalamina para tratar intoxicações por cianeto."

Ele explica que, no Brasil, o medicamento (comercializado sob o nome de Rubranova) é de difícil acesso porque o laboratório que importava o sal parou de fazê-lo, e o país não o produz. Nas farmácias, o sal também não é vendido.

No Hospital Universitário, três pacientes ainda necessitam de ventilação mecânica, para conseguir respirar. E ainda há o risco de sequelas causadas por lesões nas células nervosas, fruto da falta de oxigênio. Esse é um resultado possível da intoxicação por cianeto, uma vez que o veneno mata as células que entram em contato com ele.

O mais cruel do veneno é que, sem cheiro nem cor, muitos jovens acabaram intoxicados, achando que estavam protegidos por máscaras improvisadas com roupas molhadas enroladas no rosto. Se conseguiu barrar boa parte das partículas de fuligem, diz Wong, esse expediente foi absolutamente inútil contra o cianeto.


Folha de SP

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Construção de novo acelerador de partículas brasileiro vai começar este ano









Segundo uma notícia divulgada pela FAPESP, deve ter início ainda este ano em Campinas a construção do “Sirius”, um novo acelerador de partículas de terceira geração capaz de produzir imagens de maior resolução e emitir radiação com maior brilho do que o acelerador atual, o UVX, que pertence à segunda geração. O novo equipamento será construído em uma área de 150 mil metros quadrados ao lado das instalações do LNLS, onde se encontra o UVX.

O equipamento atual é o único na América Latina e conta com 16 estações experimentais (ou linhas de luz) que atendem cerca de 500 grupos de pesquisa por ano. Ele é capaz de emitir radiação de alto brilho em diversas frequências, que variam dos raios-x ao infravermelho, permitindo que os pesquisadores possam estudar a estrutura atômica dos mais diversos materiais e a forma como esses átomos estão distribuídos e interligados.
Velho x novo






(Fonte da imagem: Reprodução/LNLS)

Entretanto, o UVX não é tão preciso quanto os aceleradores de partículas disponíveis nos EUA e na Europa. Segundo a FAPESP, o Sirius oferecerá resultados muito mais precisos do que o equipamento disponível no momento, além de contar com quase o triplo da capacidade atual, já que o projeto prevê a construção de 40 estações experimentais.

Ainda de acordo com a notícia, o projeto original também passou por diversas alterações, o que deve colocar o Sirius entre os aceleradores de maior brilho no mundo. Um exemplo dessas modificações foi a substituição do sistema de eletroímãs — que guiam a trajetória dos elétrons dentro do acelerador — por um sistema de ímãs permanentes para reduzir a necessidade de cabos de alimentação, e mudanças na câmara de vácuo e na rede magnética do acelerador.

A previsão é de que o projeto seja finalizado em 2016, e o custo estimado é de R$ 650 milhões. O novo acelerador poderá atender pesquisadores das mais diversas áreas, como da biofísica, química, medicina, nanotecnologia etc., além de atrair cientistas de renome de todo o mundo para realizarem aqui no Brasil os seus estudos.

Tecmundo

Criminosos sem escrúpulos

por @DeniseSQ


Desde ontem chamo insistentemente a atenção das pessoas que me acompanham no twitter para cuidar muito na hora de divulgar ou retuitar informações que possam gerar sentimentos desnecessários neste momento tão sério e triste. Aconselhei vários a, antes de divulgar pedidos de ajuda ou outras coisas do gênero, que dessem uma olhada nos perfis oficiais, tanto do governo do Estado quanto da prefeitura e de rádios (três) que eu acompanhava e faziam cobertura com entrevistas de autoridades e informações sérias sobre a tragédia.


Mas nada se compara à canalhice que um blogueiro, que se diz jornalista, foi capaz de colocar no blog. Reproduzo (com nojo, mas por necessidade de ilustrar) o print.







Pelo que pude entender, alguém fez a montagem e colocou no facebook e em instantes o tal blogueiro (o nome está no print) começou a espalhar por aqui. Imediatamente entramos em contato com o Deputado Federal Paulo Pimenta, que por mensagem privada para mim no Twitter e para o Sergio Pecci no Face mostrou toda a sua indignação diante da calúnia. Reproduzimos:


Pelo Face: "Estamos imediatamente acionando a Policia Federal para identificarmos a origem desta mentira criminosa . Trata- se de um absurdo gravíssimo numa hora como essa . Não conheço nenhum dos donos desta boate. Precisamos identificar os bandidos que estão postando isso para puni- los exemplarmente . Isso é demais , revoltante e repugnante. Tenho muitos amigos e conhecidos sofrendo nesta hora e sou obrigado a me deparar com essa loucura insana."


Pelo Twitter: "Criminosos sem escrúpulos . Já acionamos PF para identificarmos autores desta mentira criminosa e revoltante".


A página do deputado é aberta no Facebook e mesmo os não usuários tem acesso. Para quem não sabe, ele é um cidadão santamariense e foi líder estudantil na Universidade Federal.


Que haja punição a esses seres que nos demonstram que a sordidez humana não tem mesmo limite, é o mínimo que se espera. E que sejam punidos os irresponsáveis, se é que se pode denominar gente, como esta, assessora de imprensa do PSDB, que está espalhando na rede o link do blog.

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Nota: O Estado de São Paulo publicou hoje, 28 de janeiro, que a boate está registrada em nome da mãe e da irmã do proprietário.

Como os Pastores evangélicos usam a hipnose

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O cinismo da mídia



por Aurélio Munhoz*



Passadas as primeiras 24 horas após o incêndio que destruiu 231 jovens em uma casa de shows em Santa Maria (RS), o Brasil foca suas atenções agora na identificação dos culpados por mais esta inominável tragédia urbana.



Natural que seja assim. O que aconteceu neste domingo na cidade gaúcha foi fruto de uma coleção de indefiníveis aberrações que, por sua extrema gravidade, causam indignação e merecem punição rigorosíssima.

Ocorre que não são apenas os donos ou os seguranças da casa de shows, tampouco a Prefeitura de Santa Maria e o Corpo de Bombeiros, que merecem condenação. O papel que grande parte da mídia está exercendo diante deste drama humano de proporções colossais, a exemplo do que tem feito em relação a tantos outros, também se revela abjeto e passível de duríssimas críticas.

A mídia tem todo o direito – e, mais que isto, o dever – de noticiar tragédias como a que estamos acompanhando, ao vivo e em cores. Fornecer informações de interesse público é uma das suas atribuições. A morte de 233 seres humanos, ainda mais nas circunstâncias verificadas na casa de shows é, obviamente, digna de uma extensa cobertura porque interessa a um expressivo segmento da sociedade.

As escolas de jornalismo sérias ensinam, porém, que o tratamento de assuntos desta natureza pressupõe cuidado extremo. Não por acaso. É tênue, muito tênue, o limite que separa a informação de interesse público da notícia convertida em espetáculo com objetivos escusos.



Infelizmente, muitos colegas da imprensa (deliberadamente, inclusive) romperam este limite no caso em análise. Boa parte da mídia está fazendo a cobertura da tragédia de Santa Maria não com o nobre propósito que deveria motivá-la – garantir que aberrações como esta não se repitam, algo possível por meio da divulgação permanente de informações corretas e isentas, fruto de pesquisa e investigação sérias, revelando seu compromisso com a sociedade.

Seu propósito é outro – absolutamente vil, porque imoral e oculto: converter a tragédia dos meninos de Santa Maria em um grande espetáculo midiático com o objetivo de garantir audiência cativa. De preferência, às custas das lágrimas do público. É o que se chama, em Teoria da Comunicação, de “espetacularização” da notícia, ou seja, a sua conversão em um agente não do bom jornalismo, mas do entretenimento e do cinismo, porque dá a falsa impressão de que o compromisso primeiro desta mídia é com o público, quando o é de fato, acima de tudo, com seus patrocinadores.

É um Big Brother de verdade, formado não por beldades vulgares e sem cérebro, do tipo que costumam freqüentar os realities shows, mas por cidadãos respeitosos vítimas da irresponsabilidade humana. Sensacionalismo, em uma palavra, como nos tempos do programa Aqui Agora, extinto em 1997. Mais brando, é verdade, mas uma forma de sensacionalismo, de todo modo.

Foi o que aconteceu durante todo o dia da tragédia, quando, por exemplo, até programas dominicais exclusivamente de entretenimento – inclusive os conduzidos por não jornalistas – consumiram horas a fio tratando do tema, mas em tom predominantemente emocional e policialesco, e não informativo. Tampouco estes veículos sinalizaram o interesse de incluir este tema (a segurança em casas de shows) em uma agenda permanente de debates.

É claro que não se pode descartar o componente fortemente emocional que permeia uma tragédia como esta, mas quando se exagera na ênfase deste aspecto – sobretudo quando esta iniciativa parte de programas exclusivamente de entretenimento, aos quais não cabe o perfil de noticiosos – e quando se aborda este tema de maneira superficial gera-se desconfiança sobre os reais propósitos que margeiam a divulgação do fato.

Não se trata de uma novidade. O histórico de grande parte da mídia é profícuo neste gênero de cinismo, no âmbito das tragédias humanas. Cito apenas um caso, já clássico na cronologia de aberrações da mídia: o terremoto no Haiti, que completou três anos em 12 de janeiro e matou 316 mil pessoas, convertendo-se em um das maiores tragédias provocadas por causas naturais da humanidade. Entre elas, Zilda Arns, médica gaúcha fundadora da Pastoral da Criança.

Fontes ligadas à própria Pastoral da Criança, que continua atuando na região, informam que pouca coisa mudou de lá para cá. O portal IAI (International Alliance of Inhabitants) vai além. Comunica que, três anos após o terremoto, depois do bombardeio inicial de notícias sobre o desastre, o Haiti foi praticamente esquecido pela grande mídia e pelos organismos de ajuda internacionais. Mais de 370 mil pessoas continuam vivendo em abrigos temporários, em péssimas condições. E, o que é quase tão grave, 78 mil (21% do total) ameaçam ser despejadas. Não bastasse tudo isto, apenas 1/3 da ajuda prometida, inclusive pela ONU (Organização das Nações Unidas), chegou às mãos do presidente Michel Martelly.

Não é a grande mídia a culpada por isto, evidentemente, mas é de se perguntar por que um problema desta gravidade é solenemente ignorado pela imprensa, que, por sinal, só trata do Haiti ultimamente para criticar a presença dos militares brasileiros no país, algo plenamente justificável pela necessidade de combater os roubos, estupros, a violência e demais atos criminosos nos acampamentos.

Perdoem-me os colegas jornalistas que levam sua profissão a sério, mas não há como não deduzir, do exposto, que o que realmente move a engrenagem de boa parte da imprensa neste tipo de situação não é exatamente o interesse público, ou o sentimento de justiça e de solidariedade às vítimas.

O que se deseja é, tão somente, vampirizar as vítimas das tragédias. Nesta lógica cínica, importa não garantir espaço permanente às famílias das vítimas das tragédias, mas oferecer generosa cobertura aos seus dramas apenas durante o curto tempo em que os corpos dos mortos continuarem rendendo manchetes e as atenções do público. Até, portanto, o surgimento de uma nova tragédia que abasteça com sangue fresco a sede por dramas humanos novos dos que chamam isso de jornalismo.

Os meninos que perderam suas vidas neste domingo, bem como suas famílias, merecem um tratamento bem mais respeitoso – e não serem citados como vítimas de uma tragédia dantesca para, depois, serem praticamente esquecidos pela poeira do tempo, o que fatalmente irá acontecer. Cobrem-me isso, aliás, daqui a alguns meses. Todas as vítimas de todas as tragédias merecem, aliás, pelo simples fato de que são seres humanos – e não objetos descartáveis a serviço de empresários e jornalistas que lançam um olho sob os locais das tragédias e o outro sob os números da audiência. Triste que seja assim.



*Aurélio Munhoz é jornalista, sociólogo, presidente da ONG Pense Bicho e secretário do Comupa (Conselho Municipal de Proteção Ambiental de Curitiba).Carta Capital

Carta Capital

Precisamos de um jornalismo-urubu?



Na cobertura jornalística que pode ser vista no caso do incêndio da boate em Santa Maria (RS), vemos de novo os interesses editoriais acima do bom jornalismo, além da busca pela face do terror. Existem vários protagonistas nesta história, todos com sua parcela de culpa.
De um lado, vemos os leitores, com uma curiosidade mórbida e macabra, atrás de fotos dos corpos dos jovens que morreram na fatalidade. Isto gera uma grande demanda. Nas redes sociais, o fenômeno pode ser visto constantemente. Páginas que espalharam fotos dos cadáveres, assim como vídeos, ganham muitos compartilhamentos.

Portais como o do jornal “O Estado de S.Paulo”, “Folha de São Paulo” e muitos outros publicaram em seus sites e suas páginas do Facebook vídeos onde podem ser vistos os corpos, que geraram muitas curtidas e compartilhamentos. Para os veículos, isto é ótimo, pois mostram visibilidade e mais argumentos para os mesmos cobrarem mais de seus anunciantes.

Na cobertura em si, vemos profissionais da imprensa explorando fotos dos pais dos jovens, em poses onde aparecem chorando em prantos e outras imagens apelativas. Em grandes programas, como o “Fantástico”, do dia 27 de janeiro, foram ao ar longas matérias, com músicas de fundo emotivas e que geraram uma boa audiência. Novamente, mais dinheiro para os conglomerados de mídia. No programa de “Ana Maria Braga”, na manhã de segunda-feira, 28, entrevistas com mães de falecidos, que nada agregam ao desenrolar da história, garantiam novamente mais verbas publicitárias à apresentadora e exploravam a tragédia. Em diversas entrevistas com figurões da mídia como a referida apresentadora, assumem abertamente que vale tudo pela audiência. Ou seja, mais dinheiro e menos dignidade é o que vale. Em diversos momentos, a justiça já condenou ou tirou do ar programas que agiam assim, mas isto é cada vez menos visto.

Temos visto pouca serenidade no jornalismo brasileiro. O "vale-tudo" pela notícia tem sido uma tônica da imprensa nacional, onde jornalistas são mandados para o “front” da notícia a obrigação de trazer matérias que cada vez mais desrespeitam a dignidade humana, tudo em nome do lucro das empresas jornalísticas e para satisfazer o ego de alguns “jornalistas populares”, como páginas de redes sociais que muitas vezes se intitulam “humoristas” e querem cada vez mais e mais fama nas redes sociais. Páginas que muitas vezes acabam por vender pequenos espaços publicitários que apesar de não renderem tanto capital quanto o que lucra um grande jornal, geram alguns bons trocados aos seus donos.

No final das contas, temos um público-leitor sem ceticismo, sem senso-crítico e sem capacidade de questionamento, que compram um jornalismo muitas vezes vazio e que apenas explora a tragédia de maneira fútil, sem apurar as causas reais das mesmas, com serenidade zero.
O fenômeno pode ser visto em muitos países, mas gostaria, como jornalista, que o público-consumidor de jornalismo brasileiro parasse um dia de dar audiência para esta guerra da informação vazia e desrespeitosa, valorizando e buscando cada vez mais o que realmente importa, como a investigação científica e política dos fatos, a busca pelos culpados das desgraças e não o macabro compartilhamento de fotos de cadáveres. Somos humanos ou apenas animais sem sensibilidade, que regozijam-se com a foto de um jovem morto e carbonizado?

Resenha do filme "Django Livre"

                                                                        Waltz e Django


Quentin Tarantino é um diretor único, que sabe trabalhar com elementos específicos, que tornaram-se suas marcas registradas. Não poderia ser diferente em “Django Livre”, onde o diretor novamente utiliza as cenas sangrentas e absurdas de tiroteios, os zooms abruptos de câmera e os diálogos hilários e inesperados.



Na trama, Django (Jamie Foxx) é um escravo liberto, cujo passado com seus antigos donos levam-no ao encontro do caçador de recompensas alemão Dr. King Schultz (Christopher Walts). Schultz cruza os Estados Unidos atrás de criminosos, procurados “vivos ou mortos” e resolve sempre todas as questões com tiros e muita tranquilidade. Ambos desenvolvem uma grande amizade e o antigo escravo passa à acompanhá-lo em seu ofício. As paisagens idílicas e montanhosas norte-americanas, assim como as fazendas de algodão, servem como cenários perfeitos da saga de ambos.
Após muitas caçadas por fugitivos, Django deseja resgatar sua esposa, Broomhilda ( Kerry Washington), que ele não vê há muitos anos, desde que ela foi vendida para outros proprietários. Ao contrário do que possa ser esperado, a meu ver as melhores atuações não são destes dois protagonistas, como direi a seguir.

Candie e Stephen, no primeiro plano


O ritmo e a intensidade do filme mudam constantemente, como é característica de Tarantino, entremeando o enredo com humor sarcástico e cenas mais violentas. É hilário o momento quando um grupo de racistas tenta matar os protagonistas, mas tudo para quando um deles resolve reclamar dos sacos que utilizam para encobrir o rosto, em uma discussão que parece ter saído do desenho igualmente sarcástico “Family Guy”. As cenas exageradas em todos os tiroteios, com sangue voando para todos os lados fazem o espectador rir bastante também. As buscas de Waltz por fugitivos sempre deixam em quem assiste uma impressão de que “aquilo não pode dar certo”, mas a forma em que a história se desenrola surpreende.



A busca de Schultz e Django leva-os a Calvin Candie (Leonardo DiCaprio, em outra atuação perfeita). Este é um personagem a parte na trama. Um pouco misterioso e afetado, o excêntrico dono da grande plantação de algodão de Candyland é um apreciador de lutas entre escravos e parece ter uma relação incestuosa com sua irmã viúva. Seu escravo de confiança idoso Stephen (Samuel L. Jackson) é esperto e percebe coisas que seu dono não nota. Aliás, Jackson ao meu ver tem a segunda melhor atuação da película, depois de DiCaprio. Envelhecido no papel, suas frases de efeito são hilárias. Lá está a esposa de Django, e uma sucessão de acontecimentos inacreditáveis vão decidir o desfecho da história.

Com uma trilha sonora que vai do hip hop ao blues, as músicas se encaixam bem nas cenas, assim como os diálogos cheios de palavrões e diferentes sotaques das várias regiões dos E.U.A, conforme os personagens vão surgindo na trama.

Apesar de um filme de quase três horas, “Django livre” é um deleite para os fãs de Tarantino (que faz uma ponta na película!), mostrando que o diretor é um dos melhores de nossos tempos.

Trailer:

A imprensa explorando a tragédia



Lamentável o show de horrores da cobertura da imprensa, sobre o incêndio na boate de Santa Maria (RS). Vídeos com cadáveres, exploração excessiva da imagem dos falecidos, câmera na cara dos pais dos jovens, dando close no choro. Tudo isso é doentio e desrespeitoso.

Como ajudar as vítimas do incêndio de Santa Maria (Rio Grande do Sul)

Quem morar na região de Santa Maria e quiser doar sangue, pode se dirigir ao Hemocentro da cidade, que fica na Alameda Santiago do Chile 35, no bairro Nossa Senhora de Lourdes. Os telefones para contato são: (55) 3221-5262 e 3221-5192.

O Diário de Santa Maria avisa que precisam de: enfermeiros, auxiliares, psicólogos, psiquiatras. Contato: Bia, no telefone (55) 9155-2087.

O Hospital de Caridade Dr. Astrogildo de Azevedo também aceita doações de sangue. O hospital fica na Avenida Presidente Vargas 2291, em Santa Maria. Conatos pelos telefones (55) 97015-513 e (55) 3220-4444. O site do hospital é www.hcaa.com.br.

Via Christiano Jabur

domingo, 27 de janeiro de 2013

Argentina enviará pele para tratamento dos queimados em incêndio no Sul



Buenos Aires, 27 jan (EFE).- A Argentina enviará pele para os feridos com queimaduras graves do incêndio de uma discoteca no Brasil, na qual morreram 232 pessoas, informaram neste domingo fontes oficiais.

O envio foi acordado pelo Ministério da Saúde argentino, a pedido das autoridades do Rio Grande do Sul.

Segundo um comunicado da pasta argentina, o titular do Instituto Nacional Central Único Coordenador de Ablação e Implante (Incucai) da Argentina, Carlos Soratti, recebeu um chamado de Rosana Reis Nothen, coordenadora de transplantes do Rio Grande do Sul, que formulou o pedido de pele para os tratamentos pelos quais as pessoas que sofreram queimaduras graves no incêndio precisarão passar.

"Vamos pôr à disposição de nossos colegas brasileiros a quantidade de pele que pudermos, de acordo com a quantidade da mesma em nosso banco de pele que funciona no Hospital Garrahan (de Buenos Aires)", explicou o secretário de Políticas, Regulação e Institutos do Ministério da Saúde argentino, Gabriel Yedlin.

Por sua vez, Soratti disse no comunicado que "apesar de a pele não ser necessária no primeiro momento de intervenção médica, não é uma questão de urgência nem que se necessite atualmente", a Argentina vai "dispôr a logística para enviá-la o mais breve possível e seguindo todas as normas de segurança e qualidade para que chegue ao destino em ótimas condições". EFE

Yahoo

Autoridades confirmam 245 pessoas mortas em incêndio em casa noturna de Santa Maria (RS)



A polícia de Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul, informou que 245 corpos haviam sido retirados de dentro da casa noturna Kiss, depois do incêndio que atingiu o local durante a madrugada deste domingo (27). Outras 48 pessoas continuavam hospitalizadas.

A festa foi organizada por alunos de cursos da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria). Havia mais de mil pessoas dentro da boate na hora que o fogo começou. As chamas podem ter sido provocadas por um sinalizador, lançado do palco por um integrante da banda que se apresentava.

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, lamentou o acontecido em um vídeo publicado na internet momentos antes de embarcar para Santa Maria.

— Recebemos hoje pela manhã esta notícia terrível de uma tragédia gravíssima na cidade de Santa Maria. Em luto ao Rio Grande, em luto ao Brasil, em luto à cidade, neste momento estou me dirigindo para lá para acompanhar o trabalho da Brigada Militar, dos bombeiros, da Polícia Civil, do Instituto Geral de Perícias. Também para compartilhar o luto da cidade, que é um luto de todo o Rio Grande, de todo o nosso País.






O delegado Sandro Meinerz falou, em entrevista à rádio Guaíba, que havia uma única saída na boate, o que dificultou a evacuação do local.

— É um acesso muito pequeno. Havia muita gente lá dentro. A porta virou um funil e eles tiveram dificuldade para sair. As pessoas, na hora do pânico, usam de todas suas forças para sair e muita gente acabou morrendo por causa disso.

Ele ainda acrescentou que a Polícia Civil procura pelos proprietários da Kiss. As primeiras testemunhas devem ser ouvidas neste domingo.

Os feridos foram levados ao Hospital Universitário, Pronto Atendimento do Patronato, Hospital de Guarnição e Hospital de Caridade.

Ainda nesta manhã, policiais trabalhavam também para conter familiares que estiveram no local em busca de informações. Muitos quiseram entrar na casa noturna e tiveram que ser impedidos.

Pelas redes sociais, pessoas convocavam doadores de sangue, ajuda de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem para os hospitais.




R7




Muito triste, sobretudo pelo fato de que seguranças tentaram impedir as pessoas, pois alegavam que elas estavam fugindo "sem pagar". Toda solidariedade às vítimas. Quem for do Rio Grande do Sul e puder ir até Santa Maria doar sangue, faça este gesto de caridade.


sábado, 26 de janeiro de 2013

Tekpix, esse lixo de câmera

Grupo de paleontólogos brasileiros acha tubarão pré-histórico no sertão do Ceará


O sertão do Ceará já foi rio e, 130 milhões de anos atrás, tinha até tubarão.

Um grupo de paleontólogos brasileiros acaba de anunciar uma nova espécie de tubarão de água doce que habitou a região. E as surpresas não param por aí: eles já têm vestígios de outras espécies ainda não catalogadas, que vão desde inofensivos peixes até ferozes crocodilos.

"Começamos a trabalhar em algumas bacias ainda pouco exploradas do Ceará e foi assim que descobrimos a espécie. Nesses locais, há um grande potencial para encontrarmos muita coisa relevante", diz Felipe Pinheiro, do Laboratório de Paleontologia e Vertebrados da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e um dos autores do trabalho.

O novo tubarão foi encontrado na bacia de Lima Santos, que fica cerca de 100 km ao norte da região do Araripe --principal sítio arqueológico da região e famoso mundialmente pela qualidade dos fósseis--, onde também foram encontrados sinais da sua presença.

O tamanho do bicho é estimado em menos de um metro. "À primeira vista, pelo olhar de um leigo, ele seria parecido com um tubarão dos dias de hoje. Mas esse tubarão era distinto em aspectos importantes, como o posicionamento da boca", completa o paleontólogo.

A descrição da espécie, publicada nesta semana na revista especializada "Cretaceous Research", foi feita com base em dentes. Pode parecer pouco, mas os cientistas dizem que, com base nisso, já é possível saber muito.

"O corpo dos tubarões é essencialmente cartilaginoso. Então, em geral, o que nós encontramos fossilizados são os dentes. E por eles já é possível inferir tamanho e outras características."

O nome do tubarão, Planohybodus marki, é uma homenagem ao paleontólogo Mark Van Tomme, que ajudou o grupo no início das pesquisas. O cientista acabou sem ver o trabalho publicado. Ele não resistiu a uma leucemia e morreu no ano passado com apenas 30 anos.

A linhagem do P. marki já está extinta, mas isso não significa que sua descoberta seja de pouca relevância.

Embora esses animais sejam relativamente comuns em outras partes do mundo, eles são raros na América do Sul, com apenas duas espécies descritas para o Brasil.

O estudo desses tubarões, bem como do resto da fauna e da flora que lhe foi contemporânea, é de grande relevância para compreender a separação entre a América do Sul e a África, que já estava acontecendo nessa época.

"[A descoberta dessa espécie] é mais uma peça no quebra-cabeças que ajuda a explicar como animais tão bem-sucedidos foram, aos poucos, sendo substituídos pelos tubarões atuais", afirma o paleontólogo.


Via: Jornal Folha.

Os "heróis" do Facebook



Está circulando no Facebook a foto de um bebê, bastante machucado e de costas, que teria sido vítima de um erro médico há cinco anos. Não há informações confiáveis sobre a história. Apenas uma foto digna de jornal popularesco. Estranho que uma criança sofra um ferimento tão grave e a mãe espere tanto tempo para pedir ajuda (ou seja, aconteceu em 2008 e só agora ela resolveu colocar o caso na internet). Mais estranho ainda que uma mãe resolva expor a criança de maneira grotesca em uma rede social.
Fui ver o perfil mais compartilhado da suposta mãe e não há nenhuma informação maior sobre o caso.


A mulher, em postagens passadas na sua linha do tempo, apenas reclama desde 2010 que “seu Orkut foi bloqueado”, que “quer viajar com a galera” etc. Não há nenhuma menção à criança com seu grave erro. Será que ela esperou chegar o ano de 2013 para espalhar de maneira macabra a foto de sua filha machucada? Por que não foi novamente em uma delegacia, registrar um B.O. contra o hospital? Por que ela mesma não procurou uma emissora de TV, para pedir ajuda? Por que não foi no Ministério Público? Por isso podemos afirmar: a história não merece credibilidade. Encontrei no Facebook pelo menos 10 versões da história, com 10 nomes de hospitais diferentes, 10 nomes de crianças e 10 supostas causas para o ferimento.


Em histórias similares, quando os fatos são verídicos, as pessoas deixam telefones de contato, para maiores informações. No caso, não há. Por que também não é usada uma foto recente da criança e sim de quando ela era bebê?



Fotos de crianças machucadas e bradando por justiça existem na internet desde a invenção do e-mail. Gente com problemas psicológicos inventando histórias para ganhar curtidas, compartilhadas e tornar seu perfil na rede social famoso também existem há anos. Ninguém prova qual a fonte da imagem, se o problema é verdadeiro etc. Não há problema, os preocupadíssimos justiceiros de internet compartilham sem nenhum ceticismo, sem questionar absolutamente nada.



Promover uma campanha de doação de sangue entre os amigos, para reunir todos no hemocentro mais próximo? Arrecadar alimentos para os pobres do seu bairro? Fazer uma simples campanha para ceder o lugar no ônibus para os idosos? Visitar um hospital de crianças? Não. A turba em catarse gosta mesmo é de fotos de bebês decepados e bastante feridos, para chocar e expor uma criança que, no momento daquela foto, realmente estava machucada, mas que não há provas que sustentem a história.



Ainda que seja verdade e a criança esteja realmente há cinco anos com um grande ferimento, o que vai resolver, compartilhar indefinidamente a imagem? Uns bradam “ o governo tem que fazer alguma coisa! Acorda Brasil! LEVA NO LUCIANO HUCK! Tem que matar os políticos corruptos que permitem isso! Nada no SUS presta!”, mas se você chega ao perfil da suposta mãe, o mesmo está bloqueado e não há nenhum telefone, seja dela, de um hospital, de um médico que acompanhe o caso, etc. Expondo a foto da criança ferida, os alienados e os que possuem ferimentos no bom-senso não estão ajudando em nada, a não ser a espalhar o mundo-cão na internet. São os mesmos que postam em seus murais foto de gato de cabeça cortada, cão morto e gritam : “POR JUSTIÇA AOS ANIMAIS!”, mas estas “Madre Teresas” de ocasião nunca deram água para um cão abandonado na rua, por exemplo.



Espalhar a foto de um bebê brutalmente machucado tira toda a dignidade do mesmo, não resolve absolutamente nada (por não haver informações confiáveis sobre o caso e nem como resolvê-lo, se for verdade) e apenas espalha o grotesco.
Se você se importa realmente com problemas sociais e de saúde, vá doar sangue no hemocentro mais próximo, faça visita aos doentes em qualquer hospital, procure a pastoral da saúde da sua igreja e ajude a arrecadar alimentos para os pobres, visite a Câmara Municipal da sua cidade e veja como os vereadores estão criando projetos que realmente ajudam a população (dê sugestões também), fiscalize o dinheiro público através dos portais de transparência dos governos etc.
Você não vai salvar ninguém se ficar compartilhando a foto de um bebê todo machucado na internet. Pense.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Assassinatos na cidade de São Paulo aumentam 40% em 2012



Em 2012, a capital paulista teve um aumento de 39,8% no número pessoas assassinadas. Segundo balanço divulgado na noite de hoje (25) pela Secretaria de Estado de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), foram 1.495 vítimas de homicídio em todo o ano passado contra 1.069 durante 2011.

Ao longo do ano passado a cidade de São Paulo viveu uma onda de violência marcada pelo assassinato de policias e chacinas nas periferias. Foram diversos ataques de homens encapuzados que disparavam contra pessoas em bares ou nas ruas. Os crimes com grande número de mortes são notados nas estatísticas que apontam para 1.368 casos de assassinato em 2012, enquanto o número de vítimas é 9% maior. Em 2011, com 1.019 casos de homicídio, a diferença era 5%.

Ontem (24), seis policias militares foram presos por envolvimento na chacina que resultou na morte de sete pessoas em um bar da zona sul, no último dia 4. De acordo com a SSP, mais policiais podem ter participado do crime que continua sob apuração. Segundo investigação das corregedorias da Polícia Militar e da Polícia Civil, o grupo de policiais organizou o ataque provavelmente como represália pela divulgação de um vídeo onde PMs executavam um homem rendido. A veiculação das imagens em emissoras de televisão levou à prisão dos envolvidos.

Apesar da chacina ser semelhante a várias outra ocorridas ao longo do ano na capital, o secretário de Estado de Segurança Pública, Fernando Grella, evitou relacionar esses crimes à ação de grupos de extermínio com a participação de policiais. “Nós temos a preocupação e a responsabilidade de nos empenharmos e nos dedicarmos em esclarecermos todos os casos. Todas as linhas de investigação devem ser perseguidas”, disse, ressaltando em seguida que não podia fazer generalizações.

Em uma audiência pública realizada horas antes do anúncio da prisão dos envolvidos na chacina, moradores da região do Capão Redondo, zona sul da capital, cobraram providências do Poder Público para as chacinas e a atuação de grupos de extermínio na periferia da cidade.




Agência Brasil







Governo Alckmin (PSDB): incompetente em segurança pública. Não investe em capacitação de policiais, paga mal o efetivo da polícia e não se importa com a segurança dos cidadãos.

Muito além do peso-documentário

Documentário sobre a obesidade infantil.

Parabéns, São Paulo! 459 anos






quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Fumantes de longa data perdem 10 anos de expectativa de vida



Pesquisadores do St. Michael's Hospital, no Canadá, descobriram que fumantes crônicos perdem 10 anos de expectativa de vida.

O estudo sugere ainda que parar antes dos 35 anos pode ' devolver' uma década de vida aos dependentes do tabaco.

Usando dados de mais de 200 mil norte-americanos, os pesquisadores também descobriram que a taxa de mortalidade para os fumantes atuais é três vezes maior do que aqueles que nunca fumaram, com a maioria das mortes causadas por condições relacionadas ao tabagismo, tais como câncer, doenças do coração, derrames e doenças respiratórias.

Os especialistas classificaram o estudo como um marco, observando que pesquisas semelhantes nos Estados Unidos foram feitas décadas atrás, ou em grupos de pessoas que não representam a população em geral. Como o tabagismo entre as mulheres não atingiu seu pico até a década de 1980, a pesquisa é, aparentemente, também a primeira a examinar o verdadeiro impacto do uso do tabaco entre ambos os sexos.

"Isso é realmente impressionante, uma combinação de boas notícias para os não fumantes, mas altas taxas de mortalidade entre os fumantes. Nós encontramos uma triplicação da taxa de mortalidade, e os níveis entre homens e mulheres agora são muito semelhantes. Mulheres fumam como homens e morrem como homens", afirma o autor do estudo Prabhat Jha.

O estudo foi publicado no New England Journal of Medicine.

De acordo com os Centros para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), o uso do tabaco causa cerca de 200 mil mortes por ano nos Estados Unidos, mais do que a infecção por HIV, uso de drogas ou álcool, acidentes de carro, suicídios e homicídios juntos.

Os cientistas examinaram dados sobre tabagismo de cerca de 217 mil adultos recolhidos entre 1997 e 2004 para determinar os riscos do tabagismo e os benefícios de parar de fumar.

Os não fumantes têm duas vezes mais probabilidade de viver até 80 anos em comparação aos fumantes, o que indica que o tabagismo não mata as pessoas em idade avançada, mas na meia-idade, segundo o estudo. Outra descoberta foi que os fumantes adultos que se livram do vício em idades de 25 a 34 anos, ganham cerca de 10 anos de vida em comparação com aqueles que continuam a fumar.

"Mesmo parar depois dos 55 anos de idade rende alguns anos extras aos ex-fumantes. Nunca é tarde demais para parar", conclui Jha.


Fonte

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Cientistas conseguem armazenar informação digital em estrutura de DNA



Ele é capaz de armazenar a informação de 1 milhão de CDs em um espaço menor que um dedo mindinho e mantê-la segura por séculos. É uma nova engenhoca eletrônica? Não, é o DNA. Como o material genético há muito guarda toda a informação necessária para fazer plantas e animais, cientistas estão dizendo que ele também pode ajudar a lidar com a crescente necessidade de armazenamento de dados da sociedade da informação.




Nesta terça-feira, 23, pesquisadores relataram na revista Nature que salvaram todos os 154 sonetos de Shakespeare, uma foto, um artigo científico e um arquivo de som de 26 segundos do discurso em Martin Luther King Jr. disse “eu tenho um sonho”. Tudo isso coube em um pedaço de DNA sintético quase invisível a olho nu, guardado em um tubo de ensaio.

O processo envolveu a conversão dos 0 e 1 da informação digital no alfabeto de quatro letras do código genético. Após o DNA sintético ser criado, máquinas “leram” suas moléculas e recuperaram a informação. Esse processo durou duas semanas, mas avanços tecnológicos estão diminuindo esse tempo, afirmou o autor do estudo, Ewan Birney, do Instituto Europeu de Bioinformática, em Hinxton, Inglaterra.

Segundo os pesquisadores, o DNA seria útil para guardar grandes quantidades de informação que precisam ser armazenadas por um longo período de tempo, mas que não necessitam ser recuperadas com frequência -por exemplo, por arquivos e bibliotecas, sugere um coautor da pesquisa, Nick Goldman. E guardar o DNA seria relativamente simples, dizem: basta colocá-lo num lugar frio, seco e escuro.

Perspectiva. Talvez em uma década, afirmou Goldman, pode ser possível que consumidores guardem por 50 anos, em DNA, fotos de casamento ou vídeos endereçados a seus futuros netos.

Os cientistas disseram que não têm a intenção de injetar esse DNA em seres vivos e negam a possibilidade desse material acidentalmente se tornar parte do código genético de um ser vivo, por causa do seu esquema de codificação.

Segundo Sriram Kosuri, pesquisador da Universidade Harvard que faz pesquisas na mesma área, por ora limitações técnicas vão impedir que o DNA “substitua o seu disco rígido”.




Estado de S. Paulo

Professores japoneses que não se curvam ao Imperador






Já faz algum tempo que anda circulando pelo Facebookuma frase que indica um suposto comportamento cultural no Japão e que serviria para levantar o moral dos professores brasileiros. Acontece que esta frase, replicada por tanta gente, não condiz com a realidade — e o pior: se condissesse, ainda assim não deveria servir de exemplo.







Eis a mensagem em questão:


“No Japão, o único profissional que não precisa se curvar diante do imperador é o professor, pois segundo os japoneses, numa terra que não há professores não pode haver imperadores”.


Esse boato começou esse ano na rede social do Brasil, e de repente virou uma grande verdade. Mas — eis o grande mal do brasileiro — parece que mais uma vez as pessoas estão engolindo e replicando uma mentira sem refletir sobre o assunto, fato que não é nenhuma novidade no Facebook.




É fato altamente verificável que em muitos outros países, a profissão de professor é respeitada, valorizada e admirada pela população e pelos governantes. Certamente é o caso do próprio Japão. Mas esse boato de que é o único profissional que “não precisa se curvar diante do Imperador” é um tanto problemática. Primeiro, porque eu nunca ouvi falar dessa situação, e esse rumor só começou a existir há poucas semanas em blogs e algumas poucas páginas brasileiras, cuja fonte é... o próprio Facebook. Fiz uma pesquisa em sites de língua inglesa e espanhola, e nada comprova essa situação; e segundo: bem, esse é o problema mais sério...




Segundo o texto, a justificativa dos professores não precisarem se curvar diante do Imperador é porque “numa terra que não há professores não pode haver imperadores”. Isso tem sido divulgado como um ponto positivo a nosso favor...





Se o “imperador” americano se curva diante do imperador japonês, o que dirá o professor


Não sei se mais alguém percebeu o mal-estar dessa afirmação, mas o que está bem explicito ali é: “se não fossem os agentes do ensino em sala de aula pregar as maravilhas do nosso Império, a bondade, a lealdade e a firmeza do nosso querido Imperador, se não fosse por eles que desde cedo implantam nas cabeças de nossas crianças a ideologia do império japonês, eu não poderia estar sentado neste trono agora, obrigado professores!”




Em nenhum lugar do planeta tal atitude deveria ser louvada, mas no Brasil... a gente vai passando adiante as coisas sem nem ao menos pensar sobre o assunto...




É claro que o ato de ensinar não prima pela neutralidade. Todo professor carrega consigo os seus valores e as ideias de seu tempo. Também já foi o tempo da escola tradicional onde o aluno assimila passivamente os ensinamentos do mestre. Mas uma postura francamente direcionada para a louvação de um sistema de governo, o Império japonês ou próprio imperador, não me parece algo digno de exemplo, nem que seja para evitar uma leve inclinação de cabeça.




Aparentemente é uma questão sem maior importância, mas esse é um exemplo modelar de como boatos e pensamentos irrefletidos e replicados podem criar uma verdade que não tem a menor base de credibilidade, e que, ainda pior, podem esconder uma característica nociva. Pense nisso.





Almir Ferreira-Rama na Viana

Leia também " O Japão mágico do Facebook"

Chinês se mantém vivo há mais de 13 anos usando máquina de hemodiálise amadora



Três vezes por semana, Hu Songwen, entra em seu pequeno banheiro e dispara sua máquina.


Hu sofre de uma doença nos rins e resolveu construir uma máquina para fazer hemodiálise caseira utilizando instrumentos médicos velhos e utensílios de cozinha, já que suas condições financeiras não permitem frequentar um hospital.



Ele era estudante de uma universidade, até que foi diagnosticado em 1993 com uma doença renal, obrigando-o a passar por sessões semanais de hemodiálise para limpar os resíduos de seu sangue.

Por algum tempo realizou as hemodiálises tradicionais em hospitais, gastando todas as suas economias. Sem ter o que fazer, Hu resolveu construir sua própria máquina.

Ele afirma que não se intimidou com o fato de seus amigos terem morrido ao tentarem construir e usar uma máquina semelhante. A máquina funciona como um rim externo, constituído de compartimentos ligados por uma membrana (um tipo de filme que permite que apenas algumas partículas passem por ela).

Hu faz seu próprio fluido de diálise misturando carbonato de sódio, cloreto de sódio, cloreto de potássio, bicarbonato e água purificada. Para o tratamento ele insere duas mangueiras em seu braço que são conectadas com a máquina. O sangue é bombeado para fora de seu braço e, então, filtrado, entrando em seu corpo novamente pela outra mangueira.



A doença de Hu faz com que seu corpo tenha altos índices de potássio e sais de sódio em seu organismo, algo que pode ser potencialmente fatal. Quando seu sangue passa pela máquina, os sais em excesso são removidos.

Sua condição também acumula diversos ácidos em seu sangue. Hu trata esse problema com o bicarbonato. Os médicos advertem que ele corre sério risco de infecção, bem como complicações em longo prazo.


Apesar de ser um país comunista, a China não tem um programa único de saúde como o Brasil, o que obriga boa parte da população ter planos de saúde que cobrem apenas 50% das necessidades de saúde.Hu, que vive com sua mãe de 81 anos na cidade de Qutang, na província de Jiangsu, disse que não tem opção. Infelizmente, o governo ofereceu apoio gratuito apenas quando seu caso foi divulgado pela imprensa chinesa em um seminário promovido, mas Hu se recusa, afirmando que é impossível se tratar nos hospitais mais próximos devido ao grande número de pessoas que os procuram, deixando todo o sistema inviável.

Fonte: Inovação Tecnológica

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Prefeitura de São José dos Campos anuncia primeiras ações para o mutirão da saúde


Carlinhos Almeida (PT), prefeito de São José dos Campos (SP)


A Prefeitura divulgou na manhã desta terça-feira (22) as primeiras ações da Prefeitura para o mutirão da saúde. Já foram contratadas cerca de 2.400 cirurgias que vem sendo realizadas. Além do Hospital Municipal, esses procedimentos também são feitos no Hospital Próvisão e no Hospital Pio XII.


Neste sábado (26), serão realizadas nove cirurgias ortopédicas de alta complexidade no Hospital Municipal (Rua Saigiro Nakamura, 800), na Vila Industrial. Outras cinco do mesmo tipo foram feitas em 19 de janeiro. Também estão previstas 14 cirurgias de vesícula para o fim de janeiro. Até junho, o Hospital Municipal vai fazer 480 cirurgias gerais e 94 cirurgias ortopédicas de alta complexidade


O Próvisão já realiza parte das 1.500 cirurgias oftalmológicas, entre elas, 900 cirurgias de catarata. O Hospital Pio XII vai fazer 135 cirurgias de varizes até o fim desse semestre.


Nessa segunda-feira (21), o Grupo de Assistência à Criança com Câncer (GACC) fechou uma parceria com a Secretaria de Saúde para realizar 40 cirurgias pediátricas por mês, num total de 240 cirurgias até o fim de junho.


A Prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, vem trabalhando para que esse número de cirurgias seja ampliado. A parceria com a Santa Casa e com o Hospital Antoninho da Rocha Marmo estão sendo concretizadas.


A Prefeitura também assinou um contrato de R$ 6 milhões com o grupo Valeclin para realizar 1,5 milhão de exames esse ano.


Além dos procedimentos cirúrgicos e da ampliação no número de consultas, a Secretaria de Saúde está organizando a rede de assistência, com melhor definição nos protocolos e ordenação dos fluxos para agilizar o tempo de atendimento na rede pública de saúde.

O surgimento do Caixa Eletrônico e Cartão de crédito no Brasil: 1983

Terra pode ter sido atingida por uma superexplosão galáctica na Idade Média



De acordo com a BBC, cientistas alemães encontraram evidências de que a Terra pode ter sido atingida por uma explosão de raios gama — o mais poderoso tipo de explosão que pode ocorrer no Universo — na Idade Média, mais precisamente durante o século VIII. O estudo sugere que esse evento pode ter ocorrido devido à fusão de dois buracos negros ou estrelas de nêutrons na nossa galáxia, causando uma violenta emissão de energia.

Segundo a publicação, os pesquisadores descobriram algumas árvores milenares localizadas no Japão com níveis incomuns de um tipo radioativo de carbono — o carbono-14 —, assim como a presença de berílio-10 — também radioativo — em testemunhos de gelo coletados na Antártida.

Ambos os isótopos são formados quando uma quantidade intensa de radiação atinge os átomos presentes nas camadas superiores da atmosfera e, depois de analisar os anéis de crescimento dos troncos e o gelo antártico, os cientistas concluíram que uma forte quantidade de energia proveniente do espaço atingiu a Terra entre os anos 774 e 775.

Fonte

domingo, 20 de janeiro de 2013

Botafogo 3 x 0 Duque de Caxias-Estreia no Campeonato Carioca de 2013



Ainda sem Seedorf, Bruno Mendes e Dória, o Botafogo mostrou bastante entrosamento e bons passes no campo de ataque. Diante de um fraco adversário, Andrezinho, Bolívar e Antônio Carlos marcaram no começo da primeira etapa. No segundo tempo, o time de Oswaldo de Oliveira apenas administrou o placar.

30 anos após morte, Garrincha ainda não descansou





Trinta anos após sua morte, certos mitos sobre Garrincha continuam mais difíceis de matar do que Rasputin. O de que ele chamava seus marcadores de "João", por exemplo --significando que não queria nem saber quem eram, porque iria driblá-los do mesmo jeito. Garrincha nunca disse isso.

A história foi inventada por seu amigo, o jornalista Sandro Moreyra, em 1957, para mostrá-lo como um gênio ingênuo e intuitivo. Garrincha a detestava, porque os adversários, que não queriam ser chamados de "João", redobravam a violência contra ele.

Que Garrincha era um gênio intuitivo do futebol, não há dúvida. Mas não tinha nada do ingênuo, quase débil, com que algumas histórias o pintavam. Ao contrário, era até muito esperto a respeito do que o interessava --mulheres e birita, a princípio nesta ordem--, e não havia concentração que o prendesse. Nos seus primeiros dez anos de carreira, 1953-1962, Garrincha conseguiu conciliar tudo isso com o futebol. Dali em diante, a vida lhe apresentou a conta.









Outro mito é o de que, às vésperas do Brasil x URSS na Copa-1958, na Suécia, os três jogadores mais influentes da seleção --Bellini, Didi e Nilton Santos-- foram ao técnico Vicente Feola e exigiram sua escalação na ponta direita, com a consequente barração de Joel, do Flamengo, então titular. Em 1995, isso me foi desmentido pelos quatro jogadores (Bellini, Didi, Nilton Santos e Joel), pelo preparador físico daquela seleção, Paulo Amaral, e por outros membros da delegação.

Perguntei a Nilton Santos por que, durante tantos anos, ele confirmara uma história que sabia não ser verdadeira. Ele admitiu: "Era o que as pessoas queriam ouvir". No futuro, em entrevistas, contaria a versão correta: a de que Joel se contundira ante a Inglaterra, e a entrada de Garrincha aconteceria de qualquer maneira. Note-se que, até o jogo com a URSS, Garrincha ainda não era o Garrincha da lenda, e Joel, também grande atleta, era uma escolha normal para a ponta.

Outro mito, este agora bastante atenuado, mas ferocíssimo na época, refere-se à participação de Elza Soares na vida de Garrincha. Para os desinformados, ela ajudou a destruí-lo. A verdade é o contrário: sem Elza, Garrincha teria ido muito mais cedo para o buraco. Quando ela o conheceu (em fins de 1961, e não em meados de 1962, durante a Copa do Chile, como até hoje se escreve), Elza estava em seu apogeu como estrela do samba, do rádio e do disco. E ninguém imaginava que Garrincha, logo depois de vencer aquela Copa praticamente sozinho, logo deixaria de ser Garrincha.

Ninguém, em termos. Os médicos e preparadores do Botafogo sabiam que Garrincha, com o joelho cronicamente em pandarecos (e agravado pela bebida), estava no limite. Mas ele não se permitia ser operado --só confiava nas rezadeiras de sua cidade, Pau Grande. O que Garrincha fez na Copa foi um milagre. Mas, assim que voltou do Chile, os problemas se agravaram.

Mesmo jogando pouquíssimas partidas, levou o Botafogo ao título de bicampeão carioca --e, assim que o torneio acabou, com sua exibição arrasadora nos 3x0 ante o Flamengo, ele nunca mais foi o mesmo. Marque o dia: 15 de dezembro de 1962 --ali terminou o verdadeiro Garrincha.

Um outro Garrincha --gordo, inchado, bebendo às claras ou às escondidas, incapaz de repetir seus dribles e arranques pela direita-- continuou se arrastando pelos campos, vestindo camisas ilustres (do próprio Botafogo, do Corinthians, do Flamengo, do Olaria e da seleção) por mais inacreditáveis dez anos --até o famoso Jogo da Gratidão, organizado por Elza Soares. Foi sua despedida oficial, a 19 de dezembro de 1973, com um Maracanã inundado de amor.

Naquela noite, um time formado por Felix, Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo, Rivellino e Paulo César; Garrincha, Jairzinho e Pelé --praticamente a seleção de 1970 com Garrincha-- entrou em campo para enfrentar uma seleção de estrangeiros que atuavam no Brasil, estrelada por Pedro Rocha, Forlan, Reyes e outros.









Numa das várias preliminares, cantores e artistas, como Chico Buarque, Jorge Ben, Wilson Simonal, Paulinho da Viola, Miele, Sergio Chapelin, Francisco Cuoco e outras celebridades também se enfrentaram. Pelas borboletas do estádio, passaram 131.555 pessoas e, com exceção de uma pessoa --o ditador Garrastazu Medici--, todos pagaram para entrar, inclusive os jornalistas. Era o dinheiro que garantiria o futuro de Garrincha.

Da renda de quase 1 milhão e 400 mil cruzeiros (US$ 230 mil de 1973, uma nota), cerca de 500 mil cruzeiros saíram do cofre do Maracanã direto para cadernetas de poupança em nome de suas oito filhas oficiais e um apartamento ou casinha para cada uma. Este era um dos objetivos do jogo. Com os descontos da Receita e outros, sobraram-lhe mais de 700 mil cruzeiros para fazer o que quisesse --e que ele, naturalmente, torrou logo, sem saber como.

Daí o último e maior mito a ser derrubado sobre Garrincha: o de que ninguém o ajudou --o que, no fim da vida, ele declarou em entrevistas para a televisão, que ainda hoje são reprisadas. Mas a verdade é que Garrincha foi muito ajudado, e em várias etapas de sua vida.

Entre seus maiores benfeitores, estavam o banqueiro José Luiz Magalhães Lins, do então poderosíssimo Banco Nacional; o empresário Alfredo Monteverde, dono do Ponto Frio; o Instituto Brasileiro do Café (IBC) e a Legião Brasileira de Assistência (LBA), que lhe deram empregos generosos, aos quais ele não correspondeu; e seus ex-colegas do futebol, agrupados na Agap (Associação de Garantia ao Atleta Profissional), que não se cansaram de recolhê-lo em coma alcoólico na rua e interná-lo em clínicas de "desintoxicação" --das quais era criminosamente liberado dois ou três dias depois de dar entrada.

O alcoolismo matou Garrincha há 30 anos --e continua a matá-lo até hoje, a cada uma de suas vítimas que o Brasil deixa de assistir.




Ruy Castro-Folha de São Paulo


sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Brasil eliminado no Sul-Americano Sub-20: De quem é a culpa?



O Brasil fez um papel vergonhoso no Sul-Americano Sub-20.Eliminação fruto de um projeto abandonado nas seleções de base, problema que começou na saída do Ney Franco. Um time que no papel não é ruim, com Dória, Bruno Mendes, mas que fica marcado negativamente. O treinador, omisso (Emerson Ávila), não implantou um esquema tático bem definido e não aproveitou o melhor dos jogadores. Alguns estão ali por indicação de empresário e sem mérito, como Matheus, filho do Bebeto. Disso tudo, é vergonhoso o fato do Brasil ficar fora do mundial, após ser tri-campeão deste torneio sul-americano.

Como se não bastasse a fase recorrente e ruim do time principal, com o Brasil muito abaixo do esperado no ranking da Fifa, dá um vexame em um torneio onde três se classificam em cada grupo, perdendo a vaga ao ser derrotado pelo Peru por 2 a 0, em um jogo com pouca postura e pouca vontade, além da falta de esquema tático. A seleção perdeu para o Uruguai, empatou com o Equador, venceu a Venezuela e por fim, perdeu hoje para os peruanos.

O lado bom  é que ao menos os jogadores voltam aos seus clubes, reforçando-os para os estaduais. 

Senadores, Suíça e professores






Antes de compartilhar coisas adoidadamente no Facebook, é bom dar uma pesquisada básica. Agora está rolando uma foto comparando salários de "senadores suíços" com políticos brasileiros, e professores suíços e brasileiros. Não acho que seja verdade que os "senadores da Suíça" não recebam salários, até porque na Suíça não há Senado.


Esta é a imagem:









Neste PDF, há um documento cujo artigo 9 fala sobre salários dos membros da Assembléia Federal. É evidente que os professores brasileiros ganham pouco, os políticos brasileiros ganham muito, e na Suíça a situação deve ser mais justa. Mas informação falsa ou, no mínimo, obscura, não dá. Se o link informa falsamente sobre os "senadores suíços", que credibilidade há na parte dos salários dos professores suíços ? Informação errada é tiro no pé.




Qualquer comparação com a Suíça, menor, mais rica e bem distante da realidade do Brasil sempre vai ser uma retórica pouco honesta. Ninguém em sã consciência nega que professores brasileiros deviam ser muito melhor remunerados, mas basear o argumento com fatos incorretos é burrice. Se uma parte do argumento está incorreta (salário de políticos suíços), então qual a credibilidade que resta à outra parte (salário de professores suíços) ?
Por que em vez de utilizar argumentos desonestos para reclamar da disparidade entre salários de professores e senadores, os revoltadinhos de Facebook não criticam por exemplo o governador Geraldo  Alckmin (PSDB), do Estado de São Paulo, que paga muito mal os professores da rede pública de ensino médio? Por que não organizam-se para solicitar aos deputados federais e estaduais nos quais votaram para que os mestres ganhem mais? Eu sei porque não fazem isso, porque é mais simples espalhar argumentos falsos, desonestos e desconexos, reclamando de tudo.


É claro, para a turba pseudo-indignada e com síndrome de "vira-lata", que escreve em caixa-alta e critica de maneira errada problemas do Brasil, é mais fácil compartilhar uma imagem com números desproporcionais, com uma bandeira de país rico ao lado de uma bandeira de país em desenvolvimento.

Texto:
Aurelio Moraes e Rogério Camboim

MYRIAN RIOS E SÉRGIO CABRAL CRIAM "LEI DA MORAL E DOS BONS COSTUMES" NO RIO



Vídeo que demonstra a ignorância dela sobre vários assuntos



Myrian Rios e o Governador Sérgio Cabral deviam se preocupar com leis pela moral e os bons costumes na política, em vez de criarem leis baseadas em conceitos religiosos, atentando novamente contra o estado laico. Deviam criar leis que proibissem também que o dinheiro público custeasse a promoção de eventos religiosos, como a "Jornada Mundial da Juventude", da Igreja Católica.






Não é a primeira vez que esta deputada estadual do Rio, agora moralista de ocasião, atenta contra o estado laico.
Essa "lei da moral e dos bons costumes" é apenas mais uma desculpa para a Igreja Católica, por força da lei, querer dizer o que as pessoas devem ou não devem fazer.
Por que não criam uma lei proibindo que religiões explorem as pessoas?



quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Alunos de ensino médio vão ter livro digital a partir de 2015








Mercadante disse que a pasta estuda reproduzir a experiência no ensino superior, gravando aulas e seminários nas universidades federais e disponibilizando na internet gratuitamente.





A partir de 2015, o aluno do ensino médio da rede pública poderá acessar seu livro didático em um tablet ou computador e, ao clicar em uma gravura ou trecho da obra, será direcionado para um gráfico interativo ou um vídeo sobre o tema em estudo.

Essa possibilidade está prevista em edital lançado pelo MEC para compra de 80 milhões de livros para alunos do ensino médio.



É a primeira vez que o livro digital está previsto na compra de obras didáticas feita pela pasta. Isso não substituirá o livro impresso. "Estamos comprando a obra multimídia. Ela é formada por um livro impresso e um livro digital, que reúne o mesmo conteúdo do impresso mais os objetos digitais integrados na mesma tela", disse Rafael Torino, diretor de ações educacionais do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).



A editora que não tiver em seu catálogo a obra digital poderá inscrever apenas a versão impressa, além do PDF da obra didática. A versão digital deve aumentar o valor da compra - em média, um livro do ensino médio tem um custo de R$ 8 para o governo federal. Nesse edital também foi incluída pela primeira vez a previsão de compra de livros de arte. Outra novidade é a maior interação entre as diferentes disciplinas.

"O que está sendo pedido é que cada livro de uma determinada disciplina faça referências a outras disciplinas da mesma área de conhecimento e a outras áreas do conhecimento", disse Torino.



O ministro Aloizio Mercadante (Educação) defendeu o novo perfil do edital.

"É uma linguagem que vai, do nosso ponto de vista, estimular cada vez mais essa nova geração que está buscando os caminhos digitais para se comunicar", afirmou durante seminário com o norte-americano Salman Khan. O educador ganhou destaque internacional com os milhões de acessos ao seu site de videoaulas gratuitas.



Mercadante disse que a pasta estuda reproduzir a experiência no ensino superior, gravando aulas e seminários nas universidades federais e disponibilizando na internet gratuitamente.





(Flavia Foreque - Folha de São Paulo)


É importante que novas tecnologias estejam presentes na vida do estudante, sobretudo a democratização dos meios digitais às populações mais carentes. É para isso que deve servir o Estado.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Atriz explode com motorista idoso, que passa mal e morre



Uma história muito triste e com um fim pior ainda aconteceu nos bastidores da novela ´Salve Jorge´. Segundo a coluna do jornalista Leo Dias, a atriz Zezé Polessa perdeu a cabeça com um motorista idoso da TV Globo após ele errar o trajeto solicitado pela intérprete da personagem Berna na trama das nove.



Zezé teria ficado bastante furiosa com a situação e segundo presentes na ocasião, gritou que não aceitaria mais ser conduzida por tal motorista. Logo depois do episódio o senhor começou a passar mal, sentindo fortes dores no peito e imediatamente foi encaminhado para o hospital.



Chegando no local, o médico responsável pelo atendimento perguntou se o motorista teria passado por algum momento de estresse e este respondeu que tinha medo de perder o seu emprego após a confusão causada pela atriz Zezé Polessa.



Sabe-se que o estado de saúde do idoso foi se agravando e a equipe médica percebeu que ele sofrera um infarto. No fim do dia, não havia mais o que ser feito. O motorista acabou falecendo. Até o momento, a assessoria de Zezé Polessa ainda não fez pronunciamento sobre o caso.


É incrível a arrogância e a petulância de algumas pessoas "famosas". Só por que errou o caminho, precisava destratar o senhor? Tem gente que não tem humildade mesmo. Tomara que ela se sinta bastante culpada. Deveria sofrer um processo por homicídio culposo.

Cresce número de emergências hospitalares ligadas a uso de energéticos





Cresce o número de pacientes, muitos deles jovens, tratados em salas de emergências hospitalares por complicações ligadas ao consumo de bebidas energéticas fortemente cafeinadas, como Red Bull, Monster Energy e 5-Hour Energy, revelam novos dados federais dos Estados Unidos.

Os casos anuais em que pessoas procuraram hospitais por razões ligadas ao consumo de energéticos dobraram entre 2007 e 2011, o último ano para o qual há números disponíveis, revelou um relatório da Administração de Serviços de Abuso de Substâncias e Saúde Mental.

Em 2011 houve 20.783 casos relatados de procura de salas de emergência em que uma bebida energética foi citada como a causa principal ou fator que contribuiu para um problema de saúde; em 2007, tinham sido 10.068 casos.

Esses problemas, normalmente ligados ao consumo excessivo de cafeína, podem incluir ansiedade, dores de cabeça, arritmia cardíaca e ataques cardíacos.

O setor de energéticos, que no ano passado teve vendas estimadas em mais de US$10 bilhões, vem sendo alvo de atenção crescente após a revelação recente de que a FDA (agência americana que regula remédios e alimentos) teria recebido várias denúncias de mortes e ferimentos em que foram citadas as bebidas energéticas.

O fato de um produto ter sido citado num relatório da FDA não significa que o produto contribuiu para uma morte ou um ferimento, e os fabricantes de energéticos insistem que suas bebidas não encerram perigos.

Divulgado na quinta-feira, o novo relatório reflete estatísticas atualizadas que foram coletadas através da Rede de Aviso de Abuso de Drogas, um sistema do governo ao qual os hospitais informam as visitas às salas de emergência relacionadas ao consumo de drogas.

As visitas a hospitais relacionadas ao consumo de energéticos diminuíram ligeiramente de 2008 a 2009, período coberto no relatório anterior.

Mas os novos dados mostram que os casos voltaram a subir em 2010 e chegaram a um número recorde em 2011.

"O consumo de bebidas energéticas é um problema de saúde pública que vem crescendo, porque o consumo excessivo de cafeína pode levar a problemas médicos e comportamentais", diz o relatório.

"Um conjunto crescente de evidências científicas documenta os efeitos adversos das bebidas energéticas para a saúde, especialmente para crianças, adolescentes e adultos jovens."

Os dados mostram que o maior grupo de pacientes está na faixa dos 18 aos 25 anos. Dois terços dos pacientes tratados foram homens.

Os fabricantes de bebidas energéticas promovem seus produtos para adolescentes e jovens com imagens que exaltam os esportes radicais, rock e mulheres com pouca roupa.

Cerca de 42% das pessoas tratadas em setores de emergência para problemas ligados a bebidas energéticas tinham tomado as bebidas com álcool ou outras substâncias, como remédios para deficit de atenção. Como a cafeína, esses medicamentos são estimulantes.

Os fabricantes de energéticos alegam que seus produtos proporcionam estímulo físico e mental a quem os consome.

Mas há poucas evidências científicas de que as bebidas proporcionem qualquer coisa senão uma dose alta de cafeína, semelhante à que é encontrada numa xícara de café forte.

O relatório constatou que o número de pacientes mais velhos que apresentam complicações pelo consumo de energéticos também vem subindo, possivelmente devido a interações com outros medicamentos.

"Os profissionais de saúde podem desaconselhar o consumo de bebidas energéticas, explicando que os benefícios que as pessoas imaginam sentir se devem mais ao marketing dos fabricantes que a evidências científicas", diz o relatório.



Folha

Algumas pessoas bebem isto de forma desgregada, como se fosse água. Esquecem de todos os componentes químicos na bebida, de forma irresponsável. A consequência está aí.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Caricatura perfeita da direita brasileira, por Angeli


ONG americana quer evitar futura colisão de asteróide



Uma organização não governamental dos EUA quer literalmente salvar o planeta. A Fundação B612- uma homenagem ao asteroide ficcional de "O Pequeno Príncipe"- pretende construir um satélite para identificar asteroides perigosos em rota de colisão com a Terra, dando aos terráqueos tempo suficiente para evitar o pior.

Grandes asteroides são um jeito comprovadamente eficaz para dizimar a vida no planeta, como bem descobriram os dinossauros.

Para dar aos humanos a chance de ter um destino diferente, a B612 tem o ambicioso projeto de conseguir identificar quase todas as pedras potencialmente perigosas para nós.

A ideia de torrar algumas centenas de milhões de dólares para se prevenir contra um pedregulho voador parece coisa de aficionado em ficção científica, mas o projeto envolve astrônomos, físicos e até alguns astronautas.

O veterano em voos do ônibus espaciais Ed Lu é o presidente da companhia, enquanto Rusty Schweickart, do programa Apollo, é o presidente de honra.

MISSÃO

Batizado de Sentinela, o satélite deve ser do tamanho de uma pequena caminhonete. O objetivo é colocá-lo na órbita do Sol e usar raios infravermelhos para localizar os bólidos ameaçadores.

A expectativa do grupo é que eles consigam colocar o telescópio para funcionar até 2018. Os dados coletados serão compartilhados com a Nasa e com outros centros.

Hoje, a maior parte do trabalho de mapeamento de asteroides é feita por telescópios aqui na Terra.

Em 2011, o Brasil inaugurou seu próprio telescópio, no sertão de Pernambuco, para monitorar asteroides: o projeto Impacton, do ON (Observatório Nacional).

Segundo Jorge Carvano, pesquisador do órgão, estudar esses pedregulhos diretamente no espaço pode ser mais vantajoso.

"A detecção de asteroides interiores à órbita da Terra é muito ineficiente quando feita de telescópios terrestres, pois só pode ser realizada em intervalos de tempo curtos logo após o pôr do sol ou logo antes de seu nascer", diz.

Os membros da B612 são enfáticos em falar das maravilhas de seu telescópio, mas ainda não têm nenhum projeto pronto. Neste momento, ainda estão trabalhando na tecnologia dos sensores.

Para o grupo, porém, esse é só um detalhe. A captação de recursos pelo site com a venda de produtos associados à marca parece estar crescendo. Eles não revelam o quanto já ganharam, mas admitem: "Estamos indo bem em levantar as verbas".

A equipe da B612 também está caprichando na parte midiática, com aparições em programas de TV e bate-papo com os fãs na internet.

SOLUÇÃO

Mas, uma vez encontrado um asteroide vindo em direção à Terra, o que podemos fazer? A fundação também se dedica a pensar em várias alternativas para essa questão. E, por incrível que pareça, os roteiros dos filmes que abordaram o tema não estavam muito distantes da realidade.

Explosões nucleares para desviar as pedras são uma provável alternativa, mas também há outras tecnologias em discussão.

"O problema, claro, é que nenhuma delas foi testada. Por isso é importante saber com bastante antecedência quando um impacto ocorreria", diz Jorge Carvano, do Observatório Nacional.




Folha de São Paulo

Importante iniciativa, que merece o financiamento necessário. Parabéns também ao Brasil, que faz o mesmo tipo de monitoramento. 

sábado, 12 de janeiro de 2013

O patrimônio de Lula









Já FHC, tem apartamentos em Paris, São Conrado (bairro de elite no Rio de Janeiro), em Higienópolis (bairro de elite em São Paulo) e uma fazenda em Betim (quando presidente, usava o Exército para fazer a segurança da propriedade).

Um blog do Financial Times publicou um artigo interessante sobre os dados de Lula vazados pelo hacker @nbdu1nder. A conclusão do artigo: pra quem esperava palacetes ou imóveis em condomínios de elite quebrou a cara. O que se revelou sobre o patrimônio de Lula mostra que o ex-presidente não é rico. Pelo contrário! Para o FT, os imóveis de Lula são classificados como "mal pintados" e "localizados em subúrbios perigosos". O FT conclui que o hacker, a despeito de incriminar o ex-presidente — considerado "ladrão" pela direita brasileira —, acabou por revelar que ele não tem nada de mais para quem tem mais de 30 anos de vida pública. Interessante que ninguém se preocupou com os imóveis subvalorizados do senador Aécio Neves (PSDB). Mesmo com um apartamento no Leblon e outro em Ipanema (entre outros imóveis em BH e Nova Lima, além da Rádio Arco-Íris), Aécio tem um patrimônio de pouco mais de 600 mil reais declarados em sua última prestação de contas eleitoral. Isso é que é ser bom comprador!

Fonte  

Se um asteroide atingir a Terra, não dará tempo de twittar nada sobre o assunto



Se a Terra fosse atingida por um asteroide ou por qualquer outra coisa, não daria tempo sequer para twittar algo como: “Alguém mais sentiu a Terra estremecer? #FimDosTempos”: é isso que afirma a NASA sobre a possibilidade de um desastre planetário vindo do espaço. “O maior alerta que receberíamos, caso algo caísse na Terra, seria um grande zero”, afirma um cientista da agência espacial americana.

Diferentemente do que ocorre nos filmes e nos jogos de video game, o sistema de captura de objetos próximos ao planeta Terra (chamado NEO – Near Earth Objects) tem capacidades muito limitadas. De acordo com uma reportagem da revista Forbes, a maioria dos objetos que o NEO atualmente capta permanece desconhecida da raça humana.

Em outros casos muito remotos, há possibilidade de os cientistas preverem os objetos que passarão perto da órbita planetária. Isso foi exatamente o que ocorreu com o asteroide Apophis, que foi previsto pelos estudiosos em 2004 e que apresenta uma efêmera possibilidade de colidir com a Terra. O que foi descoberto neste ano é que o Apophis é consideravelmente maior do que se imaginava, contendo em torno de 20% mais massa do que o previsto anteriormente.


No entanto, se um desses asteroides resolvesse cair mesmo em nosso planeta, não haveria geólogos, astronautas ou especialistas em demolição suficientes para serem mandados à órbita espacial para conter a ameaça — como no filme "Armageddon". Pior do que isso, quando o meteoro se chocasse com a Terra, apenas veríamos um gigantesco clarão e, no máximo, sentiríamos o chão sob nossos pés em vasta trepidação.

Por outro lado, se os cientistas conseguissem prever que a rota do asteroide realmente iria coincidir com a órbita da Terra, não haveria muita coisa que pudesse ser feita. Para um meteoro do tamanho no Apophis, de acordo com a NASA, bombas nucleares explodindo sobre ele não seriam suficientes para desviar a trajetória do incômodo visitante.

Assim sendo, está confirmado que “de nada adiantaria o Twitter em meio a um apocalipse causado por um meteoro”.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Lua de Saturno pode abrigar forma exótica de vida, conclui estudo



Cientistas da Nasa concluíram que na superfície de uma das luas de Saturno, a Titã, existem icebergs de hidrocarbonetos flutuando sobre lagos e mares feitos dos mesmos compostos orgânicos. O modelo teórico, feito por meio de informações da sonda Cassini, é mais uma prova que Titã pode ser hoje um retrato semelhante da Terra há bilhões de anos. Tais evidências aumentam as expectativas de que o satélite de Saturno pode abrigar alguma forma exótica de vida.


Jonathan Lunine, coautor do trabalho e cientista da Universidade de Cornwell, de Nova York, disse que a descoberta dos blocos de gelo de hidrocarbonetos mostra que há variação química entre o sólido e o líquido em Titã que, na infância da Terra, foi condição importante para o surgimento da vida.
Titã é o único corpo celeste além da Terra no nosso Sistema Solar que contém corpos em estado líquido com estabilidade em sua superfície. Mas, enquanto na Terra há o ciclo da água, com chuva e evaporação, em Titã o ciclo envolve etano e metano, dois compostos orgânicos que fizeram parte da grande sopa de elementos químicos de onde surgiu as primeiras formas de vida na Terra.


Até a descoberta, cientistas da missão Cassini tinham a conclusão de que os lagos de Titã não teriam gelo, porque o metano sólido é mais denso que o líquido e, portanto, afundaria. Mas neste novo modelo, é considerada a interação entre o lago e a atmosfera do satélite, o que resulta em diferentes reações químicas, com a ação de gás de nitrogênio e mudanças de temperatura. Deste modo, o gelo de etano e metano apareceria com uma temperatura de -182,75 Cº, mas desde que esse composto se misturasse pelo menos 5% com a atmosfera de Titã. Trata-se de uma condição frágil porque, de acordo com o estudo, caso a temperatura baixasse um pouco mais, o gelo afundaria. Estima-se que a aparência deste composto de gelo não seja sem cor, como na Terra, mas algo como um marrom avermelhado.
O radar da sonda Cassini será capaz de testar o modelo proposto pelo estudo ao observar como a luz se reflete na superfície desses lagos e mares de hidrocarbonetos. Se o tempo ficar mais quente e o gelo derreter, por exemplo, a superfície do lago seria de apenas líquida e teria uma aparência mais escura.

O Globo